25/04/2004
A missão "Céu dourado" teve a sua
continuidade hoje de manhã bem cedo por
volta da uma da manhã. O primata astrónomo
continuou a sua operação observacional. E
como ele se espantou com novos objectos como
as galáxias siamesas - NGC 4567 /
NGC 4568; NGC 4030. No meio do
silêncio, aparte pontuando aqui e além com
as ondas sonoras vindas de mamíferos bem
peludos :) , o primata astrónomo divagou no
espaço e no tempo. Por uns momentos, o céu
dourado pareceu desabar sobre ele. Como um
yotta (10^24) de sóis tivessem perdido o seu
suporte no céu e mais fulminantes que a
própria luz tornassem de repente um céu sem
estrelas, sem riscos luminosos, sem aquele
brilho próprio da noite, como seria
assustador! O primata astrónomo estremeceu
com tamanho pesadelo. Mais assustador que o
Adamastor fixo naquele cabo
tormentoso. Regressado à realidade,
continuou a sua senda de conhecer mais e
melhor a noite estrelada. Uns cirros bem
elevados e dispersos sob alguns pontos
luminosos tornavam a noite um pouco mais
clara que o habitual, mas mesmo assim o
primata astrónomo tentou a caça ao tão
desejado quasar 3C 273 localizado em
Virgo, curiosamente não muito longe da
eclíptica e próximo de Zaniah em
termos de distância angular. O primata
astrónomo com a sua ferocidade e ansiedade
de encontrar o quasar, de magnitude 12,2-13
ficou mais de meia hora a tentar descortinar
aquela fonte pontual distante mas sem
sucesso. Como ele anseia por ver um dos
objectos mais distantes do Universo onde ele
e mais uns 6 milhares de milhões de seus
companheiros primatas e tantos outros seres
coexistem... Na realidade, o astrónomo
primata, veio a saber que 3C 273 não é
apenas composto por uma única fonte pontual,
mas sim por um "par de estrelas", em que
pelo menos 90% de todas a energia medida
provém de uma segunda "estrela" que não se
vê no telescópio ;) O astrónomo primata
também observou as galáxias NGC 4567
/ NGC 4568 conhecidas como as
siamesas. Bastante difícil discernir as duas
individualmente com a sua magnitude 12
(quase o mesmo em termos de brilho para
ambas). As galáxias, pasme-se, encontram-se
a 50 milhões de anos-luz! As galáxias em
interacção formam um belo V galáctico no
qual também curiosamente são apimentadas
igualmente por duas estrelas próximas das
pontas do V. Como referência usou M58
para encontrar as siamesas. Outro objecto
que despertou a curiosidade e fez a delícia
ao primata tem por designação: NGC 4030.
É uma das mais belas galáxias que se situa
muito próximo angularmente do plano da
eclípitca. Mostra-nos a sua face galáctica a
qual é guarnecida "lado a lado" por duas
estrelas, a qual se acrescenta mais uma
quando a galáxia é vista com ocular 9 mm Plössl
(136x). O registo marca a sua magnitude como
sendo 11. Um dos objectos mais apreciados
pelo primata astrónomo e que agora é como se
fosse visita obrigatória é a famosa galáxia
agulha (Needle galaxy) também denotada como
NGC 4565. Muito fácil de encontrar a
partir de Melotte 111 - o enxame
aberto francamente visível a olho nu,
estando também próxima e quase no mesmo
campo de visão (com a ocular 25 mm Plössl)
de NGC 4494 o qual tem uma mirífica
forma circular e bem acompanhada por uma
estrela de 8ª magnitude. Além destes alvos
observados durante a II parte da missão "Céu
dourado", lá foi continuando intensamente e
muito concentrado na sua busca e
identificação de mais penugens galácticas.
A enigmática galáxia Olho Negro = M64
na cabeleira de Berenice fascina com aquela
faixa de absorção que cria depois a
impressão de estarmos a ser observados por
um olho do céu a 22 milhões de anos-luz de
distância. E para finalizar o relato o
astrónomo primata deixa aqui outros objectos
que observou não se recordando de todos os
que foram alvo da sua missão. Foram
observados os seguintes objectos do catálogo
estelar New General Catalogue nesta mesma
noite: NGC 4536 (próximo do quasar, a
qual pode ser vista conjuntamente com uma
outra galáxia NGC 4527 criando
praticamente uma linha na qual no meio desta
podem ser encontradas duas estrelas. Quase
uma simetria perfeita. A Norte de NGC 4536
destaca-se também uma estrela.); NGC
4699 (não muito longe de M104,
destaca-se uma parte central bem brilhante);
NGC 4283 / NGC 4274 (?); M3;
NGC 5053 (um desafio!); M4 e
outros que não foram registados. Como
despedida da II parte da missão passou por
um dos mais belos enxames globulares que
marca a sua presença na constelação Serpens.
M5. A III parte da operação "Céu
dourado" decorrerá no próximo fim-de-semana
caso o tempo o permita...
Arquivo de Olhai, olhai para os céus:
2006 -
1 2005 -
1 2004 -
1 2003 -
1 2002 -
1 2001
-
1
|