TRÂNSITO DE VÉNUS
28
de Maio 2004 -
Mais ou
menos a cada 120 anos uma mancha escura
atravessa diante o Sol. Pequena, negra ,
quase perfeitamente circular, não é uma
vulgar mancha solar. Nem todos a podem
ver, mas alguns que o conseguem ficam
com uma sensação estranha, como se
estivessem na praia de uma ilha do
Pacífico Sul, com os dedos dos pés
enterrados na areia húmida.
Gaivotas volteavam no ar, a guinchar. Os
cheiros da cidade de Plymouth passavam
pelo navio misturando-se com a brisa
salgada. As velas retesavam-se. O vento
mudara e era altura de partir.
A 12 Agosto de 1768, o barco de Sua
Majestade Endeavour saiu do porto, com o
capitão James Cook no comando, com
destino ao Taiti. A ilha fora
"descoberta" pelos europeus justamente
um ano antes no Pacífico Sul, uma parte
da Terra tão pobremente explorada que os
mapeadores não sabiam se haveria lá um
grande continente... ou não. Cook
podia, também, ter ido à Lua ou a
Marte. Ele teria de navegar através de
milhares de quilometros de mar largo,
sem nada como o Global Positioning
System ou mesmo um bom relógio de
pulso para medir o tempo para navegação,
para encontrar uma pequena porção de
terra com cerca de 32 km de
comprimento. No trajecto, tempestades
perigosas podiam (e aconteceu..) ocorrer
sem aviso. Formas de vida desconhecidas
aguardavam nas águas oceânicas. Cook
estimou que metade da tripulação
pereceria.
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NÃO AO DESPERDÍCIO!
18
de Maio 2004 -
Numa
viagem de dois anos a Marte, segundo uma
estimativa, uma tripulação de 6 humanos
produziria mais de 6 toneladas de resíduos
sólidos orgânicos – sendo na sua maioria
fezes. Então o que fazer com tudo isso?
Presentemente, os
resíduos dos astronautas são recambiados de
volta para a Terra. Mas numa exploração de
longa duração, gostaríamos de reciclar isso,
porque contém recursos de que os astronautas
precisarão. Fornecerá água potável.
Disponibilizará fertilizantes. E, com o
auxílio de um microorganismo recentemente
descoberto, fornecerá electricidade.
Como muitas
bactérias, esta, um membro da família
Geobacteraceae, alimenta-se de, e pode
decompor, material orgânico. Os
microorganismos Geobacter foram primeiro
descobertos na lama poluída do rio Potomac
em 1987; eles gostam de viver em locais onde
não há oxigénio e há abundante ferro. Eles
também têm a inesperada capacidade de
transferir electrões para o metal. Isto
significa que, sob condições ideais, os
microorganismos Geobacter podem, em
simultâneo, processar resíduos e gerar
electricidade.
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BORDER COLLIE ELÉCTRICO
14 de Maio 2004 -
Durante milhares de anos, os humanos criaram
rebanhos de cabras. Ovelhas. Carneiros. Nem
sempre é fácil, e os rancheiros normalmente
têm ajudantes. Usam o Border Collie para
manter os seus animais juntos. Estes cães
são fantásticos; se podem ver o gado, podem
agrupá-lo.
Mas, que faria se quisesse agrupar
microorganismos?
Não é uma
pergunta tão idiota como parece. A bordo de
uma nave espacial, por exemplo, alguns
microorganismos a flutuar no sistema de
distribuição de líquidos poderiam ser
presságio de problemas futuros. O mesmo é
verdade para o fornecimento de águas
municipais. Que aconteceria se terroristas
deitassem agentes patogénicos no
reservatório de água de uma cidade? Agrupar
microorganismos para testes e erradicação
pode ser a solução.
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ECOSSISTEMA EXTREMO
13
de Maio 2004 -
Os humanos
não gostam de estar sozinhos. Por isso,
quando Richard Hoover, um microbiólogo do
Marshall Space Flight Center
da NASA,
viaja, ele procura descobrir onde os
autóctones moram. No entanto, não procura
nos hotéis, nos restaurantes nem nos clubes
nocturnos. Os locais que ele procura são
mais exóticos: minas profundas sob a terra
gelada do Alasca e da Sibéria, as altas
montanhas da Antárctida e o fundo salgado e
alcalino do lago Mono da Califórnia.
E que procura ele?
Vida. Em abundância.
Richard Hoover
é um
caçador de extremófilos. Ele procura os
locais mais inóspitos
para formas de vida que gostam muito de
ambientes extremos: calor escaldante, frio
intenso, sal, lixívia, escuridão. E como
outros investigadores que exploram os
limites da Vida no planeta Terra, ele
descobriu uma surpreendente variedade de
espécies, desde simples bactérias a plantas
e animais.
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TERÁ GALILEO ERRADO?
6
de Maio 2004 -
Há 400
anos - diz a história. - Galileo começou a
deixar cair coisas da Torre Inclinada de
Pisa: bolas de canhão, balas de mosquete ,
ouro, prata e madeira. Ele esperava que os
objectos mais pesados caíssem mais rápido.
Tal não sucedeu. Eles atingiram o chão ao
mesmo tempo, e ele fez uma grande
descoberta: a gravidade acelera todos os
corpos a uma mesma razão, independentemente
da sua massa ou composição.
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UMA BOLSA DE QUASE-PERFEIÇÃO
26
de Abril 2004 -
Os
engenheiros não entram muitas vezes em
floreados
poéticos quando discutem as coisas que
constroem. Por isso, quando palavras como
"belo" e "elegante" e "engenhoso" saem
frequentemente da boca dos cientistas e
engenheiros quando falam sobre o projecto da
sonda Gravity Probe-B , pode-se suspeitar
que a sonda é algo verdadeiramente especial.
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À PROCURA DO
GRAVITOMAGNETISMO
20
de Abril 2004 -
A sonda
Gravity Probe B da NASA deixou hoje a Terra
à procura de uma força da natureza,
suspeitada há muito mas nunca provada: o
gravitomagnetismo.
O
gravitomagnetismo é produzido pelas estrelas
e planetas quando eles rodam. "É
semelhante, na sua forma, ao campo magnético
produzido na rotação de uma esfera
electricamente carregada,"
explica o físico Clifford Will da
Universidade de Washington (St. Louis).
Substitua a carga pela massa, e o magnetismo
torna-se gravitomagnetismo.
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LUA PERDIDA DE SEDNA
14
de Abril 2004
-
Astrónomos, ao estudarem 35 imagens,
tiradas pelo Hubble Space Telescope, do
objecto mais longínquo conhecido do Sistema
Solar, informalmente designado Sedna, estão
surpreendidos por aparentemente não ter
qualquer lua companheira, de qualquer
tamanho considerável. Este resultado
inesperado pode oferecer novas pistas para a
origem e evolução dos objectos do
limite mais longínquo do Sistema Solar.
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FURACÃO SEM NOME
2
de Abril 2004 -
Os
furacões são terríveis. Eles arrancam
árvores do chão, arremessam carros para o
ar, e derrubam casas. Os ventos podem soprar
mais rápido que 160 km/h. Alguns furacões
ficaram conhecidos por sugarem uma coluna de
água do oceano, com 6 metros de altura, e,
depois, a lançarem-se sobre a terra,
inundando quilometros de costa. Na Terra não
há outras tempestades tão destrutivas.
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VÉNUS E AS PLÊIADES
31
de Março 2004 -
As
Plêiades são esquivas. Raramente as encontra
de propósito. Vêem-se melhor pelo canto do
olho. Uma bonita surpresa que surge
repentinamente no céu nocturno quando está a
olhar para outro sítio.
Vénus é exactamente o oposto.
Deslumbrante, suficientemente brilhante para
projectar sombras ténues, emite feixes
intensos de luz que agarram a nossa atenção,
de forma hipnótica. Não se consegue tirar os
olhos de Vénus.
Este fim-de-semana, Vénus e as Plêiades
estarão juntos (em termos de distância
aparente claro). Acontece a cada 8 anos:
Vénus desliza através do enxame estelar das
Plêiades e, embora coisas diferentes nem
sempre combinem bem, neste caso não será
assim. Será um belo conjunto.
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DESTRONANDO EINSTEIN
26
de Março 2004 -
Mais cedo
ou mais tarde, o reino de Einstein, como o
reino de Newton antes dele, chegará
ao fim. Uma grande mudança no mundo da
Física que derrubará as nossas noções
da realidade é inevitável, acreditam muitos
cientistas, e actualmente uma corrida está a
decorrer entre uma mão cheia de teorias que
competem entre si pela sucessão no trono.
Na corrida estão
ideias apelativas tais como um universo de
11 dimensões, "constantes" universais (tais
como a força da gravidade) que variam no
espaço e no tempo e que só se mantêm
realmente fixas numa 5ª dimensão invisível,
cordas infinitesimais vibratórias como
constituintes fundamentais da realidade, e a
estrutura básica do espaço e tempo não é
homogénea e contínua, como acreditava
Einstein, mas dividida em pedaços discretos,
indivisíveis de um tamanho
impressionantemente pequeno. A experiência
irá determinar qual é que triunfará.
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SEDNA MISTERIOSO
15
de Março 2004 -
Investigadores da NASA descobriram o
objecto mais distante a orbitar o Sol. É um
planetóide misterioso três vezes mais
distante da Terra do que Plutão.
"O Sol parece tão
pequeno a essa distância que poderia ser
completamente oculto por uma cabeça de
alfinete," diz Dr. Mike Brown, da
California Institute of Technology (Caltech),
Pasadena, California, professor associado de
Astronomia planetária e chefe da equipa de
investigação. O objecto, chamado Sedna,
deusa do oceano para os esquimós Inuit, está
a cerca de 13 mil milhões de quilometros de
distância, nos limites mais longínquos do
Sistema Solar.
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MERIDIANI PLANUM:
"ENSOPADO"
2
de Março 2004 -
Algumas
rochas no local de aterragem da Opportunity
no Meridiani Planum em
Marte estiveram outrora impregnadas de água
líquida. Os membros da equipa científica
internacional da Mars Exploration
Rover apresentaram hoje provas aos
repórteres na sede da NASA em Washington,
DC.
"A água líquida fluiu
outrora por estas rochas. Mudou a sua
textura, e mudou a sua química," disse Steve
Squyres, principal investigador para os
instrumentos científicos da Opportunity e do
seu gémeo, Spirit. "Fomos capazes de ler as
pistas reveladoras que a água deixou,
dando-nos confiança nessa conclusão."
Aqui estão algumas
das provas de que outrora a água penetrou no
afloramento de rochas onde a Opportunity tem
estado a trabalhar.
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A SURPRESA STARDUST
16
de Janeiro 2004 -
A 2 de
Janeiro de 2004, a sonda Stardust
aproximou-se do cometa Wild 2 e entrou numa
tempestade. Rajadas de poeira cometária
percutiram a sonda. Pelo menos meia dúzia de
grãos, movendo-se mais rápidos que balas,
penetraram as defesas exteriores da Stardust.
Os 16 motores de foguete esforçaram-se por
manter a trajectória enquanto um colector,
do tamanho aproximado de uma raquete de
ténis, capturou alguma da poeira que trará
para a Terra dentro de dois anos. Tudo isso
era esperado. Depois
veio a surpresa. Aconteceu quando a sonda
passou próximo do núcleo do cometa, só a 236
km de distância, e fotografou-o usando a
câmara de navegação. As imagens
destinavam-se principalmente para manter a
sonda na rota certa. Elas também revelaram
um pequeno mundo de beleza surpreendente.
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SPIRIT
MOVE-SE
15
de Janeiro 2004 -
Nas
primeiras horas do dia de hoje
o rover
Spirit da missão Mars
Exploration Rover da NASA saiu
com êxito do seu módulo de aterragem para o
solo marciano. A primeira imagem do robot
olhando para o módulo de aterragem vazio à
sua retaguarda e mostrando as marcas das
suas rodas no solo entusiasmaram a equipa de
controlo do autómato no Jet Propulsion
Laboratory da NASA.
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SPIRIT ACERTA EM
CHEIO
5
de Janeiro 2004 -
O rover
Spirit da NASA aterrou ontem
[N.T.: dia
4 Janeiro 2004]
precisamente no local onde os cientistas
esperavam: dentro da cratera Gusev, numa
grande superfície plana e vasta, perfeita
para o rover se movimentar. E, como bónus, a
poeira em Marte não é um problema.
"Os meus parabéns à
equipa de navegação porque fizeram um
trabalho fantástico em colocar o rover
precisamente onde queríamos," diz Steve
Squyres da Universidade de Cornell,
principal investigador da equipa científica.
"Nós acertámos em cheio. Queríamos um
lugar onde o vento tivesse removido a poeira
das rochas - e este é o local."
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