2001

Pátio 18 - Júpiter, Saturno, Messier 1 & 35, NGC 1528 Observatório do Pinhal do Rei VIII
Pátio 19 - Lua Pátio 38 - Com a webcam - Mizar, epsilon Lyrae e Albireo
Pátio 20 - Planetas e Céu profundo Observatório do Pinhal do Rei IX
Pátio 21 - Imagens do Sol e manchas Pátio 39 - Marte
Pátio 22 - Melotte 111, Messier 53, 3 e 13 Observatório do Pinhal do Rei X
Pátio 23 - Imagens do Sol Observatório do Pinhal do Rei XI
Pátio 24 - Messier 51, 81, 82, 40, 3 e 53 Observatório do Pinhal do Rei XII
Observatório do Pinhal do Rei I - Sessão pública Astrofesta 2001
Pátio 25 - Messier 96, 51, 106, 64, 2, 10, 13 e 92 Pátio 40 - Lua e Marte
Observatório do Pinhal do Rei II Aeródromo I - Vénus
Observatório do Pinhal do Rei III Observatório do Pinhal do Rei XIII
Observatório do Pinhal do Rei IV - Maratona Messier e Sol Pátio 41 - Conjunção de Marte e Lua
Pátio 26 - Messier 13, 92, 5, 3, 51, 57, 56, Epsilon Lyr, Marte Observatório do Pinhal do Rei XIV
Pátio 27 - As primeiras imagens digitais do Sol e da Lua Atalaia I - Saturno e Júpiter
Pátio 28 - Imagem da Cratera Fernão de Magalhães Observatório do Pinhal do Rei XV
Pátio 29 - Lira Pátio 42 - Conjunção de Marte e Lua
ENA - Encontro Nacional de Astrónomos em Fátima Ponto da Castrinha I - Ocultação de Saturno pela Lua
Pátio 30 - Dobson 8", Messier 13, 92, 81, 82, 51, 57, 56, NGC 6543, 5195 e Marte Observatório do Pinhal do Rei XVI
Pátio 31 - Messier 57, 56, 29, 27, 94, 3 e NGC 6826 Pátio 43 - Messier 37, 36, 38, NGC 1502, 1907, 1931, 2281, 1664
Pátio 32 - Messier 108, 40, 53, 102, NGC 622, 6210 e 6503 Observatório do Pinhal do Rei XVII
Observatório do Pinhal do Rei V - Sessão pública Pátio 44 - Cometa C/2000 WM1 Linear
Pátio 33 - Messier 104, 63, 5, 10, 12, 71, 4 e 80 Pátio 45 - NGC 40,7160, cometa C/2000 WM1 Linear
Pátio 34 - Messier 106, 107, 9 ,14, NGC 4449, 4490, 4244 e IC 4665 Atalaia II - Leónidas, cometa C/2000 WM1 Linear
Pátio 35 - NGC 6866, 6910 Observatório do Pinhal do Rei XVIII
Pátio 36 - Imagem de conjunção Lua - Marte Aeródromo II - Conjunção de Marte e Urano
Pátio 37 - NGC 6830, 6823 Pátio 46 - Júpiter e Saturno
Observatório do Pinhal do Rei VI Observatório do Pinhal do Rei XIX
Observatório do Pinhal do Rei VII

Pátio 18

2001.01.29
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
29 Jan 2001 22:00 a 23:10 UTC
Magnitude zénite: 4 Antoniadi: III
Muita poluição luminosa. Nuvens altas. Temperatura: menos de 10 graus
Meade ETX90EC com Autostar, Panoptic 19mm (66x 1°), Nagler 7mm (180x 28'),
Radian 14mm (89x 40'), Microguide 12.5mm (100x 25')
Manual de campo Karkoschka

O dia até estava a correr bem, céu limpo com algumas nuvens de aspecto inofensivo e tudo parecia que se iria ter uma noite porreira para quebrar este longo interregno observacional. Ao cair do dia estava uma bela cena de Vénus e da Lua, logo seguidos por Saturno e Júpiter. Depois de tantas semanas com mau tempo, em que só era possível dar olhadelas rápidas de binóculos, este dia esta estava a prometer, mas infelizmente foi falso alarme... bah!

A sessão começou quando fui meter o ETX de "molho" no quintal, visto a diferença de temperatura ser um pouco grande. Eu deixo-o sempre apontado para a sossegada estrela Polar (alpha Ursae Minoris ADS 1477 mag 1.97) e sua ténue companheira (mag. 9.1 a 18.3"). Aproveitei para alinhar o buscador e o QuickFinder que tiveram de ser desmontados para limpeza. Ainda demorou uma boa meia hora até a imagem das estrelas ficar mais ou menos estabilizadas. O ETX teimava em não alinhar com a Castor e com a Pollux de Gémeos (3 tentativas) tendo que usar a Castor e Betelgeuse, tendo finalmente dado o beep vitorioso. computadores..

Planetas

Ás 10 horas já era um bocado tarde para observar Júpiter e Saturno, visto que já estão no seu mergulho a Oeste. Ainda assim, deu para ir ver Saturno e seus anéis e uma ligeira sensação da Cassini. Em Júpiter, era possível ver as duas cintas equatoriais em que a NEB (North Equatorial Belt) tinha um pequeno ponto mais escuro, que julguei que fosse uma sombra de algum satélite, mas verifiquei com Starry Night Backyard que não havia nenhum trânsito a decorrer no momento, portanto deveria ser alguma tempestadezeca tropical. Muito próximo do seu trânsito estava o satélite Europa que por o planeta estar quase a pôr-se no telhado da casa do vizinho não tive oportunidade de acompanhar. O máximo de amplificação possível parecia ter parado nas 100x (Microguide 12.5), acima disso a imagem simplesmente estava uma desgraça impossível de focar. Depois da última oposição acho que estes dois têm cada vez menos para oferecer no ETX.

OCPs (Objecto de Céu Profundo)

Depois da ronda no sistema solar, fui tentar a sorte na Nebulosa do Caranguejo Messier 1 (mag 8.4 Ø>6.0'x4.0') em Touro : Nada a dizer porque não consegui ver nada devido à P.L, mas é sempre interessante saber que são restos de uma supernova local que foi referenciada pelos chineses em 4 de Julho do ano 1052 A.C. atingindo uma magnitude de -6, sendo visível em plena luz do dia. A velocidade de expansão dos gases neste momento estima-se em cerca 1600 Km por segundo e no seu centro está um pulsar (estrela com alguns quilómetros) com 16 de magnitude, que emite radiação rádio, raio X e visível em cada 0.033 segundos.

Depois desta desilusão, mudei de tipo de objecto, porque a noite não estava muito virada para nebulosas, rumando para a constelação de Perseu de encontro ao Messier 35 (mag 5.2 Ø35'), sendo este um dos engraçados enxames abertos do momento. È bastante rico e concentrado conseguindo-se ver algumas dezenas de estrelas de magnitudes 6,7,8,9... (mais algumas com Radian), que fazem lembrar vagamente braços de uma espiral. Outro enxame aberto parecido em muitos aspectos é o NGC 1528 (mag 5.2 Ø35'), que também se pode dizer que é rico, mas mais espalhado, sendo algo menos impressionante devido às suas estrelas serem menos brilhantes.

Ia já todo lançado para a constelação do Cocheiro (Auriga), quando uma camada de nuvens de grande altitude começou a encobrir praticamente tudo, terminand assim a sessão. Foi pouca coisa, mas foi o que se pode arranjar...

Pátio 19

2001.02.02
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
2 Fev 2001 22:30 a 23:45 UTC
Magnitude zénite: +-3 Antoniadi: II. Lua em quarto crescente
Temperatura: amena
Meade ETX90EC Nagler 7mm (180x 28') e Barlow 2x Celestron Ultima
Manual de campo " Atlas of the Moon" de Rukl

Com a Lua nesta fase, pouco sobra no céu para observar, excepto a própria Lua, e como já não a observa-a há algum tempo fui fazer um pequeno "tour" ao longo do terminador. Mas não antes de dar uma olhadela a Saturno e Júpiter com os quais a Sra Lua formava uma "zig-zag". Em Saturno embora a 180x (nagler) a imagem "tremilicava" um pouco, mas ainda foi possível reparar na Cassini e na sombra dos anéis. Em Júpiter a imagem estava muito má a 180x, com muito pouco contraste devido à proximidade da Lua. Como estava com uma preguiça transcendental, nem a Radian fui buscar e lá apontei o ETX para a Lua.

Quando observo a Lua, geralmente vou de pólo a pólo, seguindo o terminador e à medida que vou subindo (ou descendo), vou procurando a página do Atlas de Rukl com a área em vista. Desta vez comecei pelo Sul.

O Sul da Lua está crivado de crateras, tendo crateras para todos os gostos e feitios. A Clavius (Rukl1 225 Km) que embora não seja uma cratera mas sim um planície ladeada de montanhas, é particularmente interessante por ter no seu interior seis crateras que formam um arco crescente, começando na Rutherford (48x54 Km) e seguidas por tamanho decrescente pela Clavius D, C, N, J e JA. Também no seu interior foi possível observar outra meia-dúzia de crateras mais pequenas e em certas zonas uma espécie de picado que provavelmente seriam crateras bem mais pequenas e juntas. Na borda tem a cratera Porter (52 Km).

Subindo mais um pouco, damos obrigatoriamente com a Tycho (Rukl10 85Km e 4850m de profundidade). Nesta fase lunar não apresenta os característicos sistema de raios que a tornam tão notória e espectacular na Lua Cheia, este raios podem ser seguidos até a uma distância de 1500 Km! e pode-se dizer que foi um "estalo" relativamente recente com "apenas" 100 milhões de anos, dando realmente aquele aspecto de embate bastante recente. Esta cratera é muito proeminente, com montanhas centrais de dimensão apreciável e uma superfície algo irregular. Logo abaixo e ligada por duas pequenas crateras estava a bastante menos impressionante cratera Street (58 Km).

Dando uma rápida passagem pelo Mare Cognitum "Conhecido", que foi baptizado com este nome depois da sonda Ranger 7 ter usado a técnica de alunagem semelhante à a Mars Polar Lander - "crash-landing" :), e que foi responsável pelas primeiras imagens em directo da superfície lunar. O crash foi perto da cratera Kuiper (6.8 Km/1330m).

Continuando a subir, chegamos ao Mare Insularum (mar das ilhas), em qual alunaram (desta vez sem se estragar nada) a sonda Surveyor 3 e posteriormente a expedição Apollo 12. Embora não fosse muito notório, este mar é conspurcado por vários montinhos e pequenas cratera, das quais se destacam a A, B e C que servem de apontador para os "landing sites" dos aparelhos atrás mencionados. Nas primeiras missões Apollo, a rapaziada da Nasa não arriscava muito, escolhendo sempre mares e zonas relativamente regulares e isentas de crateras. È notável como eles conseguiram alunar bastante perto da sonda, visto que a conseguiram recuperar e tiveram de ir a pé, porque ainda não tinham aqueles famosos "rovers". Não, não consegui ver a bandeira.....;).

Quando dei por ela, já a Lua estava a ser eclipsada por uma chaminé, dando a expedição por prematuramente terminada.

Pátio 20 - Planetas e Céu profundo

2001.02.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
10 Fev 2001 19:30 a 22:40 UTC com pausa para jantar
Magnitude zénite: +-4 Antoniadi: II. Temperatura: amena. Fumo de chaminés
Meade ETX90EC, Panoptic 19mm (66x 1°), Nagler 7mm (180x 28'), Radian 14mm (89x 40'),
Microguide 12.5mm (100x 25')

Depois desta já demasiado longa temporada sem se praticamente poder fazer observações, finalmente lá veio uma noite para tirar a barriga de misérias, mas que infelizmente acabou com a Lua fazer das suas. Mas com a ajuda do Autostar, deu para observar/anotar um quantidade apreciável de novos objectos.
Ao fim da tarde ninguém poderia deixar de notar em Vénus: está com um brilho impressionante, um bocado para o fora de normal, sendo logo eleito o primeiro alvo da sessão.

Vénus

Embora às 7:30 ainda estivesse "alto", o simples facto de o estar a observar com o telhado de uma casa vizinha por baixo não deixava que a imagem se mantivesse quieta, mesmo a 180x a imagem estava suficientemente recortada de um crescente cada vez menor (em relação à observação anterior). Eu achei a figura do terminador um pouco estranha, assim um bocado para o bicuda nas extremidades, que segundo o que li posteriormente no The Planet Observer's Handbook de Fred W. Price, parece ser um fenómeno para o qual ainda não existe explicação definitiva. De resto, não assinalei qualquer outro detalhe.

Júpiter e Saturno

Ainda andam lá por cima e sempre prontos a dar algumas novidades. No momento da observação, estava a decorrer o trânsito da sombra de IO que se encontrava já a meio caminho e a cortar caminho ao logo da SEB (South Equatorial Belt). Ainda estive a apreciar por uns bom 10 minutos a cena, que dava a sensação 3D devido ao facto do satélite e sombra estarem próximos. Interessante. Saturno ainda apresentava a já curriqueira sombra dos anéis, e os ditos cujos com a Cassini. Alguns vizinhos mais curiosos aproximaram-se para ver o que é que se passava por ali, e aproveitei para lhes apresentar este planeta que é sempre um sucesso de bilheteira. Nas palavras de um deles :"Ah, são uns anéis... e tem uma bola lá dentro!" e quando lhes disse que estava a 1 mil milhões de quilómetros exclamaram "Eia, tão longe..." e começavam a olhar para o ETX de soslaio, e a dizer que aquela coisa deve ter sido cara....

Depois dos planetas fui executar o tour que programei para a :

Orionte (Orion)

Binárias

Comecei pela a Mintaka (34 Delta Orionis 2* m2.0,6.9 Sep:52.6 PA:359) que é uma estrela com uma companheira deveras distanciada azulada. Seguida pelo Trapézio (41 Theta 1 Orionis) do qual se via as 4 estrelas mais brilhantes embora tentasse ver a quinta (E) que infelizmente não consegui. a Iota (44 Orionis m2.8,7.3 Sep:11.3 PA:141) que está bem acompanhada por estrelas brilhantes. A Sigma (48 Orionis 2* ABxC:m4.0,10.3 Sep:11.4 PA:238) é apenas uma do lindo conjunto de binárias que existem perto, uma vista muito interessante.

OCP (Objectos de Céu Profundo)

Enxame aberto Cr 55 (NGC 1662 m6.4 s:20.0m n*:35 br*:8.3)
Enxame relativamente pobre do qual consegui contar 15* que lhe dá uma forma rectangular enviesado.

Enxame aberto e nebulosa NGC 1977 (m7.0 Ø20mx10m)
Interessante.

Enxame aberto NGC 1981 (m4.2 Ø25.0m n*:20 br*:6.3)
Enxame bem composto e grande. Consegui contar 15 estrelas que na variavam entre 6 e 9-10 de magnitude.

Nebulosa de Orion Messier 42 (NGC 1976 m4.0 sb11.0 Ø90mx60m) e Messier 43 (NGC 1982 m9.0 sb13.0 s:20mx15m)
Devido á P.L. não estavam com muito bom contraste, mas é sempre uma vista impressionante.

Nebulosa Messier 78 (NGC 2068 m8.0 sb12.0 Ø8mx6m)
Esta nebulosa revelou-se quase invisível, só sendo denunciada pela as duas estrelas de 10 de magnitude relativamente próximas (cerca de 57'). Necessita de céu bem mais escuro.

Enxame aberto Cr38 (NGC 2169 m5.9 Ø7.0m n*:30 br*:6.9)
Um enxame interessante, onde consegui contar um dúzia de * de 6 a 8 de magnitude.

Enxame e Nebulosa NGC 2175 (m6.8 Ø18.0m n*:60 br*:7.6)
Não notei a nebulosa, apenas uma dúzia de estrelas.

Cocheiro (Auriga)

Enxame aberto Messier 38 (NGC 1912 m6.4 n*:100 br*:9.5 Ø21)
Grande com muitas estrelas a partir de 7 de magnitude como que a desenhar tentáculos em espiral.

Enxame aberto Messier 36 (1960 m6.0 n*:60 br*:8.9 Ø12)
Menos estrelas e mais brilhantes e notoriamente mais pequeno.

Enxame aberto Messier 37 (NGC 2099 m5.6 n*:150 br*:9.2 Ø20)
É uma mistura dos dois enxames anteriores. Menos estrelas que Messier 38 e menos brilhantes do que em Messier 37.

Enxame aberto NGC 2281 (m5.4 n*:30 br*:7.3 Ø14)
Enxame jeitoso, algo concentrado no centro mas na generalidade esparso.

Gémeos (Gemini)

Esta constelação tem uma história com um enredo que nem um autor de novelas mexicanas seria capaz de imaginar: Ora bem, havia uma senhora chamada Leda que era casada com o Rei de Esparta, Tyndareos, que deu à luz Castor e Pollux. Mas por ter sido seduzida por Zeus (que era danado para a brincadeira) e por um milagre da genética de então, e sendo Pollux fruto dessa união, sendo portanto imortal, o que era uma consequência normal para os filhos de Zeus. Quando Castor morreu, Pollux não se dava lá muito bem com os outros deuses ia trocando lugares entre Olimpus e Hades - o mundo das trevas que é uma brincadeira muito frequente entre os gémeos (mortais). Se calhar é por causa desta história que Pollux é a alpha e não Castor que é a mais brilhante....

Estrelas Duplas

Sh 70 (15 Geminorum 2* m6.6,8.0 Sep:27.1 PA:204)
STF924 (20 Geminorum 2* m6.3,6.9 Sep:20.0 PA:210) - Duas estrelas quase gémeas
STF982 (38 Geminorum 2* m4.7,7.7 Sep:7.1 PA:145)
Castor (66 Geminorum 2* m1.9,2.9 Sep:4.0 PA:68) - Eis uma dupla de estrelas com um brilho intenso e muito juntas. Não consegui separá-las propriamente, mas dá para observar que tem uma forma alongada.

OCP

Enxame aberto Messier 35 (Cr 81 NGC 2168 m5.1 Ø28.0m n*:200 br*:8.2)
Este enxame é um daqueles obrigatórios, um mar de estrelas. É capaz de ser o enxame aberto mais impressionante do nosso céu. Com um campo de visão de um grau fica muito bem enquadrado.

Nebulosa planetária PK 197+17.1 ( NGC 2392 m8.6 sb6.8 Ø47sx43s br*:10.6)
Também conhecida por "esquimó" ou "palhaço" esta é uma das planetárias bem visível por pequenos telescópios. Tem uma estrela muito próximo que a torna mais fácil de encontrar e especialmente comparar. É uma pequena nebulosa acizentada redonda com a estrela central por vezes visível. Presume-se que que tenha cerca de 1700, tornando-a umas das mais jovens conhecidas, a nebulosa está a crescer 54 Km por segundo.

Caranguejo (Cancer)

Enxame aberto Messier 44 (NGC 2632 m3.1 Ø95m n*:50 br*:6.3)
É um enxame enorme que nem cabe no grau da 19mm

Enxame aberto Messier 67 (NGC 2682 m6.9 Ø30m n*:200 br*:9.7)
Enxame grande com estrelas brilhantes no seu centro, observei cerca de 20, tudo isto sobre um fundo que não se consegue resolver - presumivelmente as outras duzentas ;).

Cão Menor (Canis Minor)

NGC 2394 (Ø8 n*:14)
Um enxame sem classificação?! talvez seja um asterismo, mas interessante.

Unicórnio (Monoceros)

Enxame aberto NGC 2301 (m6.0 Ø12.0m n*:80 br*:8.0)
Enxame peculiar cujas as estrelas mais brilhantes fazem um recta norte-sul.

Pátio 21 - Imagens do Sol e manchas

2001.03.31
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
Meade ETX90EC

Sol em 31-Mar-2001
Sol em 2001-03-31
Projecção primária (prime focus)
800 ISO Exposição Auto - Sharp mask e correcção de cor.
Mancha "Baleia" em 31-Mar-2001
Mancha "Baleia" em 2001-03-31
Projecção de ocular 15mm 89x 800 ISO Exposição Auto correcção de cor

Pátio 22 - Melotte 111, Messier 53, Messier 3, Messier 13

2001.04.03
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
0:30 as 01:00 Locais (11:30 as 0:00 UTC)
Magnitude zénite: +-3 Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Nuvens altas e baixas
Lua a caminho do Quarto Crescente
binóculo Olympus EXPS 10x42, Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)

Micro sessão num buraco entre as nuvens, para matar um pouco a fome.

Cabeleira de Berenices (Coma Berenices)

Enxame aberto Melotte 111 (Cr 256) m:1.8 Ø275.0'
Enxame aberto que ocupa completamente campo do binóculo. Não se pode dizer que seja espectacular - é um amontoado disforme de estrelas relativamente brilhantes entre 4 e 5 de magnitude, talvez seja grande demais, mesmo para os binóculos. Este jovem enxame (500 milhões de anos) está a 260 anos-luz e é enxame mais perto do nosso sistema solar depois do enxame local da Ursa Menor e das Híades.

Enxame Globular Messier 53 (m:7.5 Ø12.6')
Pequeno mas perceptível junto à entre alfa e um par de igual brilho de estrelas.

Cães de Caça (Canes Venaciti)

Enxame Globular Messier 3 (m:5.9Ø16.2')
Grande e brilhante numa zona pouco populada de estrelas. Encontra-se bem, pois fica a meio caminho da Artcuro (Alpha Bootis) com a Cor Caroli (alpha Canis Venacitis). È o terceiro mais brilhante do Hemisfério Norte e está a cerca de 26000 anos-luz.

Hércules (Hercules)

Esta constelação ainda estava baixa, mas as muito semelhantes Nu1 e Nu2, separadas apenas por 6 minutos de arco apontaram o caminho para primeira olhadela do ano ao Enxame Globular Messier 13 (m:5.7 Ø16.6') - O maior dos enxames visíveis no hemisfério Norte. È uma grande e inconfundível mancha no lado direito do corpo de Hercules entre a Eta e a Zeta. Este enxame está a cerca de 21000 anos-luz e espalha-se por 140 anos-luz daí ser o mais aparentemente maior e mais brilhante.

Boeiro (Bootes)

A Arcturo é uma estrela laranja muito bonita e tem precisamente 0 de magnitude, estando acompanhada pela Eta (Muphrid) de 2.7 de magnitude e ambas estão a cerca de 36 anos-luz de distância. A constelação do Boeiro foi a terceira constelação que aprendi a reconhecer (depois das ursas), pois tinha uma forma que se assemelhava a um cone de sorvete ou com a forma de bacalhau (mais à portuguesa) e finalmente de papagaio de brincar com um "rabiosque" (eta). Depois vieram as nuvens...

Pátio 23 - Imagens do Sol

2001.04.09
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)

Sol em 09-Abr-2001
Sol em 2001-04-09
Projecção primária (prime focus
100 ISO Exposição Auto - Sharp mask e correcção de cor
Mancha "Baleia" em 09-Abr-2001
Mancha "Baleia" em 2001-04-29
Projecção de ocular 9.7mm 128x 100 ISO Exposição Auto correcção de cor

Pátio 24 - Messier 51, Messier 81, Messier 82, Messier 40, Messier 3, Messier 53

2001.04.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
22:30 as 23:45 Locais (21:30 as 22:45 UTC)
Magnitude zénite: 3 Antoniadi: II (estável).
Temperatura: amena. Nuvens altas e baixas
Lua a 90% e a nascer para o fim da sessão
Meade ETX90EC (hoje estava em noite sim),
Panoptic 19mm (66x 1°), Nagler 7mm (180x 28'), Radian 14mm (89x 40'), Microguide 12.5mm (100x 25')
Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)

A longa temporada de mau tempo parece estar a terminar. Embora a sessão não tenha tido nuvens nem baixas nem altas, não estava muito transparente, havendo neblina muito fina que de certo modo amplificava a poluição luminosa, daí a magnitude limite de 3. Mas por outro lado estava notavelmente estável, permitindo boas amplificações bem acima de 100x (a 7mm 180x quase a focar).

Leão (Leo)

Tentativa falhada de ver alguma galáxia nesta constelação nomeadamente as Messier 95, Messier 96 e Messier 105. Estas são todas de 9.3 de magnitude e acima e estavam bem mergulhadas nas luzes da cidade. bah...

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxia Messier ??1 (m:8.4 Ø9.0'x7.5')
Tive breves instantes de visibilidade desta galáxia. Detectável com visão indirecta e por tal não há muito a comentar.

Galáxias Messier 81 (m:6.9 Ø26.0'x14.0') e Messier 82 (m:8.4 Ø13.0'x6.0')
Já me estava a aborrecer não conseguir ver NADA, então lá apontei para estas duas galáxias que são sucesso garantido. A esta hora estava a transitar o meridiano dando duas das melhores observações a partir deste suburbano pátio.

Dupla estrela Messier 40 (m:9.0 Ø32.0')
A dupla estrela de 10 de magnitude com alguma nebulosidade (deve ter enganado o Sr.Messier). Fiz um sketch (fácil: duas estrelas próximas e mais duas ou três nas redondezas :)).

Depois, só para não dizerem que passei por lá e não disse "olá", fui tentar observar a planetária Messier 97, as galáxias Messier 108, Messier 109, Messier 101
pondo de um modo simples: continuam "invisíveis". É necessário céu bem escuro...

Cães de caça (Canes Venaciti)

Para começar, mal comecei pelas as galáxias Messier 63, Messier 94 e Messier 106: nada (com sotaque mexicano), rien, nyet.. Mas não queria acabar a noite só com desgraças e apontei para jóia da corôa desta constelação:

Enxame Globular Messier 3 (m:5.9Ø16.2')
Depois de o ter observado na anterior sessão com os binóculos, fui dar um olhadela mais de perto a este excelente globular. È muito brilhante, muito grande e redondo e tem um aspecto de um fino granulado. È notório a diminuição do brilho do interior para o exterior. A 180x, o granulado era mais aparente mas bem mais escuro, ficando o prémio para a 14mm que deu um bonito "quadro". Estive cerca de 10 minutos a desenhá-la. Este enxame é um dos membros do "Trio Maravilha" conjuntamente com o Messier 13 e Messier 92 que adornam esta parte do céu.

Cabeleira de Berenice (Coma Berenices)

Enxame Globular Messier 53 (m:7.5 Ø12.6')
Depois do Messier 3 este enxame sabe a pouco. Mais pequeno e menos brilhante, menos resolúvel. Tinha uma aparência nebulosa, e não me parecia tão redondo. Está acompanhado por um par de estrelas iguais, a algumas dezenas de minutos de arco. Apesar disso, acho que merecia gastar alguns minutos a desenhá-lo.

Observatório do Pinhal do Rei I - Sessão pública

2001.04.11
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
22:00 às 02:00 (locais)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena, depois da meia-noite começou a formar-se uma neblina fina e a Lua já a espreitar
Newtoniano Equatorial Meade Starfinder 10" e ocular de 25mm
Newtoniano Equatorial Meade Starfinder 8" e ocular 9mm
Refractor acromático Orion Short Tube 80mm f/5 (400mm) num tripé de fotografia (sem apontador)
SCT Meade LX200 10"
Ocular Pentax XL 14mm (Paulo Almeida)
Ocular Kasai (circle T) ortoscópica 12.5mm (Luís Carreira)
Binóculo Olympus EXPS 10x42

Sessão de observação no recinto do Observatório do Pinhal de Rei, e que agora até está alcatroado. As noites de observação parecem estar a voltar, e aqui este local é habitual ter céus de 6 de magnitude - o pior é as neblinas...

Chegando cerca das 10 horas, ainda se estava a montar os telescópios, e aproveitei o excelente céu (provavelmente magnitude 6) para visitar uma mão cheia de Messiers: Messier 35, Messier 36, Messier 37, Messier 38, Messier 42, Messier 44, Messier 67. Durante o resto da noite o binóculo serviram-me de apontador de substituição do starfinder de 10". Deu ainda para observar o duplo enxame de Perseu, Hyades e ainda os Messier 13, Messier 92 e Messier 3. O cometa C1/2001 A2 estava invisível por muito que olhasse para lá.

Orion Short Tube 80mm

Este pequeno refractor (como se o ETX90 fosse muito maior...), mostrou a meu ver o Objecto do Mês: O cometa Linear C/2001 A2 que neste momento passeia ao lado da constelação de Orion, mais precisamente junto à Saiph.
Embora já estivesse bem baixo, era bastante notório a 16x (25mm), ficando bem mais visível com a ortoscópica de 12.5mm (32x - mais contraste). Estimei o comprimento da cauda em 4 ou 5 minutos de arco. È o segundo cometa que observei num telescópio, e só por isso valeu a noite. Nota: é aproveitar nestes próximos dias pois daqui a uma semana será virtualmente impossível de observá-lo. Tendo estado meia-hora sozinho com este telescópio, aproveitei para dar uma ronda por alguns objectos de modo a avaliar melhor a sua performance. Comecei por Júpiter que nesta altura já estava a ser eclipsado por um pinheiro, mas a 32x (orto 12.5) deu para ver perfeitamente dois satélites (um outro, Io estava a transitar) e duas bandas equatoriais. Diga-se de passagem que os outros reflectores 6" e 8" não estavam a mostrar muito mais. A aberração cromática estava lá mas não era de escrever um postal para casa. A Orion já estava mesmo baixa, mas não impediu de ver claramente 3 estrelas do trapézio. O enxame aberto Messier 35 em Gémeos também estava excelente com a Pentax de 14mm. Na sua generalidade as estrelas estavam bem definidas e focadas, só sendo notório cromatismo nas estrelas mais brilhantes (ex: Sírio em Cão Maior). Fiquei impressionado, pode ser uma boa alternativa a um binóculo de igual abertura, com vantagem de poder ter diferentes amplificações.

Newtoniano Equatorial Meade Starfinder 10"

Telescópio de serviço às mais de 20 pessoas que visitaram o local, por tal não deu para ver grande número de objectos. Entre os quais destaco Júpiter, Nebulosa de Orion (Messier 42) e o Messier 13. Júpiter já estava baixo e por tal só se conseguia ver as duas bandas equatoriais, e um dos satélites (Io) a caminho do trânsito. Ganimedes e Europa estavam muito próximos um do outro. A nebulosa de Orion (Messier 42/Messier 43) mal cabia no grau disponibilizado pela a 25mm de serviço, mas deu para mostrar aos jovens irrequietos que por lá andavam o que uma nebulosa era. Este telescópio, embora com a colimação ligeiramente "off", mostrou o enxame globular Messier 13 com um resolução notável,(quase resolvido até ao núcleo), tive cerca de 10 minutos a apreciar o que 10 polegadas de abertura podem proporcionar... Usar este tipo de montagem constrói carácter :), faz-se tudo "à pata" e com o apontador "de 30mm da treta" que tem, só havia uma solução: apontar o tubo directamente.

Meade LX200 10"

Este telescópio já viajou mais que todos os LX200 portugueses juntos, e apesar dos abanões e do uso intensivo, ópticas de qualidade, são sempre ópticas de qualidade, apesar de um bocadinho para o empoeiradas. Depois de alinhar, a precisão "GOTO" deste telescópio é impressionante, consegue colocar praticamente qualquer objecto no campo da ocular (inclusive na de 12.5mm), mesmo dando quase uma volta completa ao céu. Nesta altura já se estava a formar uma neblina que fazia aumentar mais a poluição luminosa da praia de S.Pedro e da Marinha Grande. De qualquer modo deu para fazer os "4000 metros de Messier".

A lista de objectos observados:
Messier 81, Messier 82, Messier 51 e companheira NGC 5195, Messier 13, Messier 92, Messier 105 e companheira NGC 3384, Messier 65, Messier 66, Messier 104, Messier 97, Messier 95 e finalmente a Messier 96.

São quase todos são galáxias com excepção da planetária Messier 97 e dos globulares Messier 13 e Messier 92.

Galáxia espiral Messier 104 (m:8.0 Ø8.9'x4.1')
a galáxia do "Sombrero" que é grande, muito alongada e com um núcleo grande e muito brilhante. Um dos melhores exemplos de uma galáxia vista de lado.

A Nebulosa planetária Messier 97 (m:11.0 Ø3.4'x3.3') na Ursa Maior foi decepcionante. Pouco ou nenhum detalhe, sendo necessária mais magnificação (não havia disponíveis oculares de menor comprimento focal). Estou a ver que vai ser extremamente difícil de a observar no ETX e não passará provavelmente de uma estrela muito fraquinha.

Galáxia irregular Messier 82 (m:8.4 Ø13.0'x6.0')
È provavelmente uma das galáxias mais estranhas que se pode observar visualmente. È um grande risco grosso com textura irregular, e dá a sensação de ser maior que a vizinha Messier 82, embora, de facto não o seja.

Estrela dupla Castor (Alfa Gemini) (Mag1.9 e Mag2.9 sep:3.9")
As estrelas pareciam que tinham problemas capilares (bem felpudos) devido à já baixa altitude (turbulência) e talvez a alguma descolimação? - foi difícil de focar, mas no entanto separou.

Por fim, aguardamos que a Lua subisse mais um pouco mais para perdermos de vez a visão nocturna... e para começar a arrumar o local.

Pátio 25 - Messier 96, 51, 106, 64, 2, 10, 13 e 92

2001.04.14
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
00:30 as 01:45 Locais (11:30 as 00:45 UTC)
Magnitude zénite: 3 Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena
Céu pouco transparente com neblina que aumentava a P.L.
Meade ETX90EC , Panoptic 19mm (66x 1°), Radian 14mm (89x 40'), Kasai ortoscópica 12.5mm (100x 25')
Manual de campo Karkoschka

Preâmbulo

Mesmo com a magnitude limite de 3, existem sempre alguns objectos que valem a pena observar. A falta de bom tempo para observação obriga a "apanhar" todos os buraquitos que apareçam... e para ir dando rodagem à ocular nova - uma ortoscópica de 12.5mm, que está à espera que Marte se ponha a jeito.

Leão (Leo)

Esta constelação alberga meia dúzia de galáxias messier que nunca consegui observar, ou melhor, detectar com o ETX. Embora tenha opinião que sejam visíveis com um céu escuro, pois são todas de magnitude inferior a 10, possuem um brilho de superfície razoável e ao alcance do ETX. O que torna realmente complicado, é a constelação passar por cima do clarão da cidade de Leiria.

Dos Messier 95, Messier 96, Messier 65, Messier 66 e finalmente da Messier 105 apenas consegui detectar a galáxia espiral Messier 96 (m:9.3 Ø7.5'x5.0'), que não passava de uma pequena nebulosidade muito ténue, quase imperceptível - mas estava lá.

Cães de Caça (Canes Venatici)

Eis outra constelação que também tem uma mão cheia de galáxias messier e mais um enxame globular. Nesta tive um bocadinho mais de sorte.

A Galáxia espiral Messier 51 (m:8.4 Ø11.0'x7.8') e companheira NGC 5195 (m:9.6 Ø5.4'x4.3')
Estavam detectáveis, mais propriamente os seus núcleos. Com visão indirecta apenas se conseguia observar um pouco mais de nebulosidade.

A Galáxia espiral Messier 106 (m:8.3 Ø18.0'x7.9')
estava bem perceptível. Grande e parecia ter uma forma alongada, mas não consegui ver mais características.

Cabeleira de Berenices (Coma Berenices)

Galáxia espiral Messier 64 (m:8.5 Ø9.3'x5.4')
Esta galáxia é detectável com visão directa, pareceu-me grande e pouco arredondada. Também é conhecida pela galáxia "blackeye" devido a ter uma zona mais escura que parece um olho.

Ofiúco (Ophiuchus)

Já cansado de ver as ópticas sujas (ler galáxias), fui ver uns enxames globulares a esta constelação:

O enxame globular Messier 12 (m:6.8 Ø15.0') e o enxame globular Messier 10 (m:6.6 Ø15.0')
A descrição destes dois pode ser em conjunto pois no ETX são muitos semelhantes, quer no tamanho quer na resolução de estrelas - nenhuma. Aparência desinteressante especialmente face à "concorrência" nas vizinhanças.

Hércules (Hercules)

Para acabar bem a noite fui dar as minhas boas vindas a dois dos melhores globulares do nosso céu:

Enxame globular Messier 13 (m:5.7 Ø17.0')
O melhor exemplo deste tipo de objecto. A observação atenta e demorada, pode ajudar a resolver bastante estrels, mas de resto é um enorme bola de textura granulada. A 14mm deu um belo "quadro".

Enxame globular Messier 92 (m:6.4 Ø11.0')
Mais pequeno e menos brilhante que o anterior, mas com o núcleo aparentemente mais brilhante e concentrado. Consegue-se resolver mais estrelas que no Messier 13.

Observatório do Pinhal do Rei II

2001.04.18
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
23:00 às 01:20 (locais)
Magnitude zénite: 5 Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Muito nublado com algumas abertas e vento, muito vento
Orion Shortube 80mm f/5, Konus 70mm f/10 com diagonal e ocular Meade, Nagler 7mm

As condições atmosféricas realmente não ajudaram nada, mas montou-se o aparato na esperança de observar alguma coisa. Estava a pensar observar o cometa linear c/2001 A2 com o ETX, mas paciência.

Os poucos que se conseguiram ver entre as nuvens:

Messier 13
No Orion e com a ocular de 25mm (16x) quase que se podia passar por ele sem o ver. A magnificação utilizada requere alguma habituação, pois mesmo o Messier 13 é bastante pequeno e difuso. Com a Nagler 7 (57x), já mostrava a típica textura granulada e num tamanho decente, mas o tripé de fotografia no qual o telescópio estava montado parecia feito de canas verdes :).

Messier 44
O "Presépio" em Caranguejo esteve muito bem enquadrado a 16x, mostrando os típicos pares de estrelas. Deu para impressionar a meia dúzia de "caloiros" que por lá apareceram.

Messier 81/Messier 82
Estas duas galáxias da Ursa Maior foram perfeitamente visíveis, embora ténues a 16x, inclusive notava-se a forma rectangular da Messier 82. Alguns dos "caloiros" conseguiram observá-las. O campo de visão (3 graus) estava moderadamente populado de estrelas e as duas galáxias muito bem enquadradas, visto estarem distanciadas em 1 grau.

Houve ainda alguma actividade meteórica, incluíndo pelo menos dois, que se poderiam considerar "bólides". Um deles foi tão brilhante que se consegui observar mesmo com o céu completamente coberto.

Observatório do Pinhal do Rei III

2001.04.21
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
15:00 às 01:00++ (locais)
Magnitude zénite: 5 Antoniadi: III (estável).
Temperatura: +25 durante a tarde
Muito nublado com algumas abertas e vento
Meade ETX90EC, Orion Shortube 80mm f/5 em tripé,
Megrez 80 f/5,6 em montagem equatorial alemã, Meade LX200 10",
dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
um arsenal de oculares, webcam modificada, filtros solares 1000 Oaks e Baader
Luís Carreira, João Clérigo e Hugo Silva entre outros.

Foi um dia comprido, começando cerca das 15:00, ainda com céu sem quase nuvens nenhumas embora ventoso. Nada fazia antever que no início da noite acabasse por cobrir completamente. Neste caso eram mais telescópios que pessoas, tornando esta sessão um pouco fora de comum mas, no entanto interessante, porque deu oportunidade de fazer uma comparação directa de performance entre os diversos telescópios.

Durante a tarde o único astro observável era obviamente o Sol, que naquele momento apresentava três grupos de manchas solares, o maior dos quais que foi o maior grupo que observei até à data. Este grupo tinha uma distribuição interessante com a zona central "polvilhada" de pequenas manchas. Tive ocasião de observar o Sol nos 4 telescópios disponíveis inclusive com o filtro 1000 Oaks type 2+ e o filtro Baader que Hugo Silva fez para o seu Megrez 80mm. Por curioso que possa parecer, o detalhe visível era praticamente igual em todos os telescópios quer com o 1000 Oaks quer com o Badeer, inclusive no LX200 de 10", que apesar da abertura encontrava-se limitado pela a turbulência natural de um dia em que a temperatura estava bem alta.

solO filtro 1000 Oaks mostra o Sol cor de laranja claro, ao passo que o Badeer mostra em tons de cinzento. Tal característica, no meu ponto de vista, é secundária para quem observa, excepto que os tons cinzentos evidenciam uma outra menos desejável característica dos refractores - a aberração cromática - que embora no Megrez e Orion fosse noticiável, não era muito incomodativa, usando o 1000 Oaks nos refractores de certo modo disfarçava a aberração (amarela). No ETX e no LX simplesmente não existia.Resta-me salientar que o Megrez pareceu-me aguentar bem grandes magnificações, e que era notoriamente mais brilhante que o ETX com o filtro baader.

Durante a sessão fizeram-se uns filmes (AVI) do Sol com uma webcam modificada pelo Hugo, a Creative WebCam III, do qual se conseguiram extrair umas "frames" com detalhe até bastante aceitável. Já com o Sol a começar a mergulhar no mar a Oeste, arrumamos o material e fomos todos jantar, ao qual ainda se juntou o Pedro Pereira e colega que vieram de Aveiro para a Maratona de Messier. (O jantar foi um delicioso bacalhau com natas).

Chegando perto das nove horas da noite ao Observatório, começou-se a montar o material para a planeada Maratona de Messier. As nuvens eram cada vez mais, e de maratona passou para corrida de obstáculos, pois a maior dificuldade era encontrar um buraco nas nuvens para conseguir por um visto na lista de objectos a observar.
Sem grandes pressas, ainda deu para riscar cerca de meia dúzia de objectos e alguns trocados:

Os manuais de campo utilizados foram os Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)e "Observar o céu profundo" de G.Almeida e P.Ré.

Eis a minha lista:

Cocheiro (Auriga)

Messier 36, Messier 37, Messier 38

Orionte (Orion)

Messier 42, Messier 43, Messier 76 (invisível)

Caranguejo (Cancer)

Messier 67, Messier 44

Gémeos (Gemini)

Messier 35 e nebulosa planetária do esquimó

Leão (Leo)

Messier 96, Messier 95 e Messier 105 estavam invisíveis.
Messier 65 e Messier 66 (invisíveis)

Ursa Maior (Ursa Major)

Messier 81, Messier 82

Cães de Caça (Canes Venatici)

Messier 51 e companheira

Hércules (Hercules)

Messier 13 e Messier 92

Lira (Lyra)

Messier 57

Estive conjuntamente com o Hugo, a fazer uma comparação directa do ETX (60x) vs Megrez (50x) no enxame globular Messier 13. Ambos mostravam praticamente a mesma resolução e brilho, com ligeira vantagem do Megrez em ambas as categorias. Em galáxias, o Megrez ganhou em todas as frentes (gasp..). O ETX estava com a ocular Intes Wide (70graus) de 21mm e o Megrez com a Vixen Lanthanum de 9.5mm. A Intes é extraordinariamente pequena tendo em conta a distância focal e campo aparente, bem mais pequena e leve que a Panoptic de 19mm, mas no entanto pareceu-me ter boa performance.

O reflector dobsoniano de 20cm do Pedro Pereira, mostrou ter uma muito boa performance óptica, revelando os Messiers (e alguns NGCs nas vizinhanças) com bastante facilidade. Por exemplo, o Trio de Leão cabia todo no mesmo campo e eram de visão directa. Na Messier 51 deu sinais de revelar a estrutura em espiral. Achei a montagem dobsoniana muito prática e simples de manejar. No que diz respeito ao "setup" é só o tempo de colocar o tubo óptico na caixa e está pronto a ser utilizado. Também estava equipado com um Rigel Quickfinder 1x que a meu ver é essencial para apontar _qualquer_ telescópio manualmente. Com a devida prática, e algum conhecimento do céu, é extremamente rápido apontá-lo para qualquer objecto e tendo um generoso espelho de 20cm, torna-se mais fácil encontrar objectos, tais como as galáxias de Messier que são de longe mais brilhantes. Também lá estiveram dois Meade LX200 de 10" em modo GOTO, portanto a meu ver "extra" competição, mas de qualquer modo interessante para comparações directas.

De resto, foi pena as condições meteorológicas não colaborarem, e também por não ter tido muito afluência - uma dúzia de pessoas no máximo. Enfim, fica para a próxima...

Observatório do Pinhal do Rei IV - Maratona de Messier e Sol

2001.04.25
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
23:50 às 01:20 (locais)
Magnitude zénite: 5 Antoniadi: III (+-estável)
Temperatura: amena
Muito enublado com algumas abertas onde calhavam com duração de 2 a 5 minutos
SCT LX200 16" em montagem equatorial controlado por AstroArt 2.0 Deluxe
Vixen Superwide 32mm 2" (125,00 31'), Vixen Superwide 8mm 1.25" (500,00x 8') e Televue Panoptic 19mm (211x 18')

As condições atmosféricas não permitiram realizar a habitual sessão das 4ª feiras, pois para telescópios manuais, torna-se complicado observar/apontar para alguma coisa. As abertas eram frequentes mas de pouca duração, mas ainda deu para observar alguns objectos. Eis alguns dos objectos que mais me impressionaram:

Virgem (Virgo)

Galáxia espiral Messier 104 "Sombrero" (m:8.0 Ø8.9'x4.1')
Na Panoptic, esta galáxia deixava pouco espaço em redor - um "banho" de galáxia - a faixa de poeira equatorial que a atravessa de um lado ao outro era de visão directa. Muito alongada, grande e brilhante.

Galáxias em espiral NGC 4567 (m:13.1 Ø3.1'x2.2') e NGC 4568 (m:13.1 Ø4.6'x2.2') "Gémeos Siameses"
Galáxias interactivas que no seu aspecto geral (um pouco difuso) pareciam um croissant. Lá perto estava a galáxia NGC 4664 (m:11.2 Ø3.5'x3.5') , mais brilhante, mas mais pequena. Com um 16" tem-se tendência em tropeçar em galáxias :) - estão por todo o lado.

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxia espiral Messier 51 (m:8.4 Ø11.0'x7.8') e companheira NGC 5195 (m:9.6 Ø5.4'x4.3')
A 32mm revelava com facilidade a estrutura espiral desta galáxia - embora não fosse de visão imediata. O que a Messier 104 é "de lado" é a Messier 51 vista "de cima" - um espectáculo. Tentou-se em vão observar a "ponte" de ligação entre as duas galáxias, mas não se conseguiu.

Nebulosa planetária Messier 97 (m:11.0 Ø3.4'x3.3') "Nebulosa da Coruja"
Uma das minhas "cruzes" no meu catálogo de Messier através do ETX90. Pode-se dizer que é grande mas muito difusa. Não consegui discernir os "olhos da coruja" nem a estrela central.

Lira (Lyra)

Nebulosa planetária Messier 57 (m:9.4 86"x62") "Nebulosa do Anel"
A rainha das planetárias - na 8mm (500x) é simplesmente ENORME, embora com esta amplificação fosse difícil focar. Era no entanto notório muito detalhe no próprio anel e infelizmente a estrela central teimou em não aparecer :(.

Hércules (Hercules)

Enxame globular Messier 13 (m:5.7 Ø17.0')
Resolução total - com a 8mm consegue-se observar o espaço entre as estrelas - no núcleo!. Estrelas por todo o lado - notava-se certos padrões que se assemelhavam (com um pouco de imaginação). Este é um tipo objecto que se observa melhor ao vivo do que em imagens. Impressionante.

Marte

Marte ainda estava muito baixo à meia-noite e meia, e até ao fim da sessão o telescópio esteve para lá apontado aproveitando todas as abertas que surgiam. O planeta já tem um tamanho aparente bastante razoável mas a sua baixa altitude pouco deixou ver - apenas a cor laranja pálida e um auréola branca no pólo sul, que provavelmente era originada por turbulência atmosférica. A próxima oposição promete....

E ainda as minhas primeiras imagens digitais

Lua, Júpiter e Saturno em 25-Abr-2001 21:08
Lua, Júpiter e Saturno em 2001-04-25 21:08

Canon Powershot G1 - f3.2 8s 50 ISO
Lua, Júpiter e Saturno em 25-Abr-2001 21:10
Lua, Júpiter e Saturno em 2001-04-25 21:10

Canon Powershot G1 - f2.5 4s 50 ISO
Lua, Júpiter e Saturno em 25-Abr-2001 21:04
Lua, Júpiter e Saturno em 2001-04-25 21:04

Canon Powershot G1 -RAW f2.5 1s 50 ISO
Lua, Júpiter e Saturno em 26-Abr-2001 21:45
Lua, Júpiter e Saturno em 2001-04-25 21:45
Canon Powershot G1 -RAW f2.5 6s 50 ISO
Estavam umas nuvens a filtrar a Lua

Pátio 26- Messier 13, 92, 5, 3, 51, 57, 56, Epsilon Lyrae, Marte

2001.04.28
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
02:20 as 03:45 Locais (01:20 as 02:45 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: II (estável+)
Temperatura: amena. Céu transparente e estável
Meade ETX90EC, Panoptic 19mm (66x 1°), Radian 14mm (89x 40'), Kasai ortoscópica 12.5mm (100x 25'),
Nagler 7mm (180x 28'), Barlow Ultima 2x

Preâmbulo

Cerca das duas da manhã, estava a ver se encontrava alguma coisa na cozinha para roer quando me lembrei de ir ver como é que estava o céu... Este tipo de noites são raras aqui, neste suburbano e obstruído quintal. A amplificação utilizável podia ser a máxima teórica para o ETX90 (165x). A Nagler de 7mm, que em regra é "condenada" a observar da Lua, e raramente os planetas, devido à sua magnificação com o ETX de 180x teve uma noite em cheio...

Enquanto o ETX estabilizava (cerca de uma hora), fui observando os grandes enxames globulares que animam estas noites de Primavera.

Hércules (Hercules)

Enxame globular Messier 13 (m:5.7 Ø17.0') e enxame globular Messier 92 (m:6.4 Ø11.0')
Estes enxames estiveram particularmente bem (para um ETX90). Embora mesmo apresentassem a habitual textura granulada, era possível por breves instantes ver um bocado mais de resolução.

Cães de Caça (Canes Venatici) e Serpente (Serpens)

Enxame Globular Messier 3 (m:5.9Ø16.2') e Enxame Globular Messier 3 (m:5.8 Ø17.4')
Dois globulares muito semelhantes e interessantes.

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxia espiral Messier 51 (m:8.4 Ø11.0'x7.8') e companheira NGC 5195 (m:9.6 Ø5.4'x4.3')
Nesta altura estava praticamente no zénite. Em todas as oculares era visível os núcleos das duas galáxias e a área circundante algo difusa. Não foi observável qualquer estrutura.

Lira (Lyra)

Às três da manhã já se encontrava bem alta, e aproveitei para observar os meus objectos de teste de resolução e contraste favoritos.

Nebulosa planetária Messier 57 (m:9.4 Ø86"x62") "Nebulosa do Anel"
O buraco do anel era perceptível com todas as oculares e magnificações utilizadas. A minha preferida foi a 7mm (Nagler) que mostrava o buraco sem sombra para dúvidas.

4 5 Epsilon Lyrae (AB:m5.4,6.5 Sep:2.6" e CD:m5.1,5.3 Sep:2.3")
Separação perfeita - embora a 66x não fosse imediatamente perceptível. Nas restantes oculares de comprimento focal menor (14, 12.5 e 7 mm) as estrelas estavam perfeitamente separadas e distintas. Atestando assim um noite com muito boa transparência. A 7mm (180x) tinha uma focagem quase perfeita. Dai em diante a nagler passou a ocular de serviço.

Enxame globular Messier 56 ( mag 8.5 Ø7.1)
pouco definido e pouco brilhante, mas definitivamente granulado.

Marte

Este planeta a olho nu já tem um brilho intenso que rivaliza com a Antares (Alpha Scorpii). Mudando o telescópio de local, de modo a que tivesse uma linha de visão afastada o mais possível de telhados, lá o apontei e para grande espanto meu, realmente vi uma bola de tamanho apreciável, cor de laranja claro e com zonas escuras!. Era possível ver detalhe na superfície do planeta!. A zona escura tinha uma forma de crescente que se espalhava pela a superfície do planeta nas zonas equivalentes às temperadas. Usando o mapa da S&T de Maio, não consegui calcular qual o meridiano na altura, mas foi uma grande surpresa. Como a noite estava com pouco turbulência, experimentei várias combinações de oculares, sendo as vencedoras a ortoscópica 12.5mm+ Barlow 2x (200x) que deu a amplificação "óptima" seguida da Nagler de 7mm (180x).

Marte foi um dos primeiros objectos que observei quando comprei o ETX90 no Verão de 1999. Nessa altura, o planeta encontrava-se relativamente próximo da Espiga (alfa de Virgem) e o que na altura observei deixou-me um pouco desiludido - não passava de uma pequena bola laranja sem nenhum detalhe.

Nunca julguei ver este detalhe em Marte, que embora com o tamanho corrente 14" já é gratificante observá-lo. Só é pena não subir muito na nossa latitude (38.5 - 40), perdendo-se com certeza algum detalhe nos quilómetros a mais que atravessa de atmosfera em relação a latitudes inferiores. A observar sempre que se puder - vale a pena.

Pátio 27 - As primeiras imagens digitais do Sol e da Lua

2001.05.07
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
Meade ETX90EC, Canon Powershot G1

Sol em 07-Maio-2001
Sol em 2001-05-07 12:50 UTC
Afocal com ocular plossl de 40mm
Canon Powershot G1 F2.5 1/500s 50 ISO

e a primeira da Lua ...

Lua em 6-Maio-2001
Lua em 2001-05-06
Afocal com ocular plossl de 40mm
Canon Powershot G1 F2.5 1/500s 50 ISO

Pátio 28 - Imagem da Cratera Fernão de Magalhães

2001.05.11
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
Meade ETX90EC, Canon Powershot G1

Eis a "nossa" cratera Fernão de Magalhães 41 km de diâmetro. A de Colombo mais abaixo (71 km) é um bocadito maior...

Lua em 11-Maio-2001
Lua em 2001-05-11
Afocal com Radian 14mm + Barlow (180x)
Canon Powershot G1 F2.0 1/40s 200 ISO
Lua e Marte 11-Maio-2001
Lua e Marte 11-Maio-2001 01:43
Canon Powershot G1 -RAW f2.5 1s 50 ISO
Estavam umas nuvens a filtrar a Lua, o que deu um certo jeito para por maior exposição sem "queimar"

Pátio 29 - Lira

2001.05.14
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
Meade ETX90EC, Canon Powershot G1

Constelação de Lira 14-Maio-2001
Constelação de Lira 14-Maio-2001 01:47
Canon Powershot G1 -RAW f2.0 8s 400 ISO

ENA - Encontro Nacional de Astrónomos em Fátima

2001.05.20
Encontro Nacional de Astrónomos (ENA) em Fátima - Pátio do C.E.F (Centro de Estudos de Fátima)
O dia 19 todo e toda a madrugada do dia 20.
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: III (estável-)
Temperatura: amena. Céu praticamente limpo até o Sol nascer, sem humidade
Meade ETX90EC , Megrez 80mm, LX200 10" f/6.3, Dobson 8" f/6. ETX125 EC em montagem equatorial

Preâmbulo

ENAÈ sempre com agrado que recebo a notícia de mais um evento de astronomia, mais ainda, se for para ter continuidade nos anos vindouros. Este primeiro encontro teve a "benção" de S.Pedro, que fez com que nem uma nuvem marcasse presença - sorte de principiante - hehe.

Infelizmente, só pude chegar depois das 5h da tarde, perdendo grande parte das palestras, apenas assistido à palestra do A. Cidadão acerca do estudo dos Planetas e a palestra do Lino Tinoco e Pedro Pereira sobre um interessante paralelograma binocular ABMM (Amateur Binocular Mount Making),ENA que relativamente pouco dinheiro, concorre directamente com outros.

Durante a tarde esteve disponível um LX200 de 10" com filtro solar, para mostrar a já costumeiras manchas que ainda continuam a salpicar o nosso Sol. Marcaram também presença, as lojas de artigos Galáctica Messier 51 e a Brightstar, com exposição e venda diversos telescópios, binóculos, oculares, filtros, livros, entre muitas outras coisas.

1ª sessão (até ao jantar)

ENAMesmo antes do jantar, já com o Sol a desaparecer no horizonte, houve oportunidade de observar o Planeta Júpiter, no qual ainda foi possível observar pelo menos dois cinturões e três satélites. Mais acima, a 3 ou 4 graus estava o sempre complicado e de breve aparição Mercúrio, que embora existisse muita turbulência atmosférica era notória a sua fase (praticamente em Quarto Crescente).

PS: Os bifinhos com natas estavam deliciosos....

2ª sessão (até à chouriça assada)

ENAComeçou-se pelas habituais "gemas" - a grande planetária Messier 57 em Lira, o grande globular Messier 13 em Hércules, as inseparáveis galáxias Messier 81 e Messier 82 na Ursa Maior e pela galáxia espiral Messier 51 (e companheira) em Cães de Caça. Estes objectos podem manter entretido o pessoal visitante durante um hora ou duas.

ENAO planeta Marte começou-se a observar provavelmente um pouco de cedo demais (muito baixo cerca da 1h da manhã), mas o seu brilho intenso "obrigou" a dar umas espreitadelas durante toda a noite. Tive então oportunidade de experimentar alguns filtros que de certa forma melhoram o contraste das zonas escuras do planeta que de qualquer modo eram visiveís a todos os que tiveram oportunidade de observar por qualquer um dos telescópios presentes o ETX90, ETX125 e o LX200 10".
Curiosamente houve uma altura em que os três telescópios estiveram apontados para o mesmo objecto - A nebulosa planetária Messier 27 - onde que embora fosse até bastante visível no ETX90, a diferença de brilho era notória... PS: Para quem tiver curiosidade de saber que marcas de albedo no planeta Marte eram aquelas: no hemisfério Sul era a zona do Mare Erythraeum no Hemisfério Norte era a zona do Mare Acidalium. De resto, ainda deu para observar uma mão cheia de objectos, essencialmente de Messier - Messier 11, Messier 4, Messier 80, Messier 8 na zona de Sagitário e Escorpião, Messier 29 e Messier 39 em Cisne, incluíndo a dupla de Albireo, Messier 56 e dupla-dupla de Lira e finalmente um asteróide (Pallas) e o planeta Urano (muito pequeno).

3ª sessão (até ao Sol nascer...)

ENAJá com o corpo aconchegado, fomos (agora cerca de meia dúzia de resistentes) fazer tempo para ver a passagem da ISS (estação espacial) que estava e prevista para as 4:02 da madrugada e que não falhou - Fizemos a "aquisição" na zona da Ursa Menor, acompanhado-a pela Cassiopeia até mergulhar a Nordeste uns minutos depois. A magnitude pode ter chegada a -3 ou -4. No binóculo era uma luz alongada. No minuto seguinte, assistiu-se a um flare de Iridium de grande intensidade - talvez maior do que a da ISS.

Retornando aos telescópios, apontou-se para a Galáxia de Andrómeda Messier 31 e satélite Messier 32, que já estavam altos até Vénus estar a uma altura suficiente de ser observado. Vénus estava à semelhança de Mercúrio, com uma fase quase "de Quarto". Já com o céu a Este a começar a ficar azul iniciou-se a arrumação dos telescópios e assim se passou o 1º ENA...

Pátio 30 - Dobson 8", Messier 13, 92, 81, 82, 51, 57, 56, NGC 6543, 5195 e Marte

2001.06.07
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
22:30 as 00:30 Locais (21:30 as 11:30 UTC)
Magnitude zénite: 3 Antoniadi: III (estável-)
Temperatura: amena, céu praticamente limpo. Lua tinha acabado de nascer
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28'), ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26')
filtro Lumicon deepsky e barlow Ultima 2x
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)deluxe, Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)

A Lua, o céu nublado, e as luzes das casas vizinhas não tem ajudado muito os diversos "First Lights" da minha última aquisição. O céu quando limpo, não ia para além dos 4 de magnitude no zénite, o que em nada ajuda a busca de objectos com um telescópio manual e por agora, apenas equipado com o Quickfinder.

Mas nesta quinta-feira, a Lua só nascia às 10 horas da noite, e apesar de se conseguir ver poucas estrelas, aproveitei para dar uma olhadela a velhos conhecidos fáceis de encontrar.

Hércules (Hercules)

Enxame globular Messier 13 (m:5.7 Ø17.0')
Praticamente resolvido em toda a sua extensão, e bastante impressionante na nagler de 7mm, enchendo grande parte da imagem com muitas centenas de estrelas. Devido à magnitude limite e à Lua já estar a nascer, o contraste não era muito (céu pouco escuro).

enxame globular Messier 92 (m:6.4 Ø11.0')
Bastante mais pequeno que o Messier 13, mas com núcleo bem concentrado e brilhante, mas em grande parte resolvido.

Dragão (Draco)

Nebulosa planetária NGC 6543 (m:8.3 Ø22.0"x16.0" c*:10.9) "Olho do Gato"
Esta planetária, também chamada "Olho do gato" (cat's eye), é muito brilhante e aparentava ser um disco quase perfeito. O brilho era uniforme em toda a sua extensão. Lá perto estava uma estrela de magnitude semelhante, não notando no entanto, mais nenhum detalhe adicional. Estima-se que estrela central está entre 2000 a 3000 anos-luz e começou a perder gases há cerca de 1000 anos.

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxias Messier 81 (m:6.9Ø26.0'x14.0') e galáxia irregular Messier 2 (m:8.4 Ø13.0'x6.0')
Apesar das condições, eram ambas as galáxias eram visíveis no campo da Panoptic de 19mm. A Messier 82 aparentava ser maior.

Cães de Caça (Canes Venatici)

Galáxia espiral Messier 51 (m:8.4 Ø11.0'x7.8') e companheira NGC 5195 (m:9.6 Ø5.4'x4.3')
Ambos os núcleos visíveis, com alguma nebulosidade a rodeá-los. Detalhes dos braços provavelmente só em céu bem mais escuro.

Lira (Lyra)

Nebulosa planetária Messier 57 (m:9.4 Ø86"x62") "Nebulosa do Anel" - Um anel cinzento enorme na Nagler 7mm sem sombra para dúvidas, bastante mais evidenciado usando o filtro deepsky da lumicon. De soslaio deu para ver uma estrela de magnitude 12.

Enxame globular Messier 56 (m:8.3 Ø7.1')
Este pequeno e pouco brilhante enxame, apresentava-se com muito poucas estrelas resolvidas, quase nebuloso. Provavelmente por ser constituído por estrelas a partir de magnitude 11 não ajuda muito...

Marte

A turbulência atmosférica era grande, mas eram bastante notórias as marcas escuras da superfície, especialmente a Syrtis Major. O brilho do planeta é intenso para um telescópio de 20cm. A combinação ganhadora foi a ortoscópica de 12.5mm + Barlow 2x que em muitos breves momentos deu imagens claras do planeta. Está-me a parecer que tenho de comprar uns poucos de filtros de coloridos....

Aproveitei ainda para fazer algumas imagens da Lua e de Marte com a Canon G1, que estavam bastante próximos um do outro.

Conjunção Lua Marte
Lua e Marte 07-Junho-2001 01:16
Canon Powershot G1 -RAW f2.0 8s 400 ISO

Pátio 31 - Messier 57, 56, 29, 27, 94, 3 e NGC 6826

2001.06.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
01:15 as 02:00 Locais (11:15 as 01:00 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu praticamente limpo (grande aberta)
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28'), filtro Lumicon deepsky Sky
Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)

Aproveitando uma grande aberta nestes atípicos dias de Verão, usei o Dobson de 200mm para ver pela a primeira, alguns objectos.

Lira (Lyra)

Esta constelação já estava bem alta, e aproveitei para para dar uma olhadela rápida nos Messiers desta constelação.

Nebulosa planetária Messier 57 (m:9.4 Ø86"x62") "Nebulosa do Anel"
Estando o céu ligeiramente mais escuro que nas sessões anteriores, esta planetária "saltava" do meio das estrelas, a combinação da Radian (87x) e filtro deepsky resultou numa paisagem impressionante.

Enxame globular Messier 56 (m:8.3 Ø7.1')
Esta foi a melhor a observação até ao momento deste objecto, que embora não tenha a espectacularidade dos grandes enxames, ganha pela a sua localização num campo de estrelas bem rico. Tinha um aspecto granular com talvez uma dezena ou duas de estrelas resolvidas. Apesarde não ter estrelas brilhantes perto, é bastante fácil de encontrar a "olho": basta traçar entre uma recta entre a Sigma de Lira e a Albireo (Beta de Cisne), estando exactamente a meio dessa recta.

Cisne (Cygnus)

Logo abaixo da Lira, estava a constelação de Cisne que, é a meu ver uma das constelações "multi-usos", sendo muito interessante à vista desarmada, binóculos e telescópio, pois passando lá o plano galáctico (braço da Via láctea) é um ninho de estrelas e enxames abertos.

Gamma Cygni (Sadr)
Gamma Cygni (Sadr)
Canon Powershot G1 f2.5 8s 400 ISO
Area da Sadr com muitas estrelas e muitas áreas "nebuladas"

Enxame aberto Messier 29 (m:6.6 Ø7.0')
È um pequeno e brilhante conjunto de cerca de uma dúzia de estrelas branco-azuladas, que se destaca desta algo confusa área do Céu. As estrelas mais brilhantes (entre 8 e 9 de magnitude), dão-lhe uma forma mais ou menos quadrada (trapezóide). Está situado a 7200 anos-luz e seu tamanho estima-se em 15 anos-luz um luminosidade de 50000 sois.

Nebulosa planetária NGC 6826 (m:8.8 Ø27"x24") "Blinking Nebula"
Planetária situada na ponta da asa direita do Cisne, bem mais pequena que a Messier 57, mas no entanto mais brilhante. O disco da nebulosa é praticamente perfeito, o que a baixa amplificação, dificulta a sua localização, parecendo um estrela ligeiramente desfocada. Uma vez encontrada, é só utilizar mais amplificação para revelar bem melhor a nebulosa. Não consegui observar a estrela central de 11 magnitude, porque entretanto pôs-se um nuvem entre nós. O efeito "blinking" - (ver nebulosa - ver estrela alternadamente) não me pareceu evidente.

Estrela dupla Albireo (Beta Cygni)
A mais bonita dupla para pequenos telescópios. Ilustra muito bem a diferença de cores que as estrelas podem ter. Têm magnitudes de 3.09 e 5.11 e estão separadas por 34.3 segundos de arco. Presume-se que este par esteja a 410 anos-luz, e que a distância entre elas seja no mínimo de 55 sistemas solares (Burnham's).

Raposa (Vulpecula)

Nebulosa planetária Messier 27 (m:8.8 Ø8'x5.7') "Dumbbell Nebula"
Planetária vista de lado e com grande tamanho aparente, com forma rectangular arredondada, parecendo ter sido arrancada à dentada dois bocados, assemelhando-se vagamente a um sino. Está localizada numa zona moderadamente populada de estrelas. Situa-se a cerca de 900 anos-luz, e estima-se que tenha 2.5 anos-luz de extensão. A sua estrela central de 13.5 não foi observável. Uma das jóias do céu de Verão.

Cães de Caça (Canes Venatici)

Constelação vizinha da Ursa Maior, bem modesta com apenas duas estrelas brilhantes.

Galáxia espiral Messier 94 (m:8.1 Ø11.0'x9.1')
Galáxia pequena e redonda, com núcleo bastante intenso e com alguma nebulosidade em redor, mas com pouca estensão. Assemelha-se em formato a um exame globular sem nenhuma estrela resolvida.

Enxame globular Messier 3 (m:5.9 Ø16')
Este enxame é muito brilhante e grande, e em grande parte fica resolvido, sendo um dos mais espectaculares de observar, a par do Messier 13. Mas é, no entanto um bocado complicado de encontrar. Nesta noite as únicas estrelas visíveis nas proximidades era Cor Caroli (alfa de CVn) e a Arcturo (alfa de Boeiro) que distam de 26 graus!. Bem, é muito simples, traça-se uma recta entre estas duas estrelas e fica sensivelmente a 40 porcento da distância partindo da Arcturo, é um salto grande, mas chega-se lá, e vale a pena o esforço. Digna de nota, fica também a Cor Caroli que é uma dupla estrela com magnitudes de 2.9 e 5.6 separadas por 19.3 segundos de arco. Messier 3 está entre 35000 e 40000 anos-luz e tem um tamanho de 220 anos-luz.

Pátio 32 - Messier 108, 40, 53, 102, NGC 622, 6210 e 6503

2001.06.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
22:30 as 0:30 Locais (21:30 as 11:30 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu praticamente limpo
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

2ª sessão de observação neste Domingo solarengo. Só vou descrever os novos objectos observados.
Depois de me ter convencido a mim próprio que tinha de observar as listas de Messier, Caldwell e a Herschell 400 todas simultaneamente (sem GOTO), vou ter que arranhar um bom bocado: são perto de 600 objectos, fora os biscates.

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxia Messier 108 (m:10.0 Ø8.3'x2.5' sb:13.2)
Esta é uma galáxia ténue graças ao seu baixo brilho de superfície, mas no entanto grande. Formato alongado, faz de vertice num triângulo com duas estrelas de 7 e picos de magnitude.

Dupla estrela Messier 40 (m9.0 e m9.3 mag sep:50")
Duas estrelas apenas, sem nenhuma nebulosidade. Messier catalogou este objecto porque houve outro colega que disse que havia lá uma nebulosidade, ele próprio só viu duas estrelas.

Cabeleira de Berenices (Coma Berenices)

Enxame globular Messier 3 (m:7.5 Ø13')
Enxame moderadamente brilhante e na generalidade razoavelmente resolvido.

Hércules (Hercules)

Enxame globular NGC 6229 (m:9.5 Ø4.5')
Pequeno enxame, que dava sinais de querer resolver a 180x. O aspecto granulado fazia lembrar o aspecto dos globulares bem mais brilhantes no ETX90 (ex:Messier 13).

Nebulosa planetária NGC 6210 (m:8.8 Ø48"x8")
Pequena e brilhante planetária com algumas estrelas de 7 de magnitude e menos por perto. Deu algum de trabalho a encontrar por não haver muitas estrelas brilhantes lá perto.

Dragão (Draco)

Esta a constelação tem sempre visita obrigatória à planetária NGC 6543, que entretanto li que está praticamente situada no Polo Norte Galáctico.

Galáxia NGC 6503 (m:10.2 Ø6.2'x2.3' sb:12.9)
Pequena e ténue galáxia alongada, sem mais nenhum detalhe adicional a reportar.

Galáxia NGC 5866 (Messier 102) (m:10.0 Ø5.2'x2.3' sb:12.6)
Esta é a galáxia que se pode "arranjar" porque Messier a catalogou a Messier 101 duas vezes, e esta é a galáxia mais notória perto da Messier 101. É relativamente brilhante e um pouco "desengonçada", pareceu-me ter falhas. Duas estrelas de 11 e 12 magnitude megulhadas na nebulosidade.

Observatório do Pinhal do Rei V - Sessão pública

2001.06.13
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
23:00 às 02:00 (locais) (22:00 as 01:00 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Céu completamente limpo
2 (dois) Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Nagler 7mm (174x 28') filtro Lumicon deepsky Sky
Também esteve à disposição o Meade StarFinder de 10" e um binóculo com tripé

Mais uma sessão das Quartas-Feiras no recinto do Observatório do Pinhal do Rei, na qual, o LX200 de 16" esteve a acompanhar o planeta Marte, transmitindo em simultâneo para a Internet. Para além de apontar para as "gemas" do momento para os visitantes apreciarem, os diversos tipos de objectos (Messier 57, Messier 13, Messier 27, Messier 81 e Messier 82, Messier 51 entre outros), aproveitei esta excelente noite, para apontar para alguns objectos que nunca tive oportunidade (ou condições) de observar.

Ursa Maior (Ursa Major)

Galáxia Messier 101 (m:7.7 Ø27.0'x26' sb:14.7)
Galáxia bastante difícil de observar em céus menos escuros devido ao seu baixo brilho de superfície. È muito grande, e com uma forma em oval, ocupando provavelmente um quarto do campo da ocular de 19mm (1 grau), apresentando uma superfície pouco definida. Estima-se que esteja a 15 milhões anos-luz e 90 mil anos-luz de diâmetro.

Nebulosa planetária Messier 97 (m:9.9 Ø3.4'x3.3')
È uma planetária bem grande, aliás, tão grande que até pensei que fosse uma galáxia. É necessário vê-la pelo menos uma vez para se saber o que se anda à procura :). É um disco nebuloso quase perfeito, mas bastante ténue. Em céus menos escuros, passa-se por ela sem se dar conta. É umas planetárias mais próximas de nós, a cerca de 3000 anos-luz. É também possível ver a galáxia Messier 108 no mesmo campo da ocular (1 grau).

Hércules (Hercules)

Galáxia NGC 6207 (m:11.6 Ø3.3'x1.2' sb:11.7)
Esta galáxia encontra-se no mesmo campo de 1 grau do enxame globular Messier 13. Sabendo exactamente onde se localizava _talvez_ a tenha visto (um definitivo talvez). Como diria o Carlos Reis, consegue-se ver porque sabemos que está lá... de qualquer modo é sempre bom saber onde ela está :)

Cisne (Cygnus)

Nebulosa planetária NGC 6826 (m:8.8 Ø27"x24") "Blinking Nebula"
Revisitei esta curiosa planetária juntamente com o Hugo Silva para observar o efeito "blinking". Realmente é engraçado ver a nebulosa a desaparecer e a reaparecer, bastando para ir alternando em olhar de lado e directamente. O efeito é particularmente notório a 170x (Nagler 7mm).

Sagitário (Sagittarius)

Antes de observar Marte dei uma volta por esta constelação que tem tanta coisa para ver, que apenas me limitei a vaguear com o telescópio por lá, assistindo a um desfile de enxames globulares (Messier 22 (enorme) e Messier 18 (bem mais pequeno)) e grande nebulosas (Messier 8 (impressionante) e Messier 20 (igualmente impressionante)) entre muitas outros objectos que agora já não me recordo.

Marte

Marte tinha voltada para nós a face particularmente "despida" de detalhes escuros, salientando-se apenas uma longa risca no hemisfério Sul que segundo o Mars Previewer II correspondia aos Mare Cimmerium, Mare Sirenum e Tritonus Sinus. No Hemisfério Norte havia uma pequena mancha correspondente a Chaos e à extensão Hyblaeus. A 170x a imagem apesar de "ondulante" tinha momentos de nitidez, a 200x (Ortoscópica 12.5mm+barlow 2x) estava até bastante aceitável, mas o seu seguimento já era problemático. Notava-se uma fina faixa esbranquiçada no terminador do Polo Sul, que provavelmente eram nuvens, ou a calote (menos provável).

Pátio 33 - Messier 104, 63, 5, 10, 12, 71, 4 e 80

2001.06.16
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
22:30 as 2:00 Locais (21:30 as 01:00 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu limpo, com períodos de grande nebulosidade
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
, Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Virgem (Virgo)

Apesar de no meu pátio a visibilidade desta constelação seja muito afectada pela poluição luminosa, os objectos mais brilhantes ainda são visíveis.

Galáxia Messier 104 (mag:8.5 Ø8.9'x4.1 sb:12) "Sombrero Galaxy"
Galáxia brilhante, bastante elongada numa área com algumas estrelas brilhantes de 7 de magnitude que se pode encontrar num dos vértices do triângulo equilátero formado pela Spica (alfa) e pela Porrima (gama). Com melhores céus, talvez fosse possível ver a banda escura longitudinal que a atravessa. Estima-se a 40 milhões anos-luz e com 82000 anos-luz de extensão.

Cães de Caça (Canes Venatici)

Depois da visita obrigatòria a Messier 51 e a Messier 4, que são as galàxias mais brilhantes desta constelação, fui à caça da:

Galáxia Messier 63 (mag:8.6 Ø12.0'x7.6 sb:13.4) "Sunflower Galaxy"

É pequena, oval com núcleo pequeno mas bem visivel, com certeza que o termo "girassol" aplica-se apenas a imagens. Não detectei mais nenhum detalhe. Faz vértice num triângulo formado com Cor Caroli (alfa) e beta. Estima-se a 35 milhões anos-luz e com 90000 anos-luz de extensão.

Serpente (Serpens)

Enxame globular Messier 5 (mag:6.0 s:12.0 )
Excelente globular, praticamente resolvido a 87x em toda a sua extensão. Nùcleo concentrado. Este globular está um bocado longe de estrelas brilhantes mas vale a pena o esforço. Situa-se a cerca de 26000 anos-luz, e é considerado um dos mais velhos globulares conhecido, com mais de 10 mil-milhões de anos de idade.

Ofiúco (Ophiucus)

Enxame globular Messier 10 (mag:6.6 Ø15.0)
Aparência granular e concentrada, mas no entanto com persistência consegue-se resolver algumas dezenas de estrelas. Está a 22000 anos-luz

Enxame globular Messier 12 (mag:6.8 Ø15.0)
Semelhante ao seu vizinho Messier 10, mas menos concentrado, menos brilhante e com menos estrelas resolvidas. Está a à mesma distância de Messier 10 e a separação entre eles estima-se em 2000 anos-luz

Seta (Sagitta)

Enxame globular Messier 71 (mag:8.0 Ø7.2)
Globular com forma irregular, com muito poucas estrelas resolvidas, e sem concentração no núcleo. Ganha interesse por estar num campo populado de estrelas. Fácil de encontrar. A sua classificação como globular ainda é um bocado duvidosa, porque é um pouco metálico para globular (as estrelas de globulares não têm grande concentração de metais) e não tem concentração típica no núcleo. Estima-se a 18000 anos-luz e tem 30 anos-luz de extensão.

Escorpião (Scorpius)

Enxame globular Messier 4 (mag:5.8 Ø26)
Outro excelente e gigantesco globular, que embora afectado pela P.L não deixou de resolver centenas de estrelas. Pouco concentrado, com resolução de estrelas mais ou menos uniforme em toda a extensão, sendo um mar de estrelas mais ou menos espaçadas. Estã localizado junto à Antares (alfa). È um dos globulares mais próximo de nós estando somente a cerca de 6000 anos-luz.

Enxame globular Messier 80 (mag:7.3 Ø8.0)
pequeno e concentrado, com muito poucas estrelas resolvidas. Está a cerca de 36000 anos-luz e tem 50 anos-luz de extensão.

Pátio 34 - Messier 106, 107, 9 ,14, NGC 4449, 4490, 4244 e IC 4665

2001.06.17
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
23:00 as 0:30 Locais (22:00 as 11:30 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu limpo
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Cães de Caça (Canes Venatici)

Galáxia Messier 106 (mag:8.3 Ø18x7.9 sb:13.5)
Galáxia aparentemente grande, com núcleo algo brilhante, mas pouco mais a acrescentar

Galáxia NGC 4449 (mag:9.4 Ø5.1x3.7 sb:12.5)
Mais outra galáxia relativamente interessante num 20cm.

Galáxia NGC 4490 (mag:9.8 Ø5.1x3.7 sb:12.8)
Idem.

Galáxia NGC4244 (mag:10.1 Ø16x2.5 sb:14.0)
Galáxia muito pouco brilhante. Visível com observação indirecta.

Ofiúco (Ophiucus)

Enxame globular Messier 107 (mag:6.8 Ø15)
Aparência granular/difusa. Mais magnificação resolve algumas estrelas.

Enxame globular Messier 9 (mag:7.6 Ø9.3)
Aparência granular com alguma resolução. Pequeno.

Enxame globular NGC 6356 (mag:8.2 Ø.,2)
Perto do Messier 9. Granular sem resolução.

Enxame globular Messier 14 (mag:7.6 Ø12)
Aparência granular. Sem resolução a 66x.

Enxame aberto IC 4665 (mag:4.2 Ø70)
Enxame aberto próximo localizado a cerca de 1000 anos-luz. Algumas dezenas de estrelas espaçadamente distribuídas em todo o campo da ocular (1 grau).

Pátio 35 - NGC 6866, 6910

2001.06.18
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
23:00 as 0:00 Locais (22:00 as 11:00 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu limpo mas pouco transparente
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Cisne (Cygnus)

Enxame aberto NGC 6866 (mag:7.6 Ø7)
Enxame alongado com duas dezenas de estrelas, embebido numa ténue nebulosidade de estrelas não resolvidas. Lá perto estão alguns pares de estrelas relativamente brilhantes.

Enxame aberto NGC 6910 (mag:6.6 Ø8)
Enxame pequeno e relativamente interessante com uma dúzia de estrelas.

Pátio 36 - Conjunção Lua - Marte

2001.06.27
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)

Teste de composição de 2 imagens com exposição muito diferente.

Lua e Marte 06-Junho-2001
Lua e Marte 06-Junho-2001 01:58
Canon Powershot G1 -RAW f2.5 1s 50 ISO
Composição da Lua e Marte. Marte 8s e Lua 1/500s

Pátio 37 - NGC 6830, 6823

2001.06.29
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
00:00 as 1:00 Locais (23:00 as 1:00 UTC)
Magnitude zénite: 4 Antoniadi: III (estável)
Temperatura: amena. Céu limpo mas pouco transparente
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41') Nagler 7mm (174x 28'),
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Raposa (Vulpecula)

Enxame aberto NGC6830 (mag:7.9 Ø10)
Pequeno enxame arredondado, com aspecto granulado mas com uma dúzia de estrelas resolvidas.

Enxame aberto NGC6823 (mag:7.1 Ø7)
Enxame pequeno e nebuloso, com 3 ou quatro estrelas proeminentes no seu centro.

Observatório do Pinhal do Rei VI

2001.07.15
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
00:10 as 2:00 Locais (23:10 as 1:00 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Muita humidade
Depois das 2 horas a neblina tapou praticamente todo o céu
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'),
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Nada faria prever que depois de um autêntico dia de Outono, iria surgir um grande aberta de cerca de 5 horas. Depois de ter montado o telescópio no pátio pelas 11 horas, verifiquei que talvez valesse a pena ir até ao Recinto do Observatório, onde os céus costumam ter magnitude superior a 5, porque estava curioso de observar o Linear A2 nas melhores condições possíveis. Valeram a pena os 20km para cada lado...

A sessão começou por um pequeno "tour" por diversas constelações para ir fazendo tempo para observar o cometa o mais alto possível, antes da Lua nascer por volta da 1:53..

Revisitei a Messier 51 (que vale sempre a pena com céus escuros), Messier 63, Messier 94 e Messier 3 em Cães de Caça, O Messier 13 e Messier 92 em Hercules, a Messier 57 e Messier 56 em Lira, a Messier 71 em Seta, a Messier 27 em Raposa, Messier 29 e a "Blinking" em Cisne e os enxames globulares Messier 4 e Messier 80 em Escorpião. Posteriormente fui à caça de alguns bem menos notórios NGCs que fazem parte das listas de Messier, Caldwell, Dyer e Herschell 400.

Delfim (Delphinus)

Enxame globular NGC 6934 (mag:10.0 Ø5.9)
Pequeno enxame arredondado, com aspecto granulado, sem resolução de alguma estrela. Tem um estrela de 9.5 a 2 minutos de arco.

Enxame globular NGC 7006 (mag:10.6 Ø2.8)
Enxame muito pequeno, com núcleo bem perceptível, ainda tinha aparência globular. Este enxame é muito remoto, estando a quase 130000 anos-luz de distância.

Pégaso (Pegasus)

Enxame globular Messier 15 (mag:6.4 Ø12.3)
Enxame brilhante e concentrado com núcleo grande e denso, moderadamente resolvido a 89x. Está situado a 39000 anos-luz.

Galáxia espiral NGC 7331 (mag:9.5 Ø11.0x4.0 sb:13.5)
Galáxia notoriamente alongada e com núcleo brilhante também este alongado. Esta é uma galáxia semelhante á Andrómeda (Messier 31), mas 23x mais distante (50 milhões de anos-luz). A imagem desta galáxia é muitas vezes utilizada para mostrar qual a aparência da nossa Via Láctea a uma distância intergaláctica.

Aquário (Aquarius)

Enxame globular Messier 2 (mag:6.5 Ø12.9)
Enxame brilhante e concentrado com núcleo concentrado mas relativamente pouco brilhante, mas bem mais resolúvel que o vizinho Messier 15. Está situado a 50000 anos-luz.

Cometa Linear C/2001 A2ß

Ainda não tinha tido oportunidade de observar este cometa, mas nesta noite em particular era perfeitamente visível no binóculo 10x42, e posteriormente à vista desarmada portanto não tinha mais de 6 de magnitude. É uma imensa bola difusa com núcleo redondo, grande e brilhante mas igualmente difuso. Não detectei nada que se assemelha-se a uma cauda. Podia-se de certa forma confundir com a Messier 31, que aliás até confundi quando lá passei com o binóculo, pois não estava à espera de uma coisa tão grande. O cometa nessa altura estava entre duas estrelas de 9 de magnitude separadas por 16 minutos de arco, que deu para estimar posteriormente uma dimensão muito próxima desse valor. Estive cerca de 15 minutos a observá-lo a 66x, e deu para notar um pequeno deslocamento em relação a essas duas estrelas só nesse período. Impressionante. Depois, começou a nascer a Lua e o céu a começar a ficar coberto por neblina e nuvens, e foi altura de arrumar.

Observatório do Pinhal do Rei VII

2001.07.21
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
00:00 as 1:50 Locais (20:00 as 0:50 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Muita humidade. Depois das 1:45 horas a neblina e nuvens taparam praticamente todo o céu.
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'), Nagler 7mm (174x 28')
Bright Star Atlas (Tirion, Skiff)

Os bons dias para observação estão a chegar em força. Mais uma pequena viagem a S.Pedro de Moel e aos seus habituais céus escuros. Até perto da 1 hora estive mais o José Luís a satisfazer a curiosidade de dois jovens acerca dos objectos mais "mediáticos" que estavam no momento em exibição - Messier 13, Messier 57, Messier 27, Messier 51, Messier 31, dupla de Albireo e o Cometa Linear A2 que está cada vez menos brilhante.

Ofiúco (Ophiucus)

Enxame globular Messier 19 (mag:6.6 Ø14.1')
Enxame fácil de observar, ligeiramente alongado (que é raro), com aspecto granulado, com alguma resolução.

Enxame globular Messier 62 (mag:6.76 Ø14.0)
Enxame semelhante a Messier 19 no seu global, com núcleo mais concentrado. a 87x apresentava alguma resolução.

Enxame aberto NGC 6633 (mag:5.5Ø27.0')
Enxame grande e fácil de encontrar, com mais de 50 estrelas brilhantes. Este enxame e vizinhança precisam de mais campo (talvez 2 graus), para ser adequadamente apreciado.

Enxame aberto IC 4665 (mag:4.3 Ø41.0')
Enxame grande e visível à vista desarmada. Demasiado grande para o 1 grau da 19mm.

Serpente (Serpens)

Theta1 e Theta2 - (4.62 e 4.98 sep:22.4")
No "star-hopping" até ao enxame seguinte, passei por uma dupla de estrelas muitos iguais em magnitude e cor a theta1 e theta2 de Serpente que estão separadas por 22.4".

Enxame aberto IC 4756 (mag:4.6 Ø52.0')
Enxame muito grande visível a olho nu, com mais de 100 estrelas brilhantes. Este enxame é simplesmente enorme e mais adequado a binóculos, sendo no entanto, uma concentração de estrelas interessante.

Águia (Aquila)

Enxame aberto NGC 6709 (mag:6.7 Ø13.0')
Enxame fácil de observar, com cerca de 20 estrelas brilhantes, mergulhadas numa ténue nuvem de estrelas menos brilhantes (12 de magnitude e acima).

Observatório do Pinhal do Rei VIII

2001.07.28
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
00:30 as 1:10 Locais (11:30 as 0:10 UTC)
Magnitude zénite: 4.5 Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Humidade. Depois das 1:15 a neblina e nuvens taparam praticamente todo o céu
Meade LX200 16" f/10, Meade SuperWide 32mm (125x 32'), Vixen Superwide 22mm (182x 21'), Vixen Superwide 8mm (500x 8')
Carlos Reis e Luís Carreira

Pequena sessão com o telescópio do Observatório, apesar das condições de observação não terem sido as melhores.

Cometa Linear C/2001 A2

Vendo as coordenadas com o PalmPilot, fomos dar uma olhada a este cometa que está cada vez menos brilhante, mas ainda perfeitamente visível (com patrocínio das 16") e apesar da Lua naquela altura ainda não se ter ido deitar.

Enxame globular Messier 15 (mag:6.4 Ø12.3)
Enxame muito brilhante e concentrado. com núcleo grande e denso e algo irregular tendo zonas mais concentradas que outras. Completamente resolvido e definido a 500x, preenchendo completamente o campo da Vixen 8mm.

Enxame globular Messier 2 (mag:6.5 Ø12.9)
Enxame muito brilhante e concentrado com núcleo concentrado mas com brilho e estrelas mais uniformente distribuídas e praticamente resolvido até ao núcleo. Digno nota que o LX "enfiou" este enxame no campo da ocular de 8mm (500x e apenas 8 minutos de arco ) com GOTO directo.

Galáxia espiral NGC 7331 (mag:9.5 Ø11.0x4.0 sb:13.5)
Galáxia brilhante, notoriamente alongada e com núcleo brilhante, também este alongado e bem saliente. Esta é uma galáxia semelhante á Andrómeda (Messier 31), mas 23x mais distante (50 milhões de anos-luz). A imagem desta galáxia é muitas vezes utilizada para mostrar qual a aparência da nossa Via Láctea a uma distância intergaláctica.

Galáxia espiral NGC7332 (mag:11.0 Ø4.2x1.3 sb:12.5)
Galáxia brilhante, arredondada com núcleo condensado e brilhante.

Galáxia espiral Messier 31 (mag:3.5 Ø180.0x63.0 sb:13.4)
Deu para apreciar o enorme núcleo desta nossa gigantesca vizinha.

Nebulosa planetária NGC7663 "Blue Snowball" (m:8.3 Ø32"x28')
Planetária muito brilhante (mais brilhante que a Messier 57) e condensada, quase redonda. A 500x nota-se a estrutura anular, com o centro ligeiramente menos brilhante. A estrela central de 13.2 de magnitude não foi observável apesar dos esforços. Não me apercebi da cor azul - era mais para o cinzento claro (aço).

Nebulosa planetária NGC 6826 (m:8.8 Ø27"x24") "Blinking Nebula"
Esta planetária devia ser mais vezes observada nas sessões ao público porque o efeito "blinking" é realmente interessante, bastando para ir alternando em olhar de lado e directamente. A 500x o efeito é extremamente fácil de observar (acontece quase sem querer), mas com menos de metade da amplificação já é fácil.

Asteróide Pallas (m:9.8)
Este asteróide encontra-se neste momento a cerca 2.7 unidades astronómicas (404.3 milhôes km) na constelação de Hércules. É apenas um pequeno ponto com aparência estelar que no momento está na companhia de uma estrela de de 8.2 de magnitude.

A Oeste já a Lua estava praticamente a começar a desaparecer no mar, com um tonalidade castanho-avermelhada, e quando nos preparávamos para a observar, o céu começou a ficar implacavelmente coberto, terminando assim esta (infelizmente) pequena sessão.

Pátio 38

2001.08.05
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
22:00 as 0030 Locais (21:00 as 11:30 UTC)
Magnitude zénite: 4+
Meade ETX90EC, Philips Toucam pro

Aqui estão as minhas experiências com webcams, mais precisamente com a Philips Toucam Pro. Neste momento estou a utilizar o software de aquisição de video fornecido com a webcam (VRecord), e depois escolho a melhor frame com o Avi2Bmp.

O primeiro passo foi verificar se o ETX90 conseguia focar tanto em "prime-focus" (directamente no ETX) quer em projecção negativa (com Barlow 2x).

A webcam

Toucam
Toucam
Philips Toucam Pro - "Procura-se morta ou viva"
Reparar na solução de Hi-Tec da fitacola a agarrar a caixa de rolo fotográfico

A primeira dentro de casa

Como não tinha computador portátil, foi executado dentro de casa com ETX a apontar para uma lanterna da Rigel a cerca de 6 metros de distância. A imagem mostra um dos LEDs vermelhos: a da direita está na resolução original (640x480), a da direita foi multiplicada por 2 para comparar o tamanho relativo, pois foi feita a 320x240.

Aproveitei ainda para testar o "Astronomer's Control Panel" que funcionou perfeitamente, permitindo movimentar e focar o ETX à distância.

Toucam

De seguida fiz o primeiro teste no campo. Depois de ter arranjado um portátil emprestado, fui para o quintal tirar os primeiros AVI's para determinar qual era o campo real do CCD e fazer os primeiros testes de resolução e cor. Capturei uma série de AVI's de 3 estrelas duplas, fáceis de encontrar e brilhantes. A Dupla-dupla em Lira, a Mizar na Ursa Maior e a Albireo em Cisne.

O "aparato tecnológico"

Toucam Toucam
Feita no habitual pátio, o ETX parecia uma árvore de Natal
Felizmente a Toucam tem a luz de actividade vermelha

As primeiras imagens do céu

As cores de Albireo estão bastante fieis, mostrando bem a cor observada directamente por uma ocular. O quadrado a preto da figura toda corresponde ao campo real do CCD em "prime-focus". que são cerca de 10 minutos de arco (o que é um campo bastante pequeno), sendo por isso algo complicado de centrar com o ETX. Nota-se a "tentativa" de resolver umas das Epsilons, notando-se as estrelas um pouco alongadas.

Nenhuma das imagens teve qualquer tratamento, e foram feitas apenas de uma "frame" dos AVI´s. Os brilhos das estrelas estão proporcionais à sua magnitude.

albireo
Albireo
mizar
Mizar
mizar
Epsylon Lyrae

Mais quando arranjar outra vez portátil...

Observatório do Pinhal do Rei IX

2001.08.09
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
22:00 as 23:30 Locais (21:00 as 22:30 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Humidade. Depois das 11:30 nasceu a Lua
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'), ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26'), Nagler 7mm (174x 28')
e Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Depois de ter afinado o quickfinder em Marte, reparei que além de pouco ou nenhum detalhe, na sua superfície havia uma estrela de quase 9 de magnitude que estava muito perto do planeta, a cerca de 83", numa posição que podia ser a de um satélite. A noite prometia, mas infelizmente a Lua não daria muito tempo de observação de OCPs. Mas tinha-se que aproveitar, pois as noites para observação estão a ser muito escassas este ano...

Escorpião (Scorpius)

Enxame aberto Messier 6 (NGC 6405) "Butterfly cluster" mag 4.2 dim 15.0' classe III 2 p
Enxame também visível a olho nu com formato alongado, delimitado por 4 ou 5 estrelas mais brilhantes. Bastante interessante no campo de 40' da 14mm.

Enxame aberto Messier 7 (NGC 6475) mag 3.3 dim 80.0' classe II 2 r
Enxame visível a olho nu e de grandes dimensões, até demasiado grande para ser devidamente apreciado no 1 grau da Panoptic 19mm. Várias dezenas de estrelas com uma grande intervalo de magnitudes de 7..10.

Sagitário (Sagittarius)

È preciso ter cuidado para um observador não se perder por aqui, é simplesmente uma concentração de enxames abertos, globulares e nebulosas, tornando-se por vezes difícil identificar alguns objectos devido à sua proximidade.

Os três globulares seguintes encontram-se na base do pote de chá .

Enxame globular Messier 70 (NGC 6681) mag 8.1 dim 7.8' classe 5
Pequeno globular com textura granular na base do pote de chá.

Enxame globular Messier 69 (NGC 6637) mag 7.7 dim 7.1' classe 5
Pequeno globular com a aparência do Messier 70, mas mais brilhante e com núcleo aparentemente mais concentrado. Com a orto 12.5mm deu a impressão de resolver algumas estrelas nas bordas.

Enxame globular Messier 54 (NGC 6715) mag 7.7 dim 9.1' classe 3
Outro pequeno globular com núcleo concentrado e textura granular, sem qualquer resolução.

Subindo para tampa do "pote", já começaram a aparecer uns globulares mais jeitosos

Enxame globular Messier 28 (NGC 6626) mag 6.9 dim 11.2' classe 4
Pequeno, mas deveras mais interessante de observar que os três globulares anteriores. Núcleo bem demarcado e proporcionalmente grande, já começando a resolver bem as estrelas na borda a 89x.

Enxame globular Messier 22 (NGC 6656) mag 5.1 dim 24.0' classe 7
Globular visível a olho nu deveras espectacular no 20cm, é grande e com incontáveis estrelas. A 87x e 40' de campo é embasbacante, resolvem-se dezenas de estrelas no exterior do núcleo. Em termos de espectacularidade, está na categoria do Messier 13, embora se a sua declinação fosse mais alta, provavelmente era capaz de destronar o Messier 13 do lugar de "Rei dos globulares" nas nossas latitudes, pois acho-o um globular mais "bonito" e acessível para um 20 cm. A sua baixa concentração em muito ajuda o espectáculo, pois permite resolver mais facilmente estrelas em toda a sua área. Está a 10000 anos-luz e tem um diâmetro real de cerca de 80 anos-luz. Uma das "gemas"...

Enxame aberto Messier 25 (IC 4725) mag 4.63 dim 30.0' classe I 2 p
Enxame aberto muito esparso com muitas dezenas de estrelas com alguns grupos de estrelas espalhados em toda sua extensão. Está a uns meros 3000 anos-luz.

Nuvem de Estrelas Messier 24 (Mel 197) mag 4.0 dim 100.0'x100.0'
Este enxame pode ser visto a olho nu como uma pequena "nuvem" acima do "pote". Pondo de um modo simples: é um oceano de estrelas. E a razão para tal, é porque estamos a observar uma secção do braço inferior da nossa galáxia mais precisamente o Braço espiral de Norma. Ao passear-mos a 66x por esta nuvem nota-se falhas ou "buracos" devido à presença de nuvens de poeira. Presumo que seja impressionante em qualquer instrumento óptico. A distância das estrelas está compreendida entre os 12000 e 14000 anos.luz

Enxame aberto Messier 17 (NGC 6618) "Omega nebula" ou "Swan nebula" mag 6.0 dim 30.0'x30.0' classe III 3 m n
Impressionante nebulosa que até se assemelha a um gigantesco e brilhante cometa!. Estive bastante tempo a observar, com e sem o filtro Lumicon Deepsky (banda larga). O enxame não se pode dizer que fosse o mais impressionante, mostrando algumas estrelas na fronteira da nebulosa. Curiosamente, retornei diversas vezes a esta nebulosa. Objecto de "culto" daqui em diante. É a segunda nebulosa galáctica mais brilhante, só ficando atrás da Nebulosa de Orion (Messier 42/Messier 43) e está situada a 6800 anos-luz. Esta é das tais que precisa daqueles filtros OIII.

Enxame aberto Messier 8 (NGC 6523) "Lagoon Nebula" mag 5.0 dim 35.0'x50.0' classe E
Mais uma das maravilhas do nosso céu. Esta nebulosa e enxame é visível a olho nu como um pequena nuvem. A 66x e com 1 grau de campo de visão mostra uma nebula alongada "iluminada" por 2 ou três estrelas brilhantes, notando-se uma falha que a atravessa em toda a sua extensão. A estrela que a ilumina é 9 Sagittari, que apenas é 23000 vezes mais brilhante que o nosso Sol no espectro visível, sendo ainda 44x mais "brilhante" no espectro do ultravioleta. Está a 5200 anos-luz.

Enxame aberto Messier 20 (NGC 6514) "Trifid nebula" mag 6.3 dim 30.0'x20.0' classe n
Esta enxame com nebulosa de emissão e reflexão situa-se ligeiramente acima do Messier 8, sendo bem perceptível a nebulosidade, mas não as famosas poeiras que a dividem em três partes. De qualquer modo, a sua visualização directa não tem _nada_ mas mesmo nada a ver com as imagens. Estava a preparar-me para uma observação mais atenta na tentativa de "ver" alguns detalhes, quando fui "atacado" por uns faróis de um automóvel e terminei então a sessão (a minha). De qualquer maneira, a Lua já estava a nascer. Esta nebulosa está a 6700 anos-luz e pertence ao complexo de nebulosas e poeiras da Messier 8.

Ainda fiquei por lá mais uma hora a mostrar alguns dos objectos da "praxe" aos visitantes, que eram franceses (pai e filho de 12 anos) e indo ao mesmo tempo assassinando a Língua Francesa.

Outros acontecimentos dignos de nota, foram a passagem de satélites sobre a Messier 8 e a Messier 17. Também observei diversos meteoros e uma das maiores "fireball" que já presenciei até hoje - deixou um rasto de fumo numa extensão de 3 palmos (+- 50 graus) e era bem mais brilhante que a estrela Arcturo de Boeiro que serviu mais ou menos de referência, talvez tenha tido magnitude de -4 ou menos -5.

Pátio 39 Marte

2001.08.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
22:00 as 23:30 Locais (21:00 as 22:30 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Humidade. Depois das 11:30 nascéu a Lua
ETX90EC, Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41')

Marte 10-Julho-2001 21:27
Marte em 2001-07-10 21:27
ETX90EC e Canon Powershot G1
-RAW f2.5 1/4s 100 ISO
Projecção de ocular Radian 14mm (89x)
Nota-se a fase e alguma diferenciação no Polo Sul
Marte 10-Agosto-2001 21:10
Marte em 2001-08-10 21:10
ETX90EC e Canon Powershot G1
-RAW f2.5 1/2s 50 ISO
Projecção de ocular Meade 26mm (48x).
Nota-se a fase e alguma diferenciação no Polo Norte.
Marte estava nesse momento com tempestade

Observatório do Pinhal do Rei X

2001.08.14
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
23:00 as 02:30 Locais (22:00 as 01:30 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Humidade
Depois das 02:30 começou a nascer a Lua e a ficar novamente coberto
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'), Nagler 7mm (174x 28')
Karkoschka e o programa Planetarium no PalmIIIx

Existem noites que são completamente inesperadas, porque depois de durante o dia ter estado quase limpo, no começo da noite começou a ficar completamente coberto por sólida camada de nuvens. No entanto, reparei que estavam a "andar" a uma velocidade jeitosa e fui consultar o GIF (http://www.meteo.pt/sat_ani.html) do Instituto de Meteorologia (http://www.meteo.pt/), em que mostrava que era apenas uma fina barra (estimei em cerca de 300 km) de nuvens que mais hora menos hora acabaria por passar. E não é que passou mesmo! quando cheguei ao local já se conseguia ver céu limpo a Oeste. Foi uma questão de ir montando o telescópio, mesa etc... até ficar praticamente limpo. A noite estava muito transparente e simplesmente espectacular, o que tem sido raro por estas bandas.

Mas a observação não começou logo aí, de repente, apareceram 3 ou 4 automóveis carregadinhos de pessoas que queriam visitar o observatório, mas como tal não era possível, estive com eles durante cerca de uma hora "à la Astronomia de Verão". Eram mais de dez pessoas, a que se juntou posteriormente ainda outro grupo de 4 ou cinco pessoas. Este grupo de pessoas teve sorte em ter tido um espectacular céu de 6 de magnitude no zénite, e aproveitei para mandar uma "dica" que céus daqueles não se podem ter em povoações ou cidades e que a poluição luminosa em muito prejudica a observação astronómica..

Comecei por dizer onde estava a Ursa Maior, Ursa Menor e Cassiopeia e maneiras de descobrir a estrela Polar, passeando posteriormente pelos braços da Via Láctea de Cassiopeia até Sagitário. Depois, passamos para o telescópio em que mostrei o habitual enxame globular Messier 13 em Hércules, o planeta Marte que alguns tinham bastante curiosidade em observar e Messier 57 em Lira. Finalmente, depois de lhes indicar onde estava a galáxia de Andrómeda a olho nu, acabamos por observar a observar conjuntamente com as galáxias satélites Messier 32 e Messier 110 que estavam particularmente excelentes. Cerca da meia-noite foram-se embora (curiosamente só com mínimos ligados :) ) e lá comecei a minha demanda.

Capricórnio (Capricornus)

Capricórnio com detalhe para a posição do planeta Urano em 16 de Agosto;
Constelação de Capricórnio

Enxame globular Messier 30 (NGC 7099) mag 7.5 dim 11.0' classe 5
Enxame agradável com núcleo grande e concentrado (não resolvido) e objecto aparenta na sua globalidade resolução algo irregular, mas mais para o exterior. Era ligeiramente alongado.

Planeta Urano
Este planeta que está ligeiramente acima (2 graus) da Deneb Algedi (Delta Capricorni) que é a "Ponta do Corno" esquerda. A 174x (nagler 7mm) consegue-se observar perfeitamente um pequeno disco de 3.9" azul esverdeado. Este planeta está a uma distância 18.96 UA da Terra (2844 milhões de quilómetros) a luz "só" demora 2 horas e 30 minutos a cá chegar. Os satélites estão para além das capacidades de um telescópio de 20cm (o mais brilhante Titania tem 13.9 magnitude).

Capricórnio com detalhe para a posição do planeta Urano em 16 de Agosto
Constelação de Capricórnio com detalhe para a posição do planeta Urano em 16 de Agosto

Sagitário (Sagittarius)

Nebulosa planetária H 360 (NGC 6818) mag 10.0 dim 22'x15' classe 4
Planetária muito brilhante mas pequena com cor cizento azulada, mas já perceptível a 66x, óbvia a 87x, e com o centro ligeiramente mais enegrecido a 174x.

Galáxia Caldwel 57 (NGC 6822) "Barnard's Galaxy". mag 9.3 sup 14.2 dim 10 x 9 classe Ir+
A planetária anterior serviu de ponto de partida para este objecto extremamente difuso, mesmo para quem está habituado a ver objectos extremamente difusos (o ETX90 deu um bom treino nesse aspecto:)). Só a vi porque tinha a certeza absoluta que estava no campo da ocular (66x 1 grau). Pode-se descrever como uma muito (mas muito) ligeira nebulosidade, grande e só realmente noticiável com visão indirecta e movimentando o telescópio. Tem diversas estrelas sobrepostas. É necessário usar baixa magnificação e muita atenção para sequer detectá-la. Reconheço que desisti duas ou três vezes (indo ver outros objectos para animar e voltando lá novamente). Este é definitivamente um objecto só para entusiastas militantes. Esta galáxia irregular pertence ao Grupo Local e está 2.2 milhões de anos-luz.

Aquário (Aquarius)

Enxame globular Messier 72 (NGC 6981) mag 9.4 dim 5.9' classe 9
O menos brilhante globular do catálogo de Messier. Pequeno e com aparência nebulosa sem qualquer espécie de resolução, graças às sua estrelas de a partir de 15 de magnitude. Está situado a 56000 anos-luz.

Enxame aberto Messier 73 (NGC 6994) mag 8.9 dim 2.8' classe IV 1 p
A par da Messier 40 é um dos messier mais estranhos. È um asterismo de 4 (quatro) estrelas com 10., 10.5, 11.0 e 12.0 de magnitude que desenham um triângulo equilátero com um rabito num dos vértice (estrela de 12). Messier escreveu "Três ou quatro estrelas que parecem uma nebulosa à primeira vista" - é mesmo isso.

Nebulosa planetária Caldwel 55 (NGC 7009) "Saturn Nebula" mag 8.0 dim 28.1'x22.9' classe 4(6)
Nebulosa relativamente grande e brilhante com formato ligeiramente elíptico. Está a 2900 anos-luz. O nome "Saturno" veio das extensões observadas por Lord Rosse em 1850, fazendo-a assemelhar-se ao planeta Saturno.

Nebulosa planetária Caldwel 63 7293 "Helix Nebula" mag 7.3 dim 13 classe 4(3)
Este foi outro objecto extremamente difícil de encontrar, pois a sua baixa altitude e baixo brilho de superfície torna-a um bom desafio. Mas uma vez encontrada pode-se descrever como uma grande área arredondada, muito ténue, e sem qualquer espécie de estrutura visível. Talvez o centro ligeiramente mais escuro. Embora seja a planetária mais próxima do Sistema Solar (estima-se que esteja situada a 300 anos-luz), esse facto não parece ajudar em muito a sua boa visibilidade. Precisa de ser observada em latitudes menores.

Revendo alguns objectos, como por exemplo o Messier 2 em Aquário, Messier 15 e interessante galáxia NGC 7331 em Pégaso, fui até à Constelação de Andrómeda que já estava alta e aproveitei o bom céu para rever a Messier 31, Messier 32 e Messier 110.

Andrómeda (Andromeda)

Galáxia Messier 31 (NGC 224) "Andromeda Galaxy" mag 3.4 dim 178.0'x40.0' classe Sb
Este objecto quase que dispensa apresentações. Galáxia muito brilhante, gigantesca, com núcleo gigantesco, rodeado por uma nebulosidade que ia duma ponta à outra no campo da ocular de 19mm (1 grau). Todos adjectivos não podem deixar de ser superlativos quando estamos a descrever esta galáxia. Esta foi a minha melhor observação até à data (e já a vi dezenas de vezes em diversos telescópios). "Ex-libris" do nosso Céu. Está a 2.2 milhões de anos-luz e é a galáxia espiral mais próxima de nós.

Galáxia Messier 32 (NGC 221) mag 8.1 dim 8.0'x6.0' classe E2
Esta galáxia eliptica consegue-se observar no mesmo campo de 1 grau juntamente com a Messier 31. È a galáxia companheira mais óbvia, podendo ser detectada até por quem nunca viu uma galáxia. Pode-se descrever como uma área arredondada e com aspecto difuso, sem núcleo ou detalhe visível. Esta galáxia é ofuscada pela a grandiosidade da Messier 31, se estivesse noutro lado, podia-se dizer que era até bastante interessante. Tem 6000 anos-luz de tamanho e pelos vistos já foi parcialmente "devorada" pela a Messier 31.

Galáxia Messier 110 (NGC 205) mag 8.1 dim 17.0'x10.0' classe E6
Outra galáxia satélite de Messier 31. Também é visível num grau de campo conjuntamente com a Messier 31, mas não simultaneamente com a Messier 32. Embora tenha o mesma magnitude de Messier 32 é bastante maior (estando esse brilho espalhado por mais superfície), sendo por tal aparentemente mais ténue. No 20 cm, descreve-se como uma grande nebulosidade com formato oval sem qualquer detalhe digno de nota. Tem 12000 anos-luz de extensão (maior eixo) e está tamb+em deformada pela a Messier 31.

Nebulosa planetária Caldwel 22 (NGC 7662) "Blue Snowball Nebula" mag 8.3 dim 17'x14' classe4(3)
Grande e brilhante planetária com formato redondo com cor cinzento-azulada. A 174x ´nota-se o centro mais escuro, revelando a sua estrutura anular. Planetária bem interessante.

Enxame aberto Caldwel 28 (NGC 752) mag 5.7 dim 50.0' classe III 1 m
Enxame aberto enorme com cerca de 50 a 60 estrelas com magnitudes a partir de 8, que enche o grau da ocular completamente. A distribuição é mais ao menos uniforme mas bastante esparsa. Deve ser mais interessante num telescópio que dê mais campo real. É visível a olho nu, e localiza-se melhor partindo da Constelação de Triângulo.

Triângulo (Triangulum)

Galáxia Messier 33 (NGC 598) "Pinwheel Galaxy" mag 5.7 dim 73.0'x45.0' classe Sc
Galáxia grande e difusa em que praticamente só consegui observar a zona central, correspondente ao núcleo que tinha um formato oval. O seu baixo brilho de superfície, torna a sua observação possível apenas em noites bem escuras. Outra galáxia do Grupo Local (a terceira maior) e a segunda espiral mais próxima da Via Láctea, estando a 2.4 milhões de anos-luz e tendo uma extensão de 50000 anos-luz.

Perseu (Perseus)

Nebulosa planetária Messier 76 (NGC 650) "Little Dumbbell" "Cork Nebula" mag 11.0 dim 2.7'x1.8' classe 3(6)
Planetária ténue com format irregular e que realmente parece a Messier 27 (Dumbell), mas bem mais pequena e bem menos brilhante. Com um pouco de atenção nota-se os dois nódulos. Foi a primeira vez que a observei, pois é demasiado ténue para o ETX90, apesar de ter tentado diversas vezes.

Enxame aberto Messier 34 (NGC 1039) mag 5.2 dim 35.0' classe II 3 m
Enxame interessante, constituído por dezenas de estrelas entre 8 e 12 de magnitude espalhadas por quase toda ocular de 1 grau, nota-se pequenos agrupamentos produzindo um padrão vagamente raiado. Está situado 1500 anos-luz e tem 180 milhoes de anos de idade (muito recente).

Enxames abertos Caldwel 14 (NGC 869/884) "Double Cluster" mag 4.3/6.1 dim 30/30 classe I 3 r
Outro objecto que dispensa muitas introduções. Embora com 1 grau de campo real não se possa apreciar adequadamente, este duplo enxame, é, apesar de tudo deveras impressionante. O binóculo mostra melhor a sua grandiosidade, mas no telescópio consegue-se resolver centenas de estrelas em toda a sua extensão, especialmente nas regiões centrais. O NGC 869 está a 7200 anos-luz e tem cerca de 14 milhões de anos, ao passo que o NGC 884 está a 7500 anos-luz mas com apenas 6 milhões de anos. Portanto estamos a observar um duplo enxame óptico, mas de qualquer modo foram ambos formados na mesma nuvem de gás e poeiras e estão situados no Braço Espiral de Perseu.

E pronto, nesta altura só faltava 15 minutos até a Lua nascer, e já se estava a aproximar a Oeste uma nova camada de nuvens, passando o resto do tempo a passear pela constelação de Cassiopeia (que tem muito para ver) e a dar a primeira avistadela às Plêiades.
Ainda durante toda a sessão, vi cerca de um dúzia de meteoros, dois dos quais forma bem brilhantes que até deixaram rasto.

Observatório do Pinhal do Rei XI

2001.08.16
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
22:10 as 01:00 Locais (21:10 as 00:00 UTC)
Magnitude zénite: 5 Antoniadi: II (estável)
Temperatura: amena. Humidade. Céu praticamente limpo mas com uma ligeira neblina que tornou o céu pouco escuro
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'), Nagler 7mm (174x 28'),
Karkoschka e Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

A aproveitar mais uma noite limpa, para completar e rever mais alguns objectos em Sagitário, e ainda outros novos na constelação do Escudo (Scutum). A noite embora de magnitude 5 estava com pouco contraste, mas mesmo assim suficiente para uma boa sessão. Depois de revisitar Messier 0, Messier 8 e Messier 17, fiquei com a Messier 17 como favorito pessoal, parece mesmo um cisne, o filtro Deepsky da Lumicon fez um bom trabalho a realçar mais detalhe.

Sagitário (Sagittarius)

Sagitário/Escorpião
Imagem da área de Sagitário/Escorpião tirada com a Canon Powershot
no Recinto do Pinhal do Rei.
Marte é o ponto mais brilhante em cima e à direita

Enxame aberto Messier 23 (NGC 6494) mag 5.5 dim 27.0' classe III 1 m
Bonito enxame com diversas cadeias e grupos de estrelas uniformemente espalhadas. As estrelas têm magnitudes muito semelhantes e contam-se bem acima de 100. Um dos mais bonitos enxames abertos até à data. Está 2100 anos-luz e tem apenas 300 milhões de anos de idade.

Enxame aberto Messier 21 (NGC 6531) mag 5.9 dim 13.0' classe I 3 m
Este enxame está muito perto (meio grau) da "trifid" e pode-se descrever como um pequeno amontoado de estrelas brilhantes.

Enxame aberto Messier 18 (NGC 6613) mag 6.9 dim 9.0' classe II 3 p n
Este enxame situado perto da Messier 17, é pouco impressionante devido aos objectos e estrelas que populam esta parte do céu, o que torna um dos objectos mais complicados de encontrar. Duas dúzias de estrelas irregularmente espalhadas numa zona deveras populada de estrelas. Está a 4100 anos-luz.

Enxame globular Messier 75 (NGC 6864) mag 8.6 dim 6.0' classe 1
Pequeno globular com um núcleo muito brilhante, mas no entanto não apresenta nenhuma resolução que é devido a ser muito remoto pois está a acerca de 59000 anos-luz e as suas estrelas são a partir de 17 de magnitude...

Enxame globular Messier 55 (NGC 6809) mag 7.0 dim 19.0' classe 11
Globular de dimensões avantajadas mas muito pouco concentrado, com núcleo grande e muitas estrelas resolvidas e bem espaçadas (apesar do baixo contraste devido à sua altura no horizonte). O brilho é bastante uniforme, não havendo grande diferença de concentração de dentro para fora. A sua declinação (-30) é bastante baixa e está muito isolado em muitos graus de estrelas visíveis a olho, tendo por tal, demorado uns bons 10 minutos a descobri-lo. De qualquer modo valeu a pena pois é um enxame globular invulgar.

Serpente (Serpens)

Enxame aberto Messier 16 (NGC 6611) e nebulosa de emissão IC 4703 mag 6.0 dim 6.0' classe II 3 m
Enxame com nebulosa constituído por duas dezenas de estrelas brilhantes. Nota-se a nebulosidade e as zonas com poeira, mas nada que faça lembrar as espectaculares fotos. Decididamente vou ter que comprar um filtro OIII. Este enxame está situado no Braço Espiral Sagitário-Carina a 6500 anos-luz. As estrelas mais brilhantes do tipo O emitem os fotões ultravioletas que "iluminam" esta nebulosa.

Escudo (Scutum)

Enxame aberto Messier 26 (NGC 6694) mag 8.0 dim 15.0' classe I 1 m
Enxame aberto pouco impressionante ao telescópio, embora com algumas estrelas de brilho moderado num fundo algo difuso.

Enxame aberto Messier 11 (NGC 6705) "Wild duck cluster" mag 5.8 dim 14.0' classe I 2 r
Impressionante enxame aberto que se assemelha a um globular!, pois é muito concentrado e populado, mas no entanto resolvendo-se em inúmeras estrelas, e tem a particulariedade de ter uma estrela de 8.4 quase no seu centro. A sua concentração é devido a ser um enxame de meia idade com cerca de 250 milhões de anos de idade e a apenas 6200 anos-luz.

Enxame globular NGC 6712 mag 10.0 dim 7.2' classe 9
Pequeno e pouco brilhante mas com núcleo saliente. Sem qualquer resolução até a 174x.

Cisne (Cygnus)

Enxame aberto Messier 39 (NGC 7092) mag 4.6 dim 32.0' classe III 2 p
Enxame pouco interessante a 66x, sendo um grupo de estrelas brilhantes e espalhadas, em que algumas delas formam pares tem um triângulo de estrelas brilhantes a limitá-lo. Está a apenas 830 anos-luz.

Lagarto (Lacerta)

Esta pequena e pouco notória constelação é complicada de localizar, só a alfa é de magnitude abaixo de 4, as restantes vão até 5 de magnitude.

-Enxame aberto NGC 7209 mag 8.0 dim 25.0' classe III 1 p
Enxame relativamente interessante com algumas dezenas de estrelas, com arranjos curiosos. Tem uma estrela de 8.5 perto.

Enxame aberto Caldwell 16 (NGC 7243) mag 6.5 dim 21.0' classe IV 2 p
Mais interessante que o anterior, mas com grupos de estrelas espalhados de uma maneira que faz parecer vagamente um semi-círculo.

Observatório do Pinhal do Rei XII

2001.08.20
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
22:20 as 00:00 Locais (21:20 as 11:00 UTC)
Magnitude zénite: 5++ Antoniadi: III (estável-)
Temperatura: amena. Humidade. Céu praticamente limpo durante uma hora e meia
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'), Nagler 7mm (174x 28'), ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Depois de o dia ter ficado com céu limpo, uma pessoa fica sempre desconsolada quando ao cair da noite começa a encobrir, coisa que tem sido hábito nos últimos tempos - se não são nuvens, são neblinas. Depois de ter consultado a página do Instituto de Meteorologia, e mesmo notando algumas sombras suspeitas sobre o nosso território, mais precisamente na zona Centro, arrisquei, e tive a benção de uma aberta com cerca de 1 hora e meia.

Quando cheguei ao local às 10 horas, estava completamente coberto, mas como o vento estava forte aguardei durante 15 minutos, e de repente ficou um céu de 6 de magnitude à disposição. Sorte, tive muita sorte :). O som do Mar e dos aviões que passavam era especialmente notórios (atmosfera mais limpa ??)

Antes de ir á caça de objectos mais complicados, dei uma volta por uma dezena de messiers para "aquecer" a pontaria e lá fui tapar uns buracos da minha lista. Nota: as letras que antecedem os números significam o seguinte NGC - (N)ew(G)eneral(C)atalogue, (H)erschel, (M)essier, (C)aldwell e (D)yer

Escudo (Scutum)

Enxame aberto NGC 6664 (H 354) mag 9.0 dim 16.0' classe III 2 m
Ténue, mas grande enxame muito perto da alfa Scuti (via-se os dois à vontade em 1 grau), com duas dezenas de estrelas de magnitudes

Escorpião (Scorpius)

Enxame globular NGC 6144 (H 316) mag 11.0 dim 9.3' classe 11
Pequeno e muito ténue globular a cerca de 40' da Antares (alfa Scorpi). Só com visão indirecta e tirando a Antares do campo da ocular é que o consegui observar, apresentado então, uma textura granular sem qualquer vestígio de resolução de alguma estrelas.

Raposa (Vulpecula)

Enxame aberto NGC 6882 (H 366) mag 5.5 dim 18.0' classe II 2 p
, Enxame aberto NGC 6885 (C 37, H 367) mag 5.9 dim 7 classe III 2 p

Estes dois enxames estão pegados!. Não cheguei a perceber onde começava um e acabava outro. Mas o 6885 está centrado na 20 Vulpeculae embora não observasse nada de especial à volta dessa estrela. O 6882 tem algumas estrelas brilhantes e mais algumas de menor brilho numa distribuição irregular. O conjunto era visível a olho nu.

Enxame aberto NGC 6940 (H 372, D 106) mag 6.5 dim 31.0' classe III 2 m
Enxame que tinha categoria para entrar na lista de Messier. Consegue-se ver muitas dezenas de estrelas numa área de meio grau, sendo portanto até bem concentrado e com distribuição uniforme. O fundo aparenta ainda ter mais umas estrelas para resolver por maiores aberturas.

Enxame aberto Collinder 399 "Coathanger" "Brocchi´s Cluster" mag 3.6 dim 60.0' classe III 2 p
Enxame que mal cabe num grau, cuja distribuição de estrelas faz lembrar um cabide. O arranjo é bastante mais interessante no binóculo, sendo um dos meus preferidos.

Asterismo Collinder 399 "Coathanger" "Brocchi´s Cluster"
Asterismo Collinder 399 "Coathanger" "Brocchi´s Cluster"
Embora visualmente as cores das estrelas não seja muito perceptível,
a Canon captou bem as suas verdadeiras cores
(tipos espectrais verificados com o skymap pro)

Delfim (Delphinus)

Nebulosa planetária NGC 6905 (H 368) "Blue Flash Nebula" mag 11.1 dim 44"x38" classe 3(3)
Ténue, mas surpreendente planetária rodeada por 3 estrelas. O seu baixo brilho de superfície torna-a difícil de localizar. A 66x assemelha-se a uma estrela desfocada, o que na proximidade das outras três estrelas a fez denunciar. Usando mais magnificação, especialmente com a ortoscópica de 12.5mm já mostrou bem um ténue disco cinzento, mas com brilho não uniforme. A estrela central é de 13.9 portanto bem além do 20cm.

Perto da meia-noite começaram a vir novamente as nuvens e fui arrumando as coisas, não sem antes aparecerem as habituais visitas que desta vez eram um casal e filho de Lisboa, em que só tive tempo de mostrar o planeta Marte. Durante a sessão também observei meia dúzia de meteoros, um dos quais bastante lento e com rasto de fumo sendo mais brilhante que Marte. Também por duas vezes, satélites se atravessaram no campo da ocular, em que geralmente aproveito e faço o seguimento durante algum tempo.

Astrofesta 2001

2001.08.24
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
22:20 as 00:00 Locais (21:20 as 11:00 UTC)

A Astrofesta este ano teve muito pouca sorte, as nuvens e as neblinas impediram que se realizassem as habituais observações (ou demonstrações) astronómicas, que na minha opinião é uma das actividades principais para tal evento ter sucesso. Mas uma Astrofesta não é só olhar através de um telescópio, também é olhar para o telescópio propriamente dito. E disso havia lá muito para ver. Podia-se lá encontrar muitos tipos de telescópios (de diversas marcas), montagens, buscadores, oculares, filtros , e também livros e acessórios, que neste primeiro dia foram entretendo os relativamente poucos visitantes. Também importante, foi o encontro com colegas observadores em que se trocam impressões do último equipamento que se adquiriu, sobre os locais de observação ou algo tão estranho como a relação entre o tamanho do telescópio e o elevador do prédio onde o dono reside :). Não menos importantes são as palestras, que apesar deste ano não ter assistido a nenhuma, são sempre interessantes e abordam temas diversos mas acessíveis á generalidade dos visitantes.

Astrofesta 2001
A entrada na Astrofesta 2001 em Pinhal do Rei - Marinha Grande
A luz da imagem mostra bem os dias cinzentos...

O local

Cheguei ao local cerca da quatro meia da tarde, e já estavam montadas todas tendas dos comerciantes de artigos e instrumentos de astronomia. Estavam praticamente todos lá representados. Também lá se encontravam, as principais associações e organismos de astronomia amadora: A ANOA, APAA, Museu da Ciência, FISUA se não me escapa nenhuma.

Astrofesta 2001
Astrofoto
Astrofesta 2001
Brightstar
Astrofesta 2001
Galáctica Messier 51
Astrofesta 2001
Perseu

Também havia um bar/snack de dimensões generosas, à disposição dos visitantes que desejassem aconchegar o estômago. Bifanas e caldo verde eram prato do dia, e também tinha a para mim indispensável "bica". O recinto é alcatroado e delimitado por uma cerca de madeira, o que evita poeiras e local estável par a montagem de telescópios.

Astrofesta 2001
O bar da Astrofesta
Astrofesta 2001
O "camping"

A Astrolista também marcou presença, onde houve oportunidade de conhecer as caras por detrás dos emails, e identificar os seus membros com uns cartôes. Foi tirada uma foto de família com várias dezenas de membros.

Astrofesta 2001
A barraquinha da ANOA
Astrofesta 2001
O chapéu-de-sol da Astrolista

Também existia um anfiteatro numa encosta da areia, equipado com cadeiras com capacidade para mais de 100 pessoas sentadas onde eram feitas as palestras. Estava equipado com um ecrã gigante, mas infelizmente esqueci-me de fotografá-lo.

Infelizmente devido ao mau tempo não foi possível ver grande coisa no 1º dia, nem Sol, nem Lua. Com excepção de uma pequena aberta de meia hora perto das 2:30 da manhã em que foi possível ver 4 (quatro) Messiers, embora o único telescópio que estava montado (penso eu) fosse o meu pequeno ETX90, pelo menos houve cerca de uma dezena de resistentes que tiveram oportunidade de observar qualquer coisa. Os objectos foram o Messier 15 em Pégaso, a Messier 27 em Raposa e a Messier 31 e Messier 32 em Andrómeda. Serviu de consolação não ter chovido.

No 2º dia as condições já foram um bocado melhores e foi possível observar o Sol com algumas das suas manchas.

Astrofesta 2001
O Sol eclipsado por um pinheiro.
Tirada com Canon Powershot G1
com uma plossl Televue de 32mm no ETX90

Ainda durante o dia foi possível observar a Lua e as suas crateras. Nesta altura já estavam montados mais de uma dezena de telescópios. Também foi possível observar o planeta Marte.
Eis alguns que por lá andavam:

Astrofesta 2001
LX200 de 25 cm, ETX90 e Intes MN56 apontados para a Lua
Astrofesta 2001
A já habitual cadeira
Astrofesta 2001
Os enormes Meade Starfinder de 16" e LX200 de 12"
Astrofesta 2001
O sólido Tal de 110mm (presumo)
Astrofesta 2001
O Celestron Nexstar 5
Astrofesta 2001
Um Celestron G8 a observar o crepúsculo

Entre outros objectos, observou-se a dupla Albireo em Cisne e a Dupla-Dupla da Lira, Messier 13, Messier 57 e Messier 27.

Depois de cair a noite começaram a surgir neblinas que foram piorando até encobrirem completamente o céu. Foi pena, mas foram cerca de duas horas que deram para dar gosto ao dedo. Por mim ainda fiquei até às três e meia da manhã na conversa e á espera que surgisse uma pequena aberta para ver Saturno, mas paciência não houve mais nada para ninguém.

Neste eventos há ocasiões para ver objectos que normalmente que não são vulgares de se ver.

Astrofesta 2001
Ultra- leve onde viaja o colega Carlos Oliveira,
para tirar umas fotos aéreas do local
Astrofesta 2001
Nagler 31mm
Ocular gentilmente cedida pela Perseu e a mão e esforço pelo Hugo Silva

Pátio 40 - Lua e Marte

2001.08.27
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
20:00.20:30 UTC
Nuvens
Canon G1 e tripé.

Lua e Marte 27-Agosto-2001
Lua e Marte 2001-08-27 01:58
Canon Powershot G1 f2.5 8s 50 ISO

Aeródromo I - Vénus

2001.09.02
Aeródromo da Gândara do Olivais (39.77N 8.82W alt:52m)
03:30 às 04:00 UTC
Magnitude zénite: N/A Antoniadi: III (estável-)
Canon Powershot G1

Vénus em 02-Setembro-2001 04:52
Vénus em 2001-09-02 03:52 UTC
Canon Powershot G1 f2.5 8s 400 ISO
Estava a 1 grau de Messier 44, mas o luar e Sol quase a nascer não ajudaram

Observatório do Pinhal do Rei XIII

2001.09.15
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
00:00 as 02:30 locais (11:00 as 01:30 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: III (estável-)
Temperatura: amena. Humidade. Céu praticamente limpo com ligeira neblina
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'), Nagler 7mm (174x 28'),
ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26'), ortoscópica Kasai de 9mm (139x 19')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Finalmente uma noite decente para observação do espaço profundo, sem Lua e com condições atmosféricas razoáveis. Nesta sessão, aproveitei para fazer uma análise mais cuidada das duas mais recentes oculares ortoscópicas (12.5mm e 9.5mm), para um posterior comentário. Estive cerca de uma hora a compará-las em Messier 57, Messier 13, Messier 29 nas epsilon de Lira e finalmente Saturno.

Pégaso (Pegasus)

Galáxia NGC 7479 (C 44) mag 11.0 dim 4 x 3 classe SBb
Muito pequena e só realmente perceptível com visão indirecta. A mancha tinha formato alongado, não observando mais nenhum detalhe. Esta é uma galáxia com barra central que deverá ser perceptível com aberturas de 25 cm e acima.

Galáxia NGC 7814 (C 43) mag 10.5 dim 6 x 2 classe Sb
Mais perceptível e maior que a anterior galáxia. Forma vagamente alongada sem mais detalhes a adicionar. Lá perto estavam duas estrelas de 9.5 de magnitude e um outra de 7.2 de magnitude formando um triângulo.

Peixes (Pisces)

Galáxia Messier 74 (NGC 628) mag 9.4 dim 12.0'x12.0' classe Sc
Galáxia grande e muito difusa, mais ou menos circular com núcleo perceptível e descentrado. O seu baixo brilho de superfície (14.0) e a magnitude limite não permitiu revelar muitos mais detalhes. Esta galáxia é semelhante à Messier 33 em Triângulo, mas 15x mais distante. Necessita de um céu mais escuro.

Carneiro (Aries)

Galáxia NGC 772 (H 32 D 14) mag 11.5 dim 7.1 x 4.5 classe SA(s)b
Um dos poucos objectos observáveis nesta constelação. Foi necessária visão indirecta para a "ver", mas apesar tudo, pode-se dizer que é relativamente pequena, não circular a 66xm com brilho ligeiramente mais acentuado no centro. Lá perto a um grau e meio, está uma bem bonita dupla (Gamma Arietis ou Mesartim), constituída por duas estrelas brancas quase gémeas separadas por 7.8" e com magnitude de 4.8.

Saturno

Esperei que Saturno subisse o mais possível para a minha primeira observação deste ano. Eram visíveis 4 satélites: Titan, Rhea, Dione e Thetys. A divisão de Cassini era visível em praticamente todas as magnificações, tal como a sombra do anéis e algum detalhe na superfície do planeta. Aproveitei ainda para fazer umas imagens, das quais esta foi a que ficou melhor.

Saturno em 15-Setembro-2001
Saturno em 2001-09-15 1:30 UTC
Brighstar 20 cm + radian 14mm
e Canon Powershot G1 -JPEG f2.5 1/4s 50 ISO
Projecção de ocular Radian 14mm (87x)

Pátio 41 - Conjunção de Marte e Lua

2001.09.24
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
19:00 às 21:30 UTC
Magnitude zénite: 4.5+
Canon G1 e tripé.

Lua e Marte 24-Setembro-2001
Lua e Marte em 2001-09-24 20:30 UTC
Canon Powershot G1 f8.0 8s 50 ISO
Andei a brincar com PS.

Observatório do Pinhal do Rei XIV

2001.09.25
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
23:00 as 01:30 locais (22:00 as 00:30 UTC)
Magnitude zénite: 5 Antoniadi: III (estável-)
Temperatura: amena. Humidade. Céu limpo
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'), Nagler 7mm (174x 28'),
ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26'), ortoscópica Kasai de 9mm (139x 19')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Chegou o Outono. A temperatura já se sente mais baixa, sendo as geadas matinais também mais frequentes.
Apesar de ser dia da semana, dei uma saltada ao recinto do observatório para aproveitar o céu limpo, chegando cerca das 11 horas. O céu estava limpo, sem vento e a humidade ainda não atacava. Ouvia-se também o som do mar, que por vezes se assemelhava a uma trovoada longínqua, sendo intercalado por mochos ou corujas (não sei distinguir) e alguns insectos irrequietos.

A Lua apesar de já estar a descer no horizonte, ainda tinha brilho suficiente para causar sombra, e para praticamente neutralizar as observações na direcção Sul e Sudoeste. Curiosamente, ainda se notava bem a Via Láctea desde Cisne até Cassiopeia, mas concentrei-me mais as observações para Norte e Este onde o céu tinha uma magnitude limite visual superior a 5.

Devido á diferença de temperatura, o telescópio demorou um bom bocado a estabilizar (as estrelas "fumegavam"), e das 11 à meia-noite fui observando algumas duplas como a Albireo e as Epsilons de Lira (que separou a 87x sem dificuldade), e especialmente a galáxia Messier 1 e seus satélites Messier 32 e Messier 110.

Cassiopeia (Cassiopeia)

Enxame aberto NGC 7789 (D5 H398) mag 9.5 dim 16.0' classe II 1 r
Enxame grande, concentrado e bonito. Não sei como Messier não deu por este. As estrelas são na sua maioria de magmitude 11 ou menos brilhantes, podendo-se notar largas dezenas delas espalhadas numa área circular. Está a 5900 anos-luz, tendo uma idade de 2 mil milhões de anos.

Enxame aberto NGC 7790 (H 399) mag 7.0 dim 17.0' classe III 2 p
Outro enxame com algumas estrelas brilhantes, com forma alongada (rectangular) e aparentando maior concentração nas extremidades, parecendo ter dois núcleos.

Enxame aberto Messier 52 (NGC 7654) mag 6.9 dim 13.0' classe I 2 r
Enxame rico e condensado, sendo um bom alvo para o 20cm, resolvendo algumas dezenas de estrelas. Salienta-se uma estrela de magnitude 8 fora do centro que é uma gigante amarela. Está situado a 3900 anos-luz e tem uma idade de apenas 50 milhões de anos.

Depois de tentar observar a nebulosa de emissão "Bubble Nebula" (C 11 NGC 7635 D4) que apesar dos esforços, não foi possível, embora tenha examinado exaustivamente a estrela que presumo seja a responsável pela sua iluminação.

Enxame aberto NGC 457 (C 13,D 8, H 16) "Phi Cas Cluster" ou "Owl Cluster" ou ainda "ET's cluster" mag 6.4 dim 13.0' classe I 3 r
Este enxame para mim é um dos mais espectaculares nesta área do céu, conseguindo-se observar talvez mais de 100 estrelas, estando grande parte delas delas numa espécie de corrupio. A estrela brilhante Phi não pertence ao enxame. Também se chama ao enxame do "ET" ,pois pode assemelhar-se a uma figura fina a apontar com um pau. "ET phone home....". Tenho de lá voltar novamente para ver essa figura.

Enxame aberto Messier 103 (NGC 581) mag 7.4 dim 6.0' classe III 2 p
Enxame bastante interessante, delimitado por três das suas estrelas mais brilhantes, que forma um triângulo. Consegue-se resolver duas ou três dezenas de estrelas dentro deste triângulo. Está a 9200 anos-luz.

Enxame aberto NGC 663 (C 10,D 9,H 29) mag 7.5 dim 16.0' classe III 2 m
Este enxame não perdoo ao Messier não o ter adicionado à sua a lista, tendo todas as características para ser lá membro de pleno direito. É um enxame de dimensões consideráveis, embora com apenas algumas dezenas de estrelas resolvidas, grande parte delas são até bem brilhantes que vão desde 7,8,9 e 10 de magnitude. A concentração é moderada e um pouco mais forte no centro. Também se podem observar algumas estrelas dupla s- ADS 1384, ADS381 e ADS 1390. Um dos melhores desta área.

Enxame aberto NGC 659 (H 28) mag 10.0 dim 5.0' classe III 1 p
- Enxame aberto NGC 654 (H 27) mag 10.0 dim 5.0' classe II 3 m

Estes pequenos enxames emconjunto, formam um triângulo bastante achatado com o NGC 663, estando cada um deles a cerca de 40 minutos de arco do NGC 663. Ambos detectam-se por uma ligeira nebulosidade numa área já bastante populada de estrelas. Essa nebulosidade consegue resolver bem aumentando um bocado a magnificação. O 654 tem uma estrela de de mag 7 lá perto.

Enxame aberto NGC 559 (H 19, C 8) OC 7.5 4.4' II 2 m
Enxame situado entre duas estrelas brilhantes, mas numa zona um pouco vazia de estrelas visíveis, demorando um algum tempo a localizá-lo. É bastante pequeno e de aparência granulada, apresentando algumas estrelas resolvidas, sendo muito similar aos dois objectos anteriores (NGC 659,654).

Enxame aberto NGC 129 H 2 mag 10.0 dim 21.0' classe IV 2 p
Enorme, mas constituído por algumas dezenas estrelas sendo grande parte delas pouco brilhantes, tornando este enxame um bocado esquivo à deteção, pois não se consegue realçar lá muito bem do "fundo". Com visão indirecta dá uns banhos de estrelas à vista.

Perto da 1:30 dei uma olhada a Saturno (ainda um bocado baixo, mas a Cassini visível sem grande dificuldades), às Plêiades e às Híades e duplo de Perseu. De seguida, fiz umas imagens das quais esta é uma delas.

Constelação de Touro
A Constelação de Touro que neste momento tem a companhia de Saturno
(ponto mais brilhante ao centro), em cima estão as Plêiades (Messier 45).
Na parte inferior nota-se a poluição luminosa e atmosférica da Marinha Grande

Atalaia I - Saturno e Júpiter

2001.10.14
Estação de Serviço de Alcochete - Ponte Vasco da Gama sentido Sul-Norte
02:30 as 05:00 locais (01:30 as 04:00 UTC)
Magnitude zénite: 3+ Antoniadi: I (muito estável)
Temperatura: amena. Pouca humidade. Nevoeiro
2 Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6 refractor apocromático Televue 102mm
Radian de 8mm, Radian 10mm (174x 28'), Nagler 12mm, Vixen Lantanum 9.5mm, barlow Ultima 2x e Barlow 2.8
Luís Carreira, Rui T., Hugo S., Joaquim R., Ricardo A., Pedro M.

Preãmbulo

Já faz algum tempo que estava curioso de conhecer o "site" de observação da Atalaia. Depois de ter lido umas mensagens na Astrolista, telefonei ao Rui e combinei com ele nas bombas à saída da Ponte, juntando-se também o Hugo e o Ricardo.

Depois, seguimos para a Atalaia onde estava o Pedro e cara-metade, na companhia da única cadela astrónoma amadora que conheço. Bem, conhecer o local não conheci propriamente, pois o nevoeiro era tanto que mal se conseguia ver para além de 10 metros, embora havendo algumas abertas que mostravam uma dúzia de estrelas, se tanto. Depois de uma hora na conversa decidimos todos ir beber alguma coisa para estação de serviço de Alcochete. Não é que ao sairmos da zona de restauração não deparamos com um céu muito estável, apesar de poluição luminosa.

Estação de Serviço de Alcochete
Estação de Serviço de Alcochete - um monumento à poluição luminosa.
Mas para planetas ainda deu.
O refractor apocromático e o Rui estão em primeiro plano.

Hugo S.

"O S. Pedro não ajudou nada. Estava tudo coberto de nevoeiro... enfim. Por acaso no regresso a Lisboa parámos na área de serviço da ponte para umas cervejas (ou coca-colas para os condutores) e quando saímos cerca das 2h30 tínhamos céu limpo e Júpiter e Saturno altos. Claro que as lâmpadas estragavam para tudo o resto, mas a atmosfera estava anormalmente calma, e posso dizer que durante quase 3 horas tivemos vistas fantásticas dos dois gigantes gasosos com dois Brighstar SpaceWalker 8 e um Televue 102. Usámos uma grande diversidade de oculares, desde uma simples Plossl, passando por uma Lanthanum 9.5, Radian 8 e 10mm, Nagler 12mm, e Barlow 2.8x e 2x. Em Júpiter alem da NEB e da SEB, bastante obvias, existia uma area escura no NEB que a princípio parecia a sombra de um satélite, mas mais tarde com a Nagler 12mm e Barlow 2x (200x no dob) concluímos que era uma zona mais escura na banda. Eram visíveis "riscos" que saiam da NEB em direcção às latitudes médias, além de mais 3 bandas finas (1 menos fina e bem visível) no hemisfério norte. No hemisfério Sul, a SEB tinha textura e resolvia detalhes de tempestades impressionantes. Resumindo: o melhor Jupiter de sempre ! Quanto a Saturno, também espectacular, com uma auto-estrada nos anéis, e o anel C visível á primeira vista. Existia textura no globo planetário e os anéis eram uma visão impressionante....

Nunca esperei ter uma noite tão boa no meio de tanta luz :-)"

Estação de Serviço de Alcochete
Hugo S. mais o seu dobsoniano Brighstar de 8", ao fundo o meu dob.

Rui T.

"Realmente, aquilo que parecia uma noite perdida, tornou-se uma das melhores observações planetárias que já fiz. A atmosfera parecia que estava "parada". Claramente uma noite com estabilidade 8-9/10. Saturno impressionou-me bastante. A "Encke minima" estava claramente visível, assim como o anel C, e inclusivamente as bandas no próprio planeta pareciam mostrar algum detalhe. De Júpiter nem vale a pena falar. Espectacular! Detalhe estrutural nas bandas equatoriais e nas zonas polares, com um ponto escuro que, como o Hugo disse, parecia a sombra de um satélite, mas na realidade é uma zona muito pequena e escura do NEB. Vejam o link abaixo:

http://www.lpl.arizona.edu/~rhill/alpo/jupstuff/alert/jup1008a.jpg

No lado direito das imagens, está um pequeno ponto escuro. Foi isso que observámos.

Resumindo, uma excelente noite."

Luís C.

"Só foi pena perdermos a Grande Mancha Vermelha, que quando começamos às 2:30 já estava praticamente fora de vista. Fiquei realmente impressionado com os "festoons" na NEB , ao vivo e a cores, mesmo no meu telescópio ligeiramente descolimado (obrigado Rui pela colimadela, pois agora está bem melhor). Era possível ver pelo menos meia dúzia de cinturões e imensos detalhes em todo o globo.

Mas mais impressionante, estava a Saturno por volta das 4:00 da manhã quando estava a aproximar-se do meridiano. anéis A, B e C (crepe), Cassini e no anel A (mais exterior) notava-se estriado, provavelmente (quase de certeza) sendo mínima da Encke, sim porque falha de Encke está para além de um 8".

Saturno a 200x (Nagler 12mm + Barlow Ultima 2x) no Brighstar do Hugo (muito bem colimado) estava simplesmente "embasbacante", sólida que nem uma pedra, com uma nitidez espantosa - a meu ver melhor que muitas imagens. Impressionante.

Também para mim foi a melhor observação planetária de sempre..."

Estação de Serviço de Alcochete
O aparato nas "bombas"
O jipe da GNR ainda para lá andou às voltas,
mas foram-se embora sem incomodar.
O pessoal não conseguia estar parado nem 8 segundos :))

Observatório do Pinhal do Rei XV

2001.10.16
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
22:30 as 00:20 locais (21:30 as 23:30 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: II(estável)
Temperatura: amena. Humidade. Céu limpo nebulado em algumas áreas
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Plossl 32mm (38x 78'), Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'),
ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26'), ortoscópica Kasai de 9mm (139x 19')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Mais uma noite com patrocínio do Meteosat. Depois de ter dado uma olhada à última imagem de satélite (saem de meia em meia hora), decidi arriscar e aproveitar uma grande aberta que lentamente se aproximava da nossa costa. Também foi a noite de estreia da minha mais recente ocular - uma plossl Televue de 32mm - que proporciona um campo real de 1 grau e 15 minutos no Brighstar (Messier 31, Messier 32 e Messier 110 já se podem observar confortavelmente e em simultâneo no campo de visão).

Raposa (Vulpecula)

Enxame aberto NGC 6802 (H369, D105) mag 12.0 dim 3.2' classe III 1 m
Enxame com aparência nebulosa na extremidade mais comprida do enxame de Brochi, com alguma magnificação é possível resover 3 ou 4 estrelas.

Andrómeda (Andromeda)

Galáxia NGC 891 (C23,D12,H36) mag 9.9 dim 14' x 3' classe Sb
Esta galáxia está entre as mais espectaculares observáveis por telescópios amadores, mas os 20cm do brighstar não são suficientes para a mostrar convenientemente, pois foram necessárias várias sessões para a poder detectar devido em grande parte graças ao seu baixo brilho de superfície (13.7). Esta é uma galáxia espiral vista praticamente de lado, tendo uma aparência muito alongada. Os 14 minutos de arco de extensão são em grande parte visíveis, tal como os 3 minutos de arco de "altura". Não foi possível observar a zona de poeira que a atravessa em toda a sua extensão. Perto do núcleo (centro) está uma estrela de magnitude 9. A rever num telescópio de muito maior abertura.

Perseu (Perseus)

Galáxia NGC 1023 (H40, D18) mag 9.3 dim 8' x 4'
Interessante galáxia com núcleo muito brilhante e com forma oval. Lá perto estão algumas estrelas de magnitude 9, 10 e 11.

Nebulosa brilhante NGC 1491 (D19) dim 3.0'x3.0' classe E
Fraca nebulosidade mais ou menos regular em volta de uma estrela de magnitude 11.

Enxame aberto NGC 1513 (H51) mag 9.0 dim 9.0' classe II 1 m
Enxame condensado e rico com 2 dezenas de estrelas de magnitude 12 ou menor.

Enxame aberto NGC 1342 (H46) mag 7.0 dim 14.0' classe III 3 p
Enxame grande e irregular, composto por dois arcos com mesma orientação com algumas dezenas de estrelas de magnitude 9 e menor . Lá perto está uma dupla (com 11 de magnitude) com 14" de separação.

Enxame aberto NGC 1528 (H52) mag 6.5 dim 24.0' classe II 2 m
Interessante enxame de grande dimensão, bastante rico e concentrado com várias dezenas de estrelas de magnitude 9 e abaixo.

Enxame aberto NGC 1545 (H54) mag 8.0 dim 18.0' classe II 2 p
Enxame grande, mas constituído por estrelas de pouca magnitude espalhadas por um quarto de grau. No seu centro estão algumas estrelas relativamente brilhantes (9,5 e abaixo).

Pátio 42 - Conjunção de Marte e Lua

2001.10.23
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
19:00 às 21:30 UTC
Magnitude zénite: 4.5+
Canon G1 e tripé.

Lua e Marte 23-Outubro-2001 19:07 & 21:22 UTC
Lua e Marte em 2001-10-23 21:22 UTC
Canon Powershot G1 f8.0 8s 50 ISO

Ponto da Castrinha I - Ocultação de Saturno pela Lua

2001.11.03
Ponto da Castrinha
19:00 as 23:00 locais (19:00 as 23:00 UTC)
Magnitude zénite: 3+ Antoniadi: II(estável-)
Céu geralmente limpo, mas nublado em algumas áreas. Neblinas baixas
ETX90EC com Autostar, ocular TV plossl 32mm (38x 78'), Canon Powershot G1

Esta foi a primeira vez que observei uma ocultação de um planeta pela Lua, por acaso, até de _qualquer_ coisa pela Lua com excepção do Sol. As imagens oferecem uma vaga ideía do acontecimento, que foi de resto, visualmente impressionante. Os tempos têm uma precisão de 1 minuto.

Ocultação de Saturno
Às 19:24 era assim que a Lua estava a nascer. Algumas nuvens mas felizmente que eram baixas.
Acima e mais à direita pode-se observar as Plêiades. A estrela brilhante à esquerda é a Capella da constelação do Cocheiro.
O ponto da Castrinha é excelente pois permite ver quase toda a esfera celeste
Ocultação de Saturno
20:16 UTC
Já a esta hora era possível ver os dois planetas no campo de visão da ocular de 32mm
Ocultação de Saturno
20:36 UTC
A mesma magnificação, mas com o zoom óptico 3x da câmara fotográfica
Ocultação de Saturno
20:42 UTC
Imediatamente após o contacto
Ocultação de Saturno
21:49 UTC
Por distracção não vi o reaparecimento de Saturno,
aqui já estava bem afastado da Lua....

Observatório do Pinhal do Rei XVI

2001.11.07
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
21:30 as 00:30 locais (21:30 as 00:30 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: III(pouco estável)
Temperatura: amena. Céu limpo. Lua nascéu às 23:00
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Plossl 32mm (38x 78'), Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'),
ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26'), ortoscópica Kasai de 9mm (139x 19')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Aproveitando uma das raras noites que vão surgindo, mesmo no meio da semana. Embora as noites nestes dias sejam limpas, não são muito estáveis, sendo quase obrigatório esperar que os objectos"subam" para uma boa visão. Foi muito curta, porque entretanto teve início mais uma habitual "quarta-feira de observação" no recinto.

Perseu (Perseus)

Enxame aberto NGC 1245 (H45) mag 9.0 dim 10.0' classe III 1 r
Meia dúzia de estrelas resolvidas num ténue fundo não resolvido.

Saturno e Júpiter

Devido à turbulência, nenhum dos planetas "aguentava" grandes magnificações, mas fica registado uma separação de 20" de Thetis do globo do planeta Saturno. Em Júpiter, só no final da sessão é que se viu alguns breves flashs de estabilidade onde se poderiam observar os vários cinturões, e infelizmente não houve nenhum evento relacionado com os satélites nem a GMV na duração da sessão.

Estiveram presentes no local cerca de meia dúzia de pessoas, a quem se mostrou à laia de "Astronomia de Verão" as três galáxias de Andrómeda, duplo enxame entre outros.

Lua e Júpiter 7-Novembro-2001 00:58
Lua e Júpiter em 2001-11-07 00:58 UTC
Canon Powershot G1 f2.5 8s 50 ISO
Consegue-se discernir o Ganimede (acima) e o Calisto (abaixo) do planeta Júpiter
A Lua estava a mais de 11 graus no meio das nuvens,mas adicionou uma atmosfera interessante à cena.

Pátio 43 - Messier 37, 36, 38, NGC 1502, 1907, 1931, 2281, 1664

2001.11.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
00:00 as 01:45 locais (00:00 as 01:45 UTC)
Magnitude zénite: 4+ Antoniadi: III(pouco estável).
Temperatura: 7-8 graus. Céu limpo
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Plossl 32mm (38x 78'), Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'),
ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26'), ortoscópica Kasai de 9mm (139x 19'),
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Já fazia algum tempo que não fazia observações no meu pátio, embora a magnitude limite seja um pouco menor, ainda é possível ver estrelas até 12.5 de magnitude com o 20cm. A maior dificuldade é apontar pois há menos estrelas para ajudar a apontar apenas com quickfinder.

Girafa (Camelopardalis)

Enxame aberto NGC 1502 (H 50) mag 5.5 dim 8.0' classe II 3 p
Cinco pares de estrelas todas com diferentes separações, sendo um do pares a ADS 2984 (ambas com mag 7 e separadas por 18"). Este enxame encontra-se no fim (ou no início) do asterismo chamado "Cascata de Kemble", que é uma cadeia quase rectilínea de estrelas que se estende por 2 graus e meio (ver com binóculos). .

Cocheiro (Auriga)

Enxame aberto Messier 37 (NGC 2099) mag 5.6 dim 24.0' classe II 1 r
Um dos enxames abertos preferidos, logo a seguir ao Messier 11 de Escudo. Um "mar" de estrelas com praticamente 2 centenas de estrelas resolvidas, muito rico mas com estrelas a partir de 9 de magnitude, e ficou muito bem enquadrado num grau de campo. É um enxame bastante novo com um pouco mais de 200 milhões de anos e está apenas a 4600 anos-luz. Reparar na estrela avermelhada no seu centro.

Enxame aberto Messier 36 (NGC 1960) mag 6.0 dim 12.0' classe II 3 m
Embora não tão rico, nem tão grande como o anterior, ganha por ter mais estrelas de magnitude 9 (pelo menos 5). Num 20cm não se pode dizer que seja impressionante tendo em atenção "à concorrência" lá perto. Está a 4100 anos-luz e presume-se que seja um enxames mais novos da nossa galáxia.

Enxame aberto Messier 38 (NGC 1912) mag 6.4 dim 21.0' classe III 2 m
Eu tenho a opinião que o Messier 38 é uma mistura dos dois enxames anteriores, quase tão grande como o Messier 37, mas com mais estrelas brilhantes à semelhança de Messier 36. São notórias algumas cadeias e emparelhamentos de estrelas, talvez sendo possível observar cerca de uma centena. Mas se o Messier 37 leva o prémio de mais bonito, este leva o prémio de vizinhança de par mais bonito, pois num grau é possível ver também o enxame NGC 1907 que vou descrever de seguida, formando um par de enxames bastante interessante. Está á mesma distância de Messier 37.

Enxame aberto NGC 1907 (H 60) mag 10.5 dim 7.0' classe II 1 m n
Pequeno e compacto enxame que faz companhia a Messier 38 (está a apenas meio grau). Consegue-se resolver facilmente uma dezena de estrelas começando em 9 de magnitude, num fundo algo "nebuloso". Forma um excelente quadro com o Messier 38.

Nebulosa de Emissão e Reflexão NGC 1931 (H 61) mag 11.3. dim 1.0' classe n
Relativamente fácil de encontrar (fica meio caminho de Messier 36 para Messier 38), se estivermos à procura de uma estrela a desfocada, pois é uma bem pequena nebulosa, mas relativamente brilhante centrada numa das 3 ou 4 estrelas pouco brilhantes da área.

Enxame aberto NGC 2281 (H 82) mag 7.0 dim 15.0' classe I 3 p
Enxame grande e esparso com dois pares de estrelas duplas a "dominar" a cena, tendo uma forma alongada e um núcleo mais concentrado.

Enxame aberto NGC 1664 (H 56) mag 8.0 dim 18.0' classe III 1 p
Enxame pouco interessante, com algumas dezenas de estrelas. Estar num campo mais ou menos populado não ajuda muito à sua identificação. Lá perto está uma estrela de magnitude 7.

Aproveitei ainda para fazer umas imagens a Júpiter, das quais resultou esta composição de duas das imagens. Uma sobreexposta para as Luas (Pan 19mm) e outra com menor exposição para o globo (Radian 14mm).

Júpiter e luas jovianas
Júpiter e luas jovianas
- de baixo e da esquerda - Calisto, Io, Europa e Ganimede

Observatório do Pinhal do Rei XVII

2001.11.11
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
22:30 (dia 10) às 01:15 locais (22:30 as 01:15 UTC)
Magnitude zénite: 5+ Antoniadi: III (pouco estável)
Temperatura: 4 graus à uma da manhã. Céu completamente limpo, vento com algumas rajadas
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Plossl 32mm (38x 78'), Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'),
ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26'), ortoscópica Kasai de 9mm (139x 19'), Nagler 7mm (174x 28')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

O meteosat lá forneceu informação de última hora, mostrando uma grande enorme a caminho da nossa costa Oeste. O frio já chegou e já enregela os mais incautos. Quase que levei roupa suficiente para a sessão, mas o vento moderado com algumas rajadas tornou a sessão algo mais desconfortável.

Depois de ter revisto todo os objectos de Cocheiro observados na sessão anterior, fiquei bem mais impressionado com o par de enxames Messier 38 / NGC1907.

Touro (Taurus)

Enxame aberto NGC 1647 (H 55) mag 6.0 dim 45.0' classe II 2 m
Grande e esparso com cerca de 40-50 estrelas a partir de 9 de magnitude mais ou menos espalhadas uniformemente.

Enxame aberto NGC 1817 (H 58) mag 8.0 dim 16.0' classe III 1 m
Enxame aberto NGC 1807 mag 7.0 dim 17.0' classe II 2 p
Interessante par de enxames com a mesma dimensão que se podem ver num campo de um grau. O 1817 é constituído por estrelas bem menos brilhantes, ao passo que o 1807 tem uma cadeia de meia dúzia de estrelas de 9-10 de magnitude. Pode-se dizer que é um duplo enxame de Perseu bem mais longíquo.

Remanescente de supernova Messier 1 (NGC 1952) "Crab Nebula" "Nebulosa do caranguejo" mag 8.4 dim 6.0'x4.0' classe E
As opiniões variam, mas para mim este messier é um dos meus preferidos - Foi um dos dez primeiros messier que observei com o ETX90, e é de visita obrigatória nesta constelação. Pode-se descrever como uma pequena e difusa nuvem alongada com uma textura algo indefinida, e pareceu-me maior que o tamanho especificado. Aguenta bem a magnificação, e com alguma sorte consegue-se ver algumas das estrelas de mag. 12.5+ que populam a área da nebulosa. Uma das razões é que provavelmente é um dos objectos de céu profundo mais recentes que se pode observar no nosso céu, pois resultou da explosão de uma supernova no ano 1054 A.C que os Chineses tiveram ocasião de observar e registar. Esta supernova foi tão brilhante que se podia ver à luz do dia durante meses. Os gases estão neste momento a expandir-se a 1600 quilómetros por segundo e no seu centro está uma estrela de neutrões (mag. 16) com alguns quilómetros de diâmetro e que emite radiação em cada 0.033 segundos..

Enxame aberto Messier 45 (Mel 22) "Plêiades" "Sete Irmãs" mag 1.2 dim 100.0' classe I 3 r n
Talvez o enxame aberto mais conhecido (mesmo por quem não se interessa por esta actividade), e que em muitas ocasiões, é confundido pela constelação Ursa Menor. Não é preciso grande visão para conseguir distinguir a olho nu pelo menos 7 estrelas azul-brancas que formam uma espécie de mini Ursa Menor. E um excelente objecto binocular, sendo possível observar grande parte dos seus membros, e em especial uma curiosa corrente de de estrelas que parte da Alcione (a mais brilhante) no meio do enxame. No dob foi possível observar a nebulosidade de Mérope (NGC 1432) que se assemelha a ocular embaciada (para tirar as dúvidas apontar para outra estrelas para verificar se é mesmo esse o caso).
Este enxame está situado a 410 anos-luz (quarto mais próximo) e tem apenas 70 milhões de anos de idade.

Messier 45
Canon Powershot G1 f/2.5 8 seg ISO 400

Enxame aberto C 41 (Mel 25) "Híades" mag 0.5 dim 330.00' classe II 3 m
Este enxame enorme que se espalha por mais de 5 graus, é o mais próximo do nosso Sistema Solar (com excepção do nosso próprio enxame) situando-se a apenas 150 anos-luz. A estrela dominante é a Aldebaran (Olho do Touro), que por acaso até nem pertence ao enxame estando até, a apenas 68 anos-luz. Embora se conseguia resolver a olho nu muitas das estrelas, o binóculo ajuda a distinguir bem as diferentes cores das estrelas mais brilhantes que vai do laranja a branco.

Eridiano (Eridanus)

Galáxia NGC 1084 (H 44) mag 10.7 dim 3'x2'
Pequena galáxia com núcleo brilhante.

Galáxia NGC 1407 (H 47) mag 9.8 dim 6'x5.8'
Galáxia NGC 1400 mag 11.0 dim 2.8'x2.5
Interessante par de galáxias facilmente visíveis no mesmo campo de um grau, estando separadas apenas por 15 minutos de arco. A 1407 é notoriamente maior e mais brilhante. Ambos os núcleos são bem perceptíveis e brilhantes.

Nebulosa planetária NGC 1535 (H 53) mag 9.6 dim 20"'x17" classe 4(2c)
Excelente e inesperada planetária, verdadeiro "tesouro" nesta pouco conhecida constelação. É redonda com uma cor cizento-azulada e apesar da estrela central ter apenas 11.6 de magnitude, não a consegui detectar. De visita obrigatória para estas paragens (pelo menos até ver a * central).

Pátio 44 - Cometa C/2000 WM1 Linear

2001.11.11
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
22:30 às 00:10 locais (22:30 as 00:10 UTC)
Magnitude zénite: 4+ (telescópio: 12+) Antoniadi: IV (pouco estável)
Temperatura: 7-8 graus . Céu completamente limpo. Fumo de chaminés
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'), ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26')

Cometa C/2000 WM1 Linear

Primeira observação deste cometa, que nesta altura se encontra em Perseu, num momento em que sua velocidade em relação às estrelas de fundo é bastante notória. Segundo o Skymap Pro, só na hora e meia de observação aproximou-se da Terra 200000 km e percorreu no mínimo 3 minutos de arco.

O cometa aparenta ter uma magnitude bastante inferior à prevista (8.2), talvez por o brilho de superfície ser também baixo. Por comparação com estrelas nas redondezas, especialmente com a GSC-2876-0832 (mag 10.08 mag) lhe daria um brilho não inferior a 10 de magnitude e apenas 3 a 4 minutos de arco de dimensão (num céu de 4). Tentei vê-lo no binóculo 10x42 e nada. No dob de 20cm, o núcleo era pontual e cerca das 11 horas parecia até ter dois - mas tal era por ter passado muito perto (menos de minuto de arco) da GSC-2876-0764 (mag 11.59). E ainda bem, pois serviu de uma boa referência para se notar bem o cometa a movimentar-se. Lá perto a cerca de 20 minutos de arco também estava a bem brilhante V376 Persei que é uma variável pulsante? (mag. 5.77-5.91). A acompanhar nos próximos dias...

Pátio 45 - NGC 40,7160, cometa C/2000 WM1 Linear

2001.11.14
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
22:20 às 00:15 locais (22:20 as 00:15 UTC)
Magnitude zénite: 4+ (telescópio: 12+) Antoniadi: IV (pouco estável)
Temperatura: 7-8 graus . Céu completamente limpo. Fumo de chaminés
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'), ortoscópica Kasai de 12.5mm (97x 26')

Noite bem limpa, mas com muito fumo de chaminés a "estragar a vista" em diversas direcções.

Cefeu (Cepheus)

Mu Cephei "Garnet Star" (mag 3.4 a 5.1 Per 730 dias) classe M2
É uma das minhas estrelas preferidas - tem uma cor vermelha intensa. Sempre que vagueio por Cefeu lhe presto uma visita. È uma supergigante vermelha pulsante, semelhante à Betelgeuse com a luminosidade de 174000 sóis a uma distância de 3000 anos-luz. Vi no Skymap que tem uma ténue companheira de mag. 12.30 separada de 19.5" - vou tentar observá-la para a próxima.

Enxame aberto NGC 7160 (H 383) mag 6.5 dim 7.0' classe II 3 p
Pequeno mais curioso enxame com uma dezena de estrelas brilhantes. As 2 mais brilhantes (mag 7 e 8) estão agrupadas estão na extremidade deste enxame que é alongado sendo seguido por um triângulo estrelas de mag. 10+.

Nebulosa planetária NGC 40 (H 1) mag 12.4 dim 60"x40" classe 3b(3)
Esta planetária deu trabalho a encontrar, pois com céu de mag. 4 não existem muitas estrelas nas imediações que ajudem apontar o telescópio, de qualquer modo valeu a pena encontrá-la nem que fosse pelo desafio. A 66x a nebulosa era praticamente imperceptível, e lembra-me ter passado por ela diversas vezes até que usei um bocado mais de magnificação (87x) e lá a consegui encontrar, fazendo um dos vértices de um triângulo (bem achatado) com estrelas de mag. 10 e 9. Estas estrelas próximas, de certa forma ajudaram a perceber a pequena e ténue nebulosidade que rodeava a estrela central de 11.6, que no entanto era por sua vez perfeitamente visível. A voltar numa noite de mag 6.

Cometa C/2000 WM1 Linear

Outra observação deste cometa que ainda se encontra por Perseu, sendo possível notar diferença na posição em apenas 2 ou 3 minutos. Em relação à observação do dia 11, pareceu-me mais brilhante e maior e já era perfeitamente identificável como um cometa núcleo e uma extensa "cabeleira". Quando o comecei a observar (23:30 UTC) estava a passar muito perto da estrela GSC-2870-2003 (mag 10.62). O brilho do núcleo era mais brilhante que esta estrela, sendo a magnitude integrada talvez comparável à GSC.2870-2003 (mag 8.48). Ainda não o conseguir observar no binóculo 10x42. Neste momento está a 78.7 milhões de quilómetros da Terra (menos 10 milhões que no Domingo, dia 11).

Atalaia II - Leónidas, cometa C/2000 WM1 Linear

2001.11.17
Atalaia (Montijo 38º44N 8º48W) e arredores de Leiria
22:30 as 05:45 UTC (22:30 às 05:45 locais)
Magnitude zénite: Atalaia (5+), Leiria (5) Antoniadi: Atalia II (estável)
Temperatura: não reg . Céu completamente limpo por vezes nublado. Nevoeiros
Canon Powershot G1

Chuva de meteoros Leónidas

Como provavelmente já se esperava, a chuva de meteoros não foi muito forte nas horas de escuridão cá em Portugal, pois o pico foi entre 11 e 12 UTC do dia 18, mas ainda tive ocasião de observar pelo menos 10 meteoros (3 dos quais muito fortes e com rasto que durou pelo menos 5 segundos) até á 1 da manhã na Atalaia.

Já de volta a Leiria, notou-se que a actividade meteórica não parecia diminuir (antes pelo contrário), e arranjou-se à pressa um local mais ou menos escuro e elevado nos arredores afastados da cidade. Nesse local e durante cerca de 2 horas tive ocasião de observar muitas dezenas de meteoros, na generalidade de fraco brilho. Tentei capturá-los na câmara digital mas com pouca sorte, só apanhando um início de 1 (por sinal bem forte) e uma outra muito fraquinha.

A Constelação de Leão em 19-Novembro-2001
A Constelação de Leão em 2001-11-19 4:25 UTC
Chuva de Meteoros Leónidas
Uma das leónidas a sair do seu radiante na constelação de Leão

Cometa C/2000 WM1 (Linear)

Esta cometa está maior e mais brilhante de dia para dia, e finalmente consegui vê-lo no 10x42, mas muito mais composto num bom binóculo 16x70 que por lá (na Atalaia) andava.

O cometa linear C/2000 WM1 em 17-Novembro-2001
O cometa linear C/2000 WM1 em 2001-11-17 23:32 UTC
Era vértice no triângulo Algol (a mais brilhante) e Rho Persei (laranja)
Na imagem está muito ténue, mas está lá...
Imagem feita na Atalaia

O local de observação da Atalaia pareceu-me bastante bom, podendo com certeza ter céus até 6 de magnitude pelo menos no zénite. Enquanto as Leónidas não apareciam, foi-se dando uma olhada através dos cerca de meia dúzia de telescópios com aberturas entre 102 e 200mm e também em binóculos que lá se encontravam. Gostei da "Nebulosa variável de Hubble" (NGC 2261) em Unicórnio (Monoceros), que se assemelha a um pequeno cometa, e do enxame aberto Messier 44 "Presépio" em Caranguejo num binóculo 16x70. A atmosfera estava relativamente calma para os planetas e apreciei ver Júpiter num mak-newton de 5"

Eis o horizonte a Noroeste (na direcção de Lisboa).

horizonte
O horizonte na direcção de Lisboa está como é obvio, um pouco "estragado" pela poluição luminosa, todas as restantes direções (ainda) estão bem conservadas

PS: Obrigado á pessoa que teve a oportuna ideia de distribuir pastéis de Belém a todo o pessoal

Observatório do Pinhal do Rei XVIII

2001.11.21
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
22:15 às 00:45+ UTC
Magnitude zénite: 5+ (telescópio: 12+) Antoniadi: II (estável-)
Temperatura: 2 graus . Céu completamente limpo. ligeira neblina
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Radian 14mm (87x 41'), Nagler 9mm (133x 37'),
Sky Atlas 2000.0 (Tirion).

Cocheiro (Auriga)

Enxame aberto 1857 H 59 mag 8.5 dim 6.0' classe II 2 m
Pequeno enxame numa zona populada desta constelação que se resumir a ums estrela avermelhada rodeada por uma pouco perceptível nuvem pouco resolvida em estrelas.

Enxame aberto 2126 H 68 mag 10.0 6.0' classe II
Pequeno enxame com poucas estrelas, sendo essas pouco brilhantes e vagamente alinhadas com uma estrela brilhante (mag 6) que se encontra lá perto.

Cefeu (Cepheus)

Enxame aberto 188 C 1 OC mag 8.1 dim 14.0' classe II
Enxame grande e constituído por estrelas de mag 10 e abaixo, embora seja muito ténue, é no entanto fácil de encontrar de observar devido ao facto de estar rodeado de estrelas brilhantes que o contornam. É um dos enxames abertos com mais idade com cerca de 9 mil milhões de anos que é também a a idade do globular mais novo.

Enxame aberto 6939 (H 371 D 107) mag 10.0 dim 8.0' classe I 1 m
Enxame interessante, arredondado, e de tamanho modesto não imediatamente perceptível, embora seja possível resolver algumas estrelas a maior parte delas contribui mais para o fundo indefinido. A menos de um grau e também visível consegue-se observar o objecto seguinte.

Galáxia 6946 (C 12 D 108 H 373) mag 10.5 dim 11 x 10 classe Sc
Galáxia muito ténue mas grande perto do exame anterior. O seu baixo brilho de superfície (14) torna-a um objecto complicado de discernir, mas de qualquer modo é perfeitamente visível num 20cm com céu de mag 5+. Devido á hora de observação, não foi possível ver qualquer detalhe nesta galáxia com brilho uniforme.

Nebulosa de reflexão 7023 (C 4) dim 18.0'x18.0' classe n
Nebulosa em volta de uma estrela de 7 de magnitude. Quando passei por ela a primeira vez, julguei que a ocular tinha embaciado, e é a melhor descrição que parece uma estrela numa ocular embaciado, com uma espécie de "halo".

Cometa C/2000 WM1 (Linear)

Cada vez maior e mais brilhante. Embora não tenha "cauda" nota-se algum alongamento. Se este cometa não se partir entretanto promete...

Meteoros

Ainda se consegue observar alguma actividade meteórica nestes dias. Durante a sessão vi pelo menos uma dúzia deles, embora a maior parte não fosse Leónidas eram relativamente fortes.

Aeródromo II - Conjunção de Marte e Urano

2001.11.25
Aeródromo da Gândara do Olivais (39.77N 8.82W alt:52m)
16:30 às 18:30 UTC
Magnitude zénite: N/A Antoniadi: III (estável-)
Canon Powershot G1

Marte e Urano em 25-Novembro-2001 18:00 UTC
Marte e Urano em 2001-11-25 18:00 UTC
Canon Powershot G1 f2.5 8s 50 ISO
Imagem tirada perto da conjunção destes dois planetas em que ficariam separados apenas por 48 minutos
Marte e Urano em 25-Novembro-2001 18:00 UTC
Marte e Urano em 2001-11-25 18:00 UTC
Canon Powershot G1 f2.5 8s 50 ISO
Imagem tirada perto da conjunção destes dois planetas em que ficariam separados apenas por 48 minutos

Pátio 46 - Júpiter e Saturno

2001.12.04
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt:60m)
23:00 às 23:50 UTC

Saturno em 4-Dezembro-2001 23:37 UTC
Saturno em 2001-12-04 23:37 UTC
Brighstar 20 cm + radian 14mm
e Canon Powershot G1 f2.5 1/4s 50 ISO
Projecção de ocular Radian 14mm (87x)
Júpiter em 04-Dezembro-2001 23:48 UTC
Júpiter em 2001-12-04 23:48 UTC
Brighstar 20 cm + nagler 7mm
e Canon Powershot G1 f2.0 1/50s 50 ISO
Sem tratamento 1 foto apenas
Consegue-se ver diferenciação até aos pólos

Observatório do Pinhal do Rei XIX

2001.12.08
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt:93m)
18:00 às 23:00 UTC
Magnitude zénite: 5+ (telescópio: 12+) Antoniadi: III (estável-)
Temperatura: 7 graus. Céu completamente limpo. ligeira neblina
Dobson Brightstar Spacewalker 200mm f/6
Panoptic 19mm (63x 64'), Nagler 9mm (133x 37')
Sky Atlas 2000.0 (Tirion)

Longa sessão (+-5 horas) neste Sábado, em que aproveitei para dar as despedidas ao cometa Linear C/2000 WM1, que se apressa a mergulhar cada vez mais para o Hemisfério Sul, localizando-se na altura já na área mais baixa da constelação da Baleia (Cetus). Aproveitei ainda para ir identificando mais algumas constelações que não sobem muito na nossa latitude como a do Escultor, Fornax, Eridanus (parte de menor declinação) entre outras. Também foi a noite de estreia do mais recente acessório - apontador 6x30 (8°) da Takahashi, para dar uma ajudinha ao Quickfinder, e para apontar em céus menos escuros.

observatório do Pinhal do Rei
A noite a cair no recinto do observatório do Pinhal do Rei.
Vista sudoeste
Á direita nota-se a poluição da praia de S.Pedro de Moel - a câmara não mente...infelizmente

Escultor (Sculptor)

Galáxia NGC 253 (H 10,C 65, D 13) "Sculptor Galaxy" mag 7.1 dim 25 x 7 classe Scp
Galáxia de grandes dimensões (talvez a maior por mim observada logo depois da Messier 31). É muito alongada e não apresenta concentração apreciável em toda a sua área. Algumas estrelas no meio da "nebulosa". Lá perto está 4 estrelas de mag. 9+.

- Enxame globular NGC 288 (H 12) mag 9.0 dim 13.8' classe 10

Este enxame de dimensões apreciáveis, localizado um pouco mais abaixo (1.5 graus) da galáxia anterior. É muito pouco concentrado (quase o confundi com uma galáxia elíptica) e só aumentando um bocado a magnificação (133x), é que começou a notar alguma granulação/resolução. É considerado um dos globulares com mais baixa concentração.

Peixes (Pisces)

Galáxia NGC 488 (H 17) mag 10.3 dim 5.2x4.3
Pequena e redonda galáxia com núcleo brilhante. Lá perto está uma estrela de 8.5.

Galáxia NGC 524 (H 18) mag 10.6 dim 3.2x3.2
Outra pequena (mais pequena que anterior) e redonda galáxia com núcleo também brilhante. A zona pareceu-me um bocado mais populada de estrelas.

Baleia (Cetus)

Galáxia NGC 584 (H 20) mag 10.4 dim 3.8x2.4
Pequena e arredondada e núcleo brilhante.

Galáxia NGC 596 (H 21) mag 10.9 dim 3.5x2.2
Pequena e arredondada e núcleo brilhante com uma estrela de mag. 6 muito perto, curiosamente do tipo do nosso Sol (G2IV).

Galáxia NGC 615 (H 24) mag 11.5 dim 4.0x1.7
Pequena e alongada. menos brilhante que as anteriores

Galáxia NGC 936 (H 38 D 16) mag 10.1 dim 5.2x4.4
Pequena (maior que as anteriores) e alongada. Algumas estrelas brilhantes lá perto.

Galáxia NGC 1052 (H 42) mag 10.5 dim 2.9x2.0
Pequena e redonda e núcleo estelar brilhante.

Galáxia M 77 (NGC 1068) mag 8.9 dim 9.0'x8.0' classe SBp
Galáxia muito brilhante e relativamente grande, especialmente quando comparada com as anteriores. É redonda e com um núcleo extremamente brilhante e definido, rodeado por uma ténue auréola. Esta é a galáxia protótipo das peculiares Seyfert, que são galáxias com núcleo muito activo resultando no seu grande brilho relativamente ao resto da galáxia, são também emissores de rádio. Está a 65 milhões de anos-luz, e é 4 vezes mais luminosa que a Via Láctea.

Galáxia NGC 1055 (H 43) mag 10.6 dim 7.3x3.3
Galáxia complicada de observar. Apesar da magnitude declarada, o brilho de superfície é muito baixo (13.9), só consegui encontra-la devido a fazer um triângulo equilátero com duas estrelas muito brilhantes vizinhas. Pequena e alongada.

Lebre (Lepus)

Enxame globular Messier 79 (NGC 1904) mag 8.4 dim 8.7' classe 5
Globular de dimensão mediana que embora relativamente brilhante não se consegue resolver facilmente, mas no entanto observa-se facilmente a textura granulada. A 133x (nag 9) parece resolver algumas estrelas. Está a 41000 anos-luz.

Orionte (Orion)

Nebulosa Messier 42 (NGC 1976) "Grande nebulosa de Orion" mag 4.0 dim 45.0'x45.0' classe E+R
Objecto celeste que dispensa apresentações (e provavelmente mais descrições), mas não podia deixar de anotar a primeira observação com o reflector de 20cm. A 66x (Pan 19) enche inteiramente a ocular, mostrando prontamente as 4 estrelas mais brilhantes do trapézio. A nebulosa tem imenso detalhe, que só uma observação cuidada e demorada pode revelar, sendo para mim, praticamente impossível de descrever convenientemente (só visto mesmo). Abaixo está uma representação (invertida em ambos os eixos ) do trapézio com as todas as estrelas observáveis com telescópio amadores.

Trapézio (Teta-um Orionis)
Trapézio (Teta-um Orionis)

A Messier 42 é o melhor exemplo de nebulosa de emissão, que é uma nuvem de gás fluorescente. Estima-se que está situada a 1600 anos-luz, correspondendo a um tamanho real de 30 anos-luz (20000 vezes maior que o nosso sistema solar). A sua composição é essencialmente hidrogénio molecular que é a matéria prima das estrelas, que basicamente fica fluorescente devido à existência na área de estrelas que emitem grandes quantidades radiação de alta-energia (UV) que "partem" o hidrogénio em electrões e protões, que por sua vez ao recombinarem-se produzem a radiação vermelha que se vê nas imagens. A aparência visual verde (perceptível em aberturas generosas) é devido ao oxigénio duplamente-ionizado pelos electrões livres resultante da radiação UV no hidrogénio molecular (penso eu de que...). Todas as estrelas desta área são muito novas (inclusive as do trapézio), algumas só com umas centenas de milhares de anos (o Sol tem 5 mil milhões), sendo portanto um local de formação estelar - uma espécie de "Berço Estelar". A _nunca_ perder....

Zona da nebulosa de Orion Messier 42
Zona da nebulosa de Orion Messier 42
Canon Powershot G1 3xZoom f/2.5 8seg 400 ISO

Enxame aberto e nebulosa NGC 1980 (H 64) mag 2.5 dim 14.0'x14.0'
Nebulosa em volta da Iota Orionis (44) mas complicada de detectar devido à elevada confusão na zona (não se sabe muito bem onde começa um objecto e acaba outro). De qualquer modo é possível ver bastantes estrelas deste enxame algo envolto numa ténue nebulosidade geral.

Nebulosa Messier 43 (NGC 1982) mag 9.0 dim 20.0'x15.0' classe E+R
Nebulosa brilhante e redonda à volta da Nu Orionis. Embora quando se observa a Messier 42 invariavelmente está-se a observar o par Messier 42/Messier 43. A nebulosa tem um textura mais fina e com menos detalhe em relação à Messier 42.

Nebulosa Messier 78 (NGC 2068) mag 8.0 dim 8.0'x6.0'
Nebulosidade com formato de cometa à volta de duas estrelas de mag. 10. Pode-se realmente confundir com um cometa mas dificilmente não com os mais recentes visitantes (Linears).

Enxame aberto NGC 2194 (H 74, D 29) mag 10.5 dim 10.0' classe III 1 r
Pequena mancha difusa que se destaca, mas com muito poucas estrelas resolvidas a 133x, num fundo sempre algo difuso.

Cometa C/2000 WM1 (Linear)

Acompanhei este cometa desde as 18:30 até às 23:00. Embora não o tenha conseguido observar a olho nu, no binóculo 10x42, foi bastante evidente. Embora aparente ser essencialmente arredondado, notava-se algum alongamento.

Estas duas imagens foram feitas com quase 3 horas de intervalo, sendo notório o movimento do cometa em relação às estrelas. Neste intervalo, o cometa percorreu 25 minutos de arco. A estrela mais brilhante é a Deneb Kaitos (beta Ceti).

Cometa C/2000 WM1 (Linear)
Cometa C/2000 WM1 (Linear) 18:45 UTC
Canon Powershot G1 3xZoom f/2.5 8seg 400 ISO
Cometa C/2000 WM1 (Linear)
Cometa C/2000 WM1 (Linear) 21:38 UTC
Canon Powershot G1 3xZoom f/2.5 8seg 400 ISO