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Um olhar por baixo da saia
O novo telescópio solar sueco (SST) em La Palma
permite resolver pormenores na face solar na ordem de aprox. 90 km
de diâmetro. Junto com o segundo telescópio solar em
Las Palmas (o Dutch Open Telescope ou DOT) os investigadores da
Universidade de Göttingen/RFA puxaram as capacidade destes dois
instrumentos até os limites, para tentar desvendar uma enigma
de longa data.
Foto: SST/La Palma (SuW-WIS 042004)
As manchas solares são zonas cerca 1500 graus mais frias que
a fotosfera circundante não disturbada. A causa para este arrefecimento
são alterações
nas linhas do campo magnético, as quais provocam uma falha no
transporte convectivo da energia vindo do interior do Sol. Segundo
a teoria, deverão
existir por baixo das manchas zonas em que o material vindo do interior
se empilha e provoca turbulências e movimentos convectivos de
grande escala por baixo da superfície, as quais se podiam também
manifestar na superfície visível.
Já o SOHO e o novo ramo da pesquisa solar da helioseismologia permitiram
detectar e confirmar o entupimento do transporte da energia, bem como
o movimento convectivo resultante por baixo das manchas.
Veja: http://astrosurf.com/uaa/Estrelab/Arquivo/id45.htm
Imagens de alta resolução tiradas na banda G (430 nm-luz
azul) permitiram agora confirmar a existência desta convecção
de grande escala. A foto em cima mostra assinalada pequenas manchas
claras, as quais não fazem parte da granulação
normal do sol. Aqui, concentrações
de campos magnéticos de pequena dimensão provocam um
aquecimento diferente da área circundante e um notável
aumento do brilho local ao observar o Sol na luz emitida pela molécula
CH. Estes "pontos brancos da banda-G"
demonstram movimentos próprios como indica a imagem acima. Na
zona circundante em torno da penumbra existe uma variante de "vala
das manchas solares" a qual provoca um deslize da matéria
para o centro da mancha (setas azuis). Ultrapassado o pico exterior
da vala, a matéria afasta-se
da mancha solar (setas vermelhas). A partir de uma distância
de cerca 10 000 km, os movimentos cessam por completo.
Estes movimentos radiais de aproximação e afastamento junto da penumbra
das manchas confirmam assim uma teoria, segundo a qual deve existir
uma convecção gigantesca própria em torno de todas as manchas solares.
Esta convecção pode ser comparada com um rolamento duplo de esferas,
no qual as esferas do anel interior giram em direcção ao centro e as
do anel exterior para fora da mancha.
As ditas concentrações
do campo magnético
também apresentam um tamanho preferencial, o qual se situa
na ordem dos 150 km (fora da resolução do DOT, mas
não do SST). Assim, a zona
por baixo das manchas pode ser visto como dois cilindros equipados
com picos (de campos magnéticos) que protuberam para a parte
visível
da fotosfera. A convecção de grande escala ou "convecção
dos cilindros"
é actualmente o mais recente facto confirmado na pesquisa solar.
O Sol em Março 2004
Uma revista sensacionalista reportando exclusivamente sobre
a actividade solar via-se provavelmente forçado de fechar as portas.
O mês inteiro o Sol tem mostrado manchas, ou seja, não houve dias sem
manchas. Mas as regiões activas que se tem mostrado eram em mais de 50%
dos casos grupos envelhecidos, parcialmente remanescentes de outra rotação
anterior. Estes grupos limitaram-se de aparacer no limbo, passar sem
alardio o disco de uma ponta a outra, e desaparecer no outro lado. Perto
do fim do mês houve dois grupos de maior extensão em longitude, porém,
não houve nenhuma actividade como é habitual em grupos desta extensão.
Vide a foto
do disco dia 24 (Luis Carreira). Mesmo estes grupos quase não chegaram
inteiro no limbo. Desde então, o Sol ficou basicamente quieto. Este mês
é foi fraco o que se reflecte também no valor médio do número R (54).
Actividade
hemisférica Números
relativos provisórios (número Wolf) para a UAA e
o SIDC
Dia |
N |
S |
UAA |
SIDC |
|
Dia |
N |
S |
UAA |
SIDC |
1 |
--- |
--- |
--- |
44 |
|
17 |
--- |
--- |
55 |
48 |
2 |
0 |
28 |
33 |
31 |
|
18 |
15 |
39 |
54 |
49 |
3 |
0 |
16 |
16 |
26 |
|
19 |
12 |
54 |
73 |
58 |
4 |
0 |
17 |
21 |
23 |
|
20 |
--- |
--- |
64 |
50 |
5 |
--- |
--- |
--- |
35 |
|
21 |
--- |
--- |
58 |
48 |
6 |
--- |
--- |
49 |
39 |
|
22 |
--- |
--- |
67 |
57 |
7 |
--- |
--- |
45 |
40 |
|
23 |
--- |
--- |
61 |
61 |
7 |
0 |
45 |
40 |
35 |
|
24 |
--- |
--- |
63 |
57 |
9 |
0 |
51 |
51 |
38 |
|
25 |
--- |
--- |
94 |
83 |
10 |
0 |
46 |
46 |
38 |
|
26 |
--- |
--- |
--- |
84 |
11 |
0 |
41 |
41 |
38 |
|
27 |
--- |
--- |
95 |
88 |
12 |
--- |
--- |
--- |
48 |
|
28 |
--- |
--- |
79 |
76 |
13 |
14 |
39 |
54 |
40 |
|
29 |
--- |
--- |
73 |
66 |
14 |
13 |
25 |
42 |
38 |
|
30 |
--- |
--- |
--- |
54 |
15 |
11 |
25 |
37 |
32 |
|
31 |
--- |
--- |
50 |
56 |
16 |
11 |
35 |
46 |
37 |
|
Média |
6 |
35 |
54,1 |
48,9 |
N = Norte, S= Sul, disco integral para UAA e SIDC
Fonte SIDC-Bélgica
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Eventos
especiais Nenhuma actividade aparente durante 11 dias (dia
2 até 12) no hemisfério Norte. |