Grupo de trabalho Sol - PORTUGAL

Tempos de estabilidade

fotos: Luis Carreira
texto: Grom D. Matthies

Um dos grupos mais interessantes do mês de Janeiro apareceu por rotação no início do mês e manteve se relativamente estável até o seu desaparecimento no limbo ao longo do dia 13. Esta região activa, com o número NOAA 10536, entrou bem delineado como um grupo bipolar, com a mancha-p nitidamente mais evoluída e mais forte que o seu polo oposto.

Como demonstra a sequência diária em cima, captada pelo colega Luis Carreia, esta polaridade desapareceu quase por completo no dia 6. Antecedendo a perda aparente da polaridade, nota-se claramente, que a umbra da mancha-p sofre de grandes perturbações, tanto pela major fragmentação no dia 4, mas principalmente pela enorme ponte de luz em forma de uma estrela do mar, que separa as partes da umbra do dia 5. Temos aqui um bom indicador de uma frenetica actividade do campo magnético no ponto em que este penetra a superfície solar. Se, então, por um lado, aumentou a actividade de uma parte do campo magnético, o seu polo oposto ficou completamente inactivo e quase desapareceu. Temos aqui um belo exemplo para um grupo de uma das classes bipolares com penumbras (tipo D até F) se transforma por envelhecimento num grupo (quase) unipolar da classe G (uma classe não utilizada pelo SIDC).
A fase seguinte desta mancha será a perda definitiva da actividade em torno da mancha principal, o que a transforma numa mancha do tipo H. Com a inevitável futura diminuição do seu tamanho, este grupo se extinguirá como um grupo da classe J ou mesmo A, caso ele perde a sua penumbra.

Considerando a sequência fotográfica em cima e o aspecto evolutivo deste grupo, podemos provavelmente contar com o seu reaparecimento a seu tempo devido. Mantenham os telescópios limpos e apontados para o Sol. Podemos estar no caminho do mínimo, mas o Sol ainda não "disse" a sua ultima palavra neste ciclo 23.