Há já muitos anos que o celostato
de espelho único do observatório solar do Kitt Peak
National Observatory presta muitos e bons serviços, mas não
foi para imitar este Observatório que construí o meu celostato
de espelho único.
Na verdade, não me restou
outra hipótese , pois o espaço possível para a sua
instalação não permitia um clássico celostato
de dois espelhos . Residindo no último andar de um prédio
cujo sótão é propriedade de todos os inquilinos, a
única possibilidade seria fazer uma pequena abertura no telhado
(figura 1), para a observação solar.
Apesar das reduzidas dimensões
desta pequena janela, decidi construir o celostato e instalá-lo,
(figura 2)de modo a reflectir a luz solar para um telescópio refractor,
também de lente única, montado fixo, quase horizontalmente,
e num alinhamento com uma diferença de aproximadamente 7º,
em relação ao eixo Norte / Sul da esfera celeste.
O espelho plano não tem camada reflectora
(figura 3) , rejeitando assim cerca de 95% da energia luminosa e calorífera
que recebe . A face traseira do espelho é despolida com aloxite
50 , de granulação muito fina, reflectindo pouca luz parasita,
facto confirmado pela possibilidade de adquirir imagens de proeminências,
conseguidas com um coronógrafo também simplificado . Uma
vista geral do conjunto , visto de frente (figura 4 ) e de trás
( figura 5) .
O principal componente mecânico do
celostato, é um eixo de roda de automóvel, (figura 6) , com
a sua flange, os seus rolamentos e uma pequena parte da estrutura da qual
fazia parte. O resto foi cortado.
O controle de movimento sincronizado num
celostato deste tipo (altazimutal) é dificil , mas o facto de o
objecto de estudo ser o Sol, permite a construção de um sistema
automático seguidor da nossa estrela.
Este sistema automático,
é constituído bàsicamente por um conjunto de
quatro fotodiodos, montados em cruz , (figura 7) que seguram o Sol no seu
centro (figura 8) . Estes fotodiodos, em grupos de dois, controlam dois
amplificadores que por sua vez alimentam os motores DC de 6 Volts (motores
de leitor de vídeo mas que inicialmente eram de assador de frangos)
e estão instalados em caixa única (figura 9) .
O conjunto de fotodiodos, está montado
numa estrutura apropriada (fgura 10) e colocado um pouco antes do plano
focal.
Esta estrutura, é móvel,
por arrasto de peças com furo roscado dentro de calhas em dois eixos
perpendiculares, podendo ser colocada de modo a que possa ser observada
(ou fotografada ) qualquer zona do Sol, no centro do plano focal.
Assim se consegue um seguimento automático,
com zona de observação seleccionável.
Para quem como eu, procura estudar e fazer
imagem de alta resolução, um sistema destes é
indispensável.
Na figura 5, são visíveis
os dois motores. O movimento em azimute faz-se pelo arrasto de um troço
de peça cilíndrica
em nylon preto, com furo roscado, que se desloca
dentro de duas calhas (figura 11) cuja diâmetro interior é
justo o diâmetro do cilindro (figura 12 ) com uma folga mínima
que possibilite o arrasto.
É evidente que este tipo
de movimento não será circular, mas sim elíptico,
mas dado que o comando dos motores é automático, esta consequência
deixa de ser importante .
O movimento em altitude, faz-se pelo
arrasto de um troço de peça cilíndrica com furo roscado,
também em nylon preto, no qual existe um eixo a 90º ao qual
está fixada uma peça móvel, que por sua vez recebe
um conjunto (peça e parafuso)
que movimenta o espelho, estando fixado ao respectivo
suporte por dobradiça.
É este conjunto (peça
e parafuso) que permite ajustes de posição vertical, independentes
do motor.
Por outro lado, os ajustes (independentes
do motor) de posição azimutal, são possíveis
aliviando a pressão feita pela embraiagem constituída por
um anel em madeira, que abraça a flange (visível na figura
6) , e cujo manípulo de aperto é visível na figura
3, em baixo, á direita .
O efeito de travão no movimento
de latitude (ou vertical) , efectua-se por aperto do parafuso superior
(figura 14) , que aperta uma chapa de alumínio contra o eixo do
suporte do espelho (também cilindro em nylon preto).
Como se pode ver na figura 14, o centro
do eixo do suporte do espelho está ( o mais possível) no
alinhammento da superfície reflectora, e do centro do espelho, assim
como também está alinhado do mesmo modo o centro do eixo
do movimento de azimute. Mais informação ou detalhes, e-mail
me .