Boletim da

União de Astronomia e Astrofísica

 

Grupo de trabalho Sol

Pesquisa solar em Portugal

 

Actividade solar do primeiro semestre do ANO 2003

 

Nota:

O grupo de trabalho SOL começou a sua actividade de rastreio em Outubro 2002, sendo por isso restrito o poder analítico dos dados.

 

No primeiro semestre do ano 2003 o Sol mostrou uma oscilação típica para a fase terminal do máximo solar. Estas fases destacam-se especialmente por tempos de actividade frenética que podem durar, na média, cerca duas semanas, sendo interrompidos por curtos períodos de uma actividade extremamente baixa.

Como mostra o quadro 1, o número R médio atenuado deste semestre situa-se, com excepções, entre 120 e 40. Isto corresponde na média a uma diferença (delta-R) de 80, o qual pode ser traduzido, nesta fase do ciclo, por uma alternância entre um maior número de regiões activas  com um número de manchas reduzido interrompido por tempos de pequenos grupos (regiões activas fracas) com um número médio de manchas.

Quadro 1: Oscilação diária do número Relativo

 

 

A evolução dos últimos 13 meses infelizmente não pode ser avaliada, nem analisada, por falta de dados de observação. Veja a nota no topo.

Quadro 2: Média de 13 meses.... (perdoem os leitores, mas não há 13 meses ainda)

 

 

Evolução do ciclo actual

Como demonstra o quadro 3, o meio do ano 2002 pode ser considerado, por enquanto, como o início do declínio do ciclo em curso. O primeiro semestre do ano 2003 por sua vez contribuiu com uma queda acentuada da média do número R durante os primeiros meses do ano, recuperando temporariamente o fôlego nos meses seguintes, no entanto, sem atingir o nível das médias mensais anteriores.

O quadro 3 mostra tanto as médias mensais, bem como a curva harmonizada dos dados do SIDC e, na parte final do gráfico, acrescentado os dados das observações unificadas das estações portuguesas contribuintes no grupo de trabalho SOL e recolhidos pela UAA.

Este quadro mostra nitidamente o crescimento do ciclo 23 e permite concluir, que o presente ciclo pode ser considerado um ciclo de dois picos, embora sendo o segundo pico (mais visível na característica harmonizada) de menor impacto e menos destacado do que noutros ciclos deste tipo.

Observando o gráfico da evolução do ciclo, permite concluir e prever, que o fim do primeiro semestre situa-se a cerca um terço da fase descendente. O que colocará o momento do mínimo, quando muito despachado, algures para a parte inicial do ano 2006. Este prazo pode antecipar-se, se porventura o Sol decidir encurtar a descida para o mínimo. No entanto, isto significava que o ciclo 23 apenas abrangerá um intervalo de 9 a 10 anos. Sem dúvida ainda é bastante cedo para previsões deste tipo com os dados actualmente disponíveis no seio do grupo SOL e da UAA.

 

Quadro 3: Evolução do ciclo actual

 

 

Grupos e regiões activas

Com os poucos dados disponíveis desde o início do grupo SOL, é ainda demasiado cedo para realizar avaliações ao nível pormenorizado das regiões activas, das manchas ou da evolução dos tipos dos grupos. Serve, por isso, o quadro 4 para uma visão do número médio de grupos por mês por cada hemisfério. Neste quadro vê se nitidamente, que o hemisfério Sul tem produzido um número maior de grupos durante o primeiro trimestre. Não obstante, e como é também sublinhado pelas curvas tendenciais (linhas finas da respectiva cor), a actividade do hemisfério Sul tem baixado, da mesma forma como o hemisfério Norte tem vindo aumentado a sua produção de regiões activas.

Quadro 4: Média dos grupos por hemisfério

 

A colaboração, integração e interacção do grupo de trabalho SOL

Para a maioria dos contribuintes do grupo de trabalho, tratou-se das primeiras observações em regime de análise com carácter científico. Como tal, é imprescindível dispor de uma ferramenta, que permite estabelecer uma correlação dos dados individuais entre os observadores e do grupo inteiro.

Para este efeito, o grupo de trabalho, recorre ao factor-k, o qual é estipulado através da divisão das médias mensais do referencial internacional (Solar Índex Data Center em Uccle/Bélgica) com as respectivas médias mensais dos observadores individuais. Outros meios comparativos estão a ser estudados no momento.

A parte expressiva, quanto a utilidade das observações para fins analíticos, reside na estabilidade desse factor-k. O valor real do factor-k não tem qualquer importância. O quadro 5 mostra a evolução do factor-k das principais estações contribuintes.

A característica amarela corresponde ao factor-k do grupo de trabalho SOL, o qual reúne todos os dados disponibilizados.

Para uma melhor análise da expressividade desse factor-k foi acrescentada uma redução da característica do número R médio do SIDC (linha tracejada).

Neste curto período de avaliação pode ser deduzido, que o aumento do número R é acompanhado por uma ligeira descida do factor-k e vice-versa.

A oscilação dos factores individuais, após a fase inicial em que cada observador teve de estabelecer um método constante de contagem, pode ser considerado bastante positivo e prometedor para os tempos vindouros.

 

 

Quadro 5: Evolução do factor de correlação (factor-k)

 

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Dados internacionais cedidos pelo SIDC Bélgica.

Copyright: UNIÃO DE ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA - Sintra/Portugal - Julho 2003