Sirius A é mais quente, azul e jovem do
que o Sol. Esta imagem de raios-X da
Astronomy Picture of the Day,
na realidade, mostra Sirius B, emissor mais
brilhante na banda dos raios-X (veja uma
imagem Digitized Sky Survey
de Sirius da
NStars Database
da NASA.)
ROSAT,
MPE,
NASA,
Cortesia
Skyview, © Universidade
de Leicester.
Também
conhecida como alfa Canis Majoris, Sirius é
o quinto sistema estelar mais próximo do
Sol, a 8,6 anos-luz de distância. Está
localizada na parte Norte central
(06:45:08.92-16:42:58.02, ICRS 2000.0)
da constelação
Canis Major, Cão Maior. Sirius
constitui também parte do vértice inferior
esquerdo do "triângulo
de Inverno" de estrelas de 1ª magnitude,
em que os outros vértices são
Procyon (alfa Canis Minoris) localizado
na parte superior esquerda e
Betelgeuse (alfa Orionis) no centro à
direita. O sistema é o principal membro do
grupo estelar em movimento (também conhecido
como super enxame Sirius ou corrente estelar
Ursa Major), que inclui todas as 5 estrelas
da Ursa Maior bem como
Gemma e têm, maioritariamente, cerca de
490 milhões de anos, e todas se movem em
direcção ao centro galáctico (veja a
fotografia a cores de Akira Fujii de
Sirius -- no topo central da
fotografia.)
Direita:
Sirius é um sistema binário estelar.
McDonald Observatory.
Na realidade
são duas estrelas, alfa Canis Majoris A e B,
que formam uma binária próxima separada "em
média" só por cerca de 20 vezes a distância
da Terra ao Sol -- 19,8 unidades
astronómicas (UA) no eixo semi-maior orbital
-- que é aproximadamente a distância entre
Urano e o Sol. A estrela companheira, é uma
anã branca, um remanescente estelar e é tão
pálida que não pode ser vista a olho nu.
Depois de analisar os movimentos de Sirius
de 1833 a 1844,
Friedrich Wilhelm Bessel, concluiu que
tinha um companheiro invisível. Contudo,
Sirius B não foi realmente observado até 31
Janeiro de 1862 por
Alvan Graham Clark (1832-1897), que
estava a testar o seu novo telescópio de 18"
construído para o Observatório Dearborn pela
famosa companhia fundada por seu pai e mais
tarde dirigida por seu irmão e ele próprio. Clark foi honrado com o prémio Lalande da
Academia francesa pela sua descoberta.
Contudo, a elevada temperatura peculiar, do
pequeno tamanho e grande densidade da
estrela B não foram estabelecidos até 1925
por
Walter Sydney Adams (1876-1956) (veja
uma animação das
órbitas das estrelas A e B e possivelmente
uma zona habitável destruída em torno da estrela A,
com uma tabela das características orbitais
e físicas.)
Esquerda:
Sirius é substancialmente maior que o Sol,
embora a sua companheira anã B seja mais
pequena que Júpiter (mais informação da
ESO.)
Sirius A
Alfa Canis Majoris, a estrela Cão, é a
estrela mais brilhante no céu e, obviamente,
a estrela mais brilhante da sua constelação.
Diferentemente do Sol, Sirius A é uma
estrela anã ligeiramente branco-azulada, da
sequência principal de tipo espectral e
luminosidade A01-1 Vm. Esta estrela
relativamente grande tem 2,14 vezes a massa
do Sol e cerca de 1,68 vezes o seu diâmetro
(Gatewood
and Gatewood, 1978),
mas RECONS estima que a estrela tenha 2
massas solares baseada na luminosidade.
Segundo
Yale Bright Star Catalogue, 1991 5th Revised
Edition, que regista
Sirius A por HR 2491, estima que o diâmetro
varie entre 0,00560" a 0,00589". Comparado
com o Sol, Sirius A é mais quente e 21 vezes
mais brilhante. Tendo apenas 300 milhões de
anos, e sendo muito maior e mais quente que
o Sol, a estrela esgotará o seu núcleo de
hidrogénio dentro de um milhar de milhões de
anos e tornar-se-á uma gigante vermelha ou
uma variável cefeida antes de expelir as
suas camadas exteriores para revelar um
núcleo remanescente como uma anã branca.
Acima:
Veja uma discussão da
sequência principal como parte da
evolução e morte estelar.
NASA
Observatorium.
Foi detectada poeira neste sistema binário (Backman
et al, 1986; e Kuchner and Brown, 2000
-- em
postscript). Sirius A é rico em
elementos mais pesados que o hidrogénio
("rico em metais") porquanto esta possui 1 a
7,4 vezes a abundância de ferro do Sol
(Cayrel
de Strobel et al, 1991, páginas
285-286).
Foi provavelmente enriquecida pela sua
estrela companheira, que foi outrora muito
maior e mais quente que Sirius A e, desde
então, evoluiu e esgotou-se ainda mais
rapidamente. Sirius B produziu uma grande
quantidade de elementos pesados que expulsou
para o espaço e em direcção a Sirius A antes
de se tornar uma estrela anã.
Acima:
Sirius B é uma jovem anã branca, um núcleo
remanescente estelar, que enriqueceu Sirius
A com elementos mais pesados que o
hidrogénio quando aquela expeliu as suas
camadas gasosas exteriores, como a nebulosa
planetária
NGC 2440. H. Bond (STSci),
R. Ciardullo (PSU),
WFPC2, HST, NASA.
Sirius A é considerada uma estrela variável
porque a sua companheira pode aumentar o seu
brilho quando localizada em frente da
estrela como observado da Terra. A distância
que separa Sirius A da sua companheira varia
entre 8,1 e 31,5 UA enquanto as
duas giram numa
órbita de grande excentricidade (e =
0,59) que demora 50,1 anos a completar (Willem
Henrik van den Bos, 1960; na nova
Sixth Catalog of Visual Orbits of Binary
Stars. Veja também
uma animação das
órbitas das estrelas A e B e possivelmente
uma zona habitável destruída em torno da estrela A,
com uma tabela das características orbitais
e físicas.) Os números e designações de
catálogos estelares úteis incluem: α CMa, 9
CMa, HR 2491, Gl 244 A, Hip 32349, HD 48915,
BD-16 1591, SAO 151881, FK5 257, LHS 219, e
ADS 5423 A.
Acima:
A breve exposição à esquerda revela a pálida
anã branca Sirius B, quando estava
localizada a 25 UA abaixo de Sirius A, que
está ausente na imagem sobreexposta, à
direita.
A
distância de Sirius A onde um planeta como a
Terra estaria confortável com água líquida
seria cerca de 4,6 UA (aproximadamente a
distância de Júpiter ao Sol no Sistema
Solar) onde o período orbital seria de 6,8
anos. A órbita de qualquer protoplaneta que
se formasse em torno de Sirius àquela
distância podia ter sido perturbada pela
órbita próxima de Sirius B, e também
provavelmente durante a perda de massa da
estrela B quando esta se tornou uma nova e
depois uma anã branca. Mesmo se fosse
possível para um planeta do tipo da Terra
orbitar a jovem Sirius A e desenvolver Vida,
é provável ser vida primitiva unicelular,
bactérias anaeróbicas sob constantes
bombardeamentos por meteoritos e cometas
como a Terra o foi durante os primeiros
milhares de milhões de anos. Uma vez que é
improvável haver oxigénio livre na atmosfera
de tal planeta, é provável que não tivesse
uma camada de ozono (O3) embora
Sirius A emita mais radiação (especialmente
UV) que o Sol. (para uma discussão
ilustrada, veja o site de Christoph Kulmann
sobre a improvável
zona habitável em torno de Sirius A.)
Esquerda:
Sirius B é uma fonte mais brilhante de
raios-X do que Sirius A. Veja o
álbum de fotografias do Observatório de
raios-X Chandra e
Astronomy Picture of the Day.
NASA,
CXC,
e
SAO.
Sirius B
Chamada "o cachorro" por ser mais pequena
que a sua estrela companheira Cão, este
objecto muito mais pálido é uma
anã branca (DA2-5 VII ou A2-5 VII). É
cerca de 8 200 vezes mais pálida que Sirius
A e 360 vezes mais pálida que o Sol.
Comparando com o Sol, parece ter a mesma
massa (103,4
% ± 2,6 %)
mas menos de 1% (0,84
% ± 0,025 %)
do seu diâmetro. De facto, o diâmetro de
Sirius B de cerca de 11 700 km é cerca de
92% do da Terra. A sua massa e diâmetro são
consistentes com o tamanho teórico para uma
anã branca com núcleo de carbono, que pode
ter evoluído a partir de uma estrela de 6 a
7 massas solares B5 da sequência principal.
Embora pequenas comparadas com as estrelas
da sequência principal, as anãs brancas são,
na realidade, intensamente quentes, mas sem
calor interno de fusão para manter a queima,
tornar-se-ão gradualmente frias e
esmorecerão.
Veja uma discussão da
sequência principal como parte da
evolução e morte estelar.
NASA
Observatorium.
Sirius B foi a primeira anã branca a ser
descoberta, mas levou quase um século a
partir da sua descoberta para a aceitação
generalizada da sua natureza como um
remanescente estelar. A densidade média
calculada da estrela é de 92 000 vezes a do
Sol, portanto 1 polegada cúbica
do
seu material pesaria 15 toneladas à
superfície da Terra. Números de catálogos
úteis incluem Gl 244 B e ADS 5423 B.
[N.T.:
1 polegada cúbica (2,5 x 2,5 x 2,5) dá 17,6
cm cúbicos. Daí que a densidade seria mais
ou menos 0,8 toneladas por cm cúbico.]
A caça por Sirius C
e companheiras subestelares
Segundo Duchner e Brown
(pré-impressão de 2000 -- em
postscript) três análises ao movimento
próprio de Sirius descobriram uma
perturbação na órbita de Sirius B com um
período de cerca de 6 anos
(Ch. Volet, 1932;
Walbaum and Duvent, 1983; and
Benest and Duvent, 1995.)
As análises não esclarecem se o corpo
perturbador orbita Sirius A ou Sirius B,
embora simulações dinâmicas sugiram que
órbitas estáveis sucedem em torno de ambas
as estrelas a distâncias circum-estelares
com mais de metade da separação mais próxima
do sistema binário de 8,1 UA
(Daniel
Benest, 1989).
Como os astrónomos antigos acreditavam que
Sirius era vermelho há cerca de 2 000
anos, alguns investigadores queriam saber se
o sistema pode ter um terceiro componente
estelar, Sirius C, com cerca de 5% da massa
do Sol o que implica um tipo espectral M5-9
numa órbita elíptica de 6 anos em torno de
Sirius A (Benest
and Duvent, 1995).
Uma recente procura por companheiros pálidos
usando o Hubble Space Telescope não
descobriu qualquer prova da existência de um
grande Júpiter ou um objecto do tamanho de
uma anã castanha, embora as posições
observadas de Sirius A -- Gl 244 AB --
difiram dos elementos orbitais publicados
(Schroeder
et al, 2000).
VIZINHOS MAIS PRÓXIMOS
Os seguintes sistemas estelares estão dentro
de um raio de 10 anos-luz a partir de Sirius
AB.
Sistema estelar |
Espectro e
luminosidade |
Distância
(anos-luz) |
|
|
|
Procyon AB |
F5
V-VI
DA-F/VII |
5,2 |
Estrela de Luyten |
M3,5-5
Ve |
5,8 |
Ross
614 AB |
M4,5
Ve
? |
5,5 |
Estrela de Kapteyn |
M0-1,5
VI |
7,5 |
Epsilon Eridani |
K2 V |
7,8 |
Sol |
G2 V |
8,6 |
LHS
1565 |
M5,5 V |
8,9 |
Wolf
359 |
M5,8
Ve |
9,0 |
DX
Cancri |
M6,5
Ve |
9,2 |
Proxima Centauri |
M5,5
Ve |
9,3 |
Alfa
Centauri AB |
G2 V
K0 V |
9,5 |
LTT
12352 |
M3,5 V |
9,9 |
MAIS INFORMAÇÕES:
Experimente o
site
Stars do
professor James B. Kaler, do departamento de
Astronomia da Universidade de Illinois, para
mais informação sobre
Sirius. Para outra
discussão ilustrada, veja a improvável
zona habitável em torno de Sirius A no
site de Christoph Kulmann.
Sumários técnicos actualizados sobre estas
estrelas podem ser encontrados em:
ARICNS de Astronomiches
Rechen-Institute em Heidelberg,
NStar Database da NASA, e na lista dos
100 sistemas estelares mais próximos
da
Research Consortium On Nearby Stars (RECONS).
Informação adicional pode estar disponível
no site
Internet Stellar Database de
Roger Wilcox.
"Sirius" é uma palavra de origem grega que
significa "A Cintilante ou Ardente," cujos
adjectivos outrora eram aplicados a todas
as estrelas do qual Sirius era o exemplo
mais perfeito. Esta estrela não é visível
no céu nocturno no Verão, e daí, os gregos
pensavam que Sirius acrescentava calor ao
do Sol, produzindo verões mais quentes. Na
verdade, nós ainda referimos aos dias mais
quentes do Verão como "dias de canícula" o
que se refere à "estrela Cão". Fora do
período de Verão, é melhor visto no
hemisfério Norte de Janeiro a Março como a
estrela mais brilhante da constelação
Canis Major. Para
mais informação sobre as estrelas e
objectos nesta constelação e uma
ilustração, vá a
Canis Major de Christine Kronberg.
Para outra ilustração, veja
Canis Major de David Haworth.
Para mais
informação sobre as estrelas incluindo
códigos de classe espectral
e luminosidade vá ao site
The Stars of the Milky Way de ChView.
†
Artigo revisto por Alberto Fernando, piloto
de linha aérea; e, Carlos Oliveira, University of Texas at Austin.
†† Artigo original
http://www.solstation.com/stars/sirius2.htm
- tradução autorizada pela SolStation.com
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