Astronomia e Astrofotografia | ||||||||||
por Luís Ramalho |
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FOCAGEM Para os principiantes na fotografia com câmaras CCD, a focagem é normalmente uma das tarefas mais desgastantes e que, não raras vezes, provoca o afastamento da astrofotografia. De facto, focar uma câmara CCD pode transformar-se num tarefa complicada e fastidiosa se não desenvolvermos processos expeditos e precisos para encontrar o ponto de focagem óptimo. Tal como se pode comprovar na figura seguinte, em telescópios de relação focal curta, a zona crítica de focagem é menor do que nos telescópios de maior distância focal, de modo que a determinação do foco é ainda mais crucial e difícil naqueles telescópios. Recorde-se que a relação focal (ou razão focal) de um telescópio é o rácio entre a sua distância focal e a respectiva abertura. Isto é, um telescópio com 1000 mm de distância focal e uma abertura de 100 mm tem uma relação focal f/10. A zona crítica teórica de focagem (ZCTF) é função apenas da relação focal e pode ser calculada através da fórmula ZCTF (em micrómetros) = Relação focal 2 x 2,2 Por exemplo, para o telescópio Meade LX200 a f/10, a zona crítica teórica de focagem é de 220 micrómetros ou 0,22 mm (102 x 2,2). Um telescópio com metade da razão focal (f/5) tem apenas 1/4 da zona crítica de focagem (e não metade) de um sistema óptico a f/10 (0,055 mm). Na prática, como os sistemas ópticos não são perfeitos, o valor da ZCTF é de cerca de 10 a 30% maior que o respectivo valor teórico, o que não invalida que, com zonas críticas desta ordem de grandeza, não se torne quase obrigatório utilizar meios auxiliares para facilitar a focagem. Um das formas mais simples para a determinação rápida do foco é a utilização de uma máscara ou ecrã de focagem. Utilizo, por isso, um ecrã de focagem (que é colocado à frente da objectiva) com três orifícios equidistantes do centro, os quais dão, na imagem de CCD e sempre que estamos fora da zona crítica de focagem, outras tantas imagens da estrela que estamos a "utilizar" para focar. À medida de vamos "caminhando" para o foco, as três imagens da estrela vão convergindo para um único ponto, o qual só se consegue no plano focal, isto é, quando a focagem é óptima. Na imagem seguinte pode-se ver o ecrã de focagem (construído em metal com o diâmetro da objectiva do telescópio):
Ecrã de focagem construído por José Ferreira. Luís Ramalho
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