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CHUVA DE METEOROS LEÓNIDAS 2003

 

10 de Outubro 2003 -  A chuva de meteoros está de volta. Por duas vezes...

 

Bill Cooke do Space Environments Group em Marshall Space Flight Center da NASA  explica: "Normalmente há só uma chuva de meteoros em cada ano, mas este ano vamos ter dois: um a 13 de Novembro e outro a 19 de Novembro."

 

Ambos são causados pelo cometa Tempel-Tuttle, que mergulha no sistema solar interior a cada 33 anos. Em cada visita o cometa deixa um rasto de resíduos de poeiras - a matéria das chuvas de meteoros. Muitos dos rastos antigos de poeiras do cometa  estão espalhados na parte da órbita percorrida pela Terra, em meados de Novembro.

 

Direita:  Meteoros Leónidas sobre o Japão em 2001.

 

"O nosso planeta atravessa  a zona de resíduos cometários todos os anos," diz Cooke. "É como um campo de minas. Umas vezes encontramos o rasto de poeira, outras não." Confrontos directos podem causar uma tempestade de meteoros, que é definida como tendo mais de 1000 meteoros por hora. "Isso foi o que sucedeu, por exemplo, em 1966 e 2001," diz Cooke. "Aqueles foram grandes anos para as Leónidas."

 

"Este ano vamos roçar ligeiramente dois desses rastos - mas nada de encontros directos," diz. Mesmo assim, "poderemos ter um bonito espectáculo."

 

A primeira chuva é esperada para 13 Novembro 2003 por volta das 17 h 17 min UT. Centrada nesta hora e durante cerca de 3 horas, a Terra estará próxima de alguma poeira deixada pelo Tempel-Tuttle em 1499. Os observadores no Alasca, Hawaii e na orla asiática do Pacífico serão os beneficiados. Eles verão em qualquer lado de uns poucos a 40 meteoros por hora - "se eles puderem evitar o brilho da lua na fase de 2ª giba (entre a lua nova e o quarto decrescente)" avisa Cooke. Uma boa estratégia para observar meteoros em noite de luar: vá para altitudes elevadas onde o ar é mais limpo ou mantenha-se na sombra de um prédio alto ou de um monte.

 

CIDADE

 TEMPO LOCAL

Número máximo de Leónidas em 15 minutos

 Los Angeles, CA

5 h 15 min (13 Novembro)

< 3

 Seattle, WA

5 h 45 min (13 Novembro)

  3

 Fairbanks, AK

7 h 00 min (13 Novembro)

  10

 Honolulu, HI

5 h 30 min (13 Novembro)

 9

 Tahiti

5 h 30 min (13 Novembro)

 6

 Tokyo, Japan

2 h 30 min (13 Novembro)

 18

 Christchurch, Nova Zelândia

3 h 30 min (13 Novembro)

1

 Sydney, Austrália

3 h 30 min (13 Novembro)

9

 Hong Kong

2 h 00 min (13 Novembro)

8

 Beijing, China

1 h 45 min (13 Novembro)

10

 Manila, Filipinas

1 h 45 min (13 Novembro)

9

 

Notas da tabela: Os valores listados na coluna 3 são o número máximo de meteoros que um observador, com céu perfeitamente limpo e escuro, pode ver num intervalo de 15 minutos próximo do pico da chuva.

 

Curiosamente, a Lua estará mais próxima do rasto de 1499 do que a Terra estará. "Se a Lua tivesse uma atmosfera para captar a poeira cometária, haveria cerca de 1400 meteoros por hora em céus lunares - uma verdadeira tempestade," nota Cooke. Em vez disso, as Leónidas simplesmente atingirão a superfície lunar.

 

A maioria dos meteoróides Leónidas são microscópicos, e quando eles atingem a Lua eles fazem pouco mais do que levantar a poeira lunar. Mas uns tantos serão maiores: do tamanho de bolas de golfe ou de uvas. Deslocando-se a 260 000 km/h, estes bólides podem provocar explosões visíveis a partir da Terra.

 

Direita: Uma explosão Leónida na Lua. David Dunham da International Occultation Timing Association registou o vídeo em 1999. O flash é tão brilhante como uma estrela de 3ª magnitude.

 

"Este ano não seremos capazes de ver quaisquer impactos lunares," aponta Cooke, "porque a maioria das Leónidas atingirão o lado oculto da Lua. Alguns atingirão o lado virado para a Terra, mas a superfície onde eles chocarão estará virada para o Sol. Isto torna extremamente difícil ver as explosões!"

 

A  segunda e mais impressionante  chuva chega quase uma semana depois a 19 de Novembro 2003 quando a Terra chega a um rasto deixado em 1533. "Os observadores da costa Este dos Estados Unidos da América terão as melhores oportunidades de visão das Leónidas," diz Cooke. "Durante algum tempo por volta das 7 h 28 min UT, eles podem ver mais do que um meteoro por minuto." A Lua, um fino decrescente  a 19 de Novembro 2003 não será suficientemente brilhante para interferir com a visualização do fenómeno. (Nem estará próxima da corrente de poeira cometária, portanto uma vez mais não haverá explosões lunares visíveis.)

 

CIDADE

TEMPO LOCAL

Número máximo de Leónidas em 15 minutos

 New York, NY

2 h 30 min (19 Novembro)

17

 Miami, FL

2 h 30 min (19 Novembro)

14

 Chicago, IL

1 h 30 min (19 Novembro)

13

 Dallas, TX

1 h 45 min (19 Novembro)

9

 Denver, CO

0 h 45 min (19 Novembro)

7

 Los Angeles, CA

0 h 00 min (19 Novembro)

3

 Caracas, Venezuela

3 h 30 min (19 Novembro)

17

 San Juan, Porto Rico

3 h 30 min (19 Novembro)

18

 Bermuda

3 h 30 min (19 Novembro)

19

 Londres, Inglaterra

5 h 45 min (19 Novembro)

7

 Paris, França

6 h 30 min (19 Novembro)

6

 

 

Cooke elaborou estas previsões usando dados de vários investigadores que fizeram um bom trabalho prevendo as tempestades Leónidas em anos recentes: Peter Jenniskens na Ames Research Center da NASA, Jeremie Vaubaillon do Institut de Mecanique Celeste et de Calcul des Ephemerides em França, e Esko Lyytinen. Todos eles concordam que a Terra encontrará correntes de poeiras a 13 de Novembro 2003 e 19 de Novembro 2003 mas há um menor consenso acerca de qual será a intensidade das chuvas. Lyytinen, por exemplo, prevê um máximo só de 30 meteoros por hora a 19 de Novembro 2003. Vaubaillon diz 100.

 

Quem está certo? Veja por si próprio. Vá lá para fora quando a altura chegar, e olhe lá para cima.

 

LINKS

 

Explosions on the Moon  da Science@NASA. Durante a tempestade de meteoros, os astrónomos observaram um curioso flash na lua  - um sinal denunciador de meteoróides atingindo a superfície lunar e explodindo.

Jaw Dropping Leonids  da Science@NASA. Colecções de uma chuva de meteoros Leónidas.

Leonids Photo Gallery  da SpaceWeather.com. Os observadores que o viram nunca o esquecerão: a tempestade de meteoros Léonidas de 2001.

Previsões das Leónidas: de Jeremie Vaubaillon do Institut de Mecanique Celeste et de Calcul des Ephemerides; de Peter Jenniskens na Ames Research Center da NASA. Verifique estes sites para actualizações sobre as Leónidas.

 

 

 

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