2004 (II)
Pátio 166 - Três pequenas planetárias
2004.07.01
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Noite de Lua praticamente cheia, sendo apenas possível fazer imagem (e de encontrar) de objectos de grande brilho de superfície. As nebulosas planetárias são um dos principais candidatos, pois grande parte delas que embora de pequena dimensão possuem um brilho total bastante forte, sendo possível capturá-las mesmo com um luar que fazia sombra.
Demorou bastante mais tempo a colocá-las no campo do CCD do que propriamente a registá-las. Torna-se um pouco complicado dar por elas com apenas 60mm e num céu que não tinha mais de 4 de magnitude, mas meia hora depois lá as encontrava :). Nas imagens sairam muito pequenas apesar de ter "esticado" o refrator o máximo que era possível. Mas apesar da sua pequenez, ainda é possível discernir algum detalhe, os lobos "polares" assim como as respectivas estrelas centrais.
As imagens foram integralmente processadas no IRIS, tendo apenas subtraído um "master dark"
Atualização 2023: Processadas com Nebulosity 4. Usado "upsampling machine learning" nas imagens aumentadas.
NGC 6543 "Olho de gato"
Takahashi FC-60 60mm f/13.8 (830mm) + ATIK-1HS 1.6"
exp: 5 min (20x15s)
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Esta é uma das nebulosas planetárias imortalizada pelo Telescópio espacial Hubble (ver aqui), e agora imortalizada pelo takito também :)). Encontra-se na sinuosa constelação do Dragão e é extremamente brilhante, sendo possível suspeitá-la mesmo na mais pequena abertura telescópica, assemelhando-se a uma estrela um pouco gorda e pouco definida. A proximidade de uma estrela de magnitude perto de 10 ajuda a denunciá-la assim como uma boa magnificação. Com maior magnificação e alguma abertura nota-se que é oval.
Grandes aberturas podem ver visualmente uma pequena parte do seu halo exterior (previamente catalogado como uma galáxia). Tem apenas 1000 anos de idade e está a 3000 anos-luz.
NGC 6826"Nebulosa Pisca Pisca "
Takahashi FC-60 60mm f/13.8 (830mm) + ATIK-1HS 1.6"
exp: 5 min (23x15s) mag. 4
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Esta planetária reside na segunda metade da asa direita do Cisne e tem a fama de piscar. Obviamente que não pisca, sendo um interessante exercício e demonstração da visão directa e indirecta. Quando se olha directamente geralmente apenas vê-se uma estrela, mas se olhar indirectamente é possível observar a nebulosidade em volta da estrela que ficará ligeiramente atenuada.
Para ajudar a observar o efeito, pode-se colocar/retirar sucessivamente um filtro nebular à frente do olho. Curiosamente, em grandes aberturas pode ser mais complicado, pois concentram tanta luz que captam quase sempre a nebulosidade directa ou indirectamente. Telescopicamente é uma nebulosa cinzento-azulada, praticamente circular e com brilho bastante homogéneo... Situa-se a 2200 anos-luz.
Messier 57 "Nebulosa do Anel"
Takahashi FC-60+Extender-Q 1.6x f/12.4 (745mm) + ATIK-1HS 1.6"
exp: 22 min (22x60s) mag. 4
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Esta imagem não foi feita nesta sessão, mas coloquei-a aqui para termo de comparação com as duas planetárias anteriores.
Esta nebulosa foi criada por gases expelidos por uma estrela a morrer, estima-se que há 22000 anos. Talvez esta seja planetária mais conhecida e visitada, pois é visível em praticamente todos os telescópios, mas necessita de grande magnificação para se tornar evidente o anel. A estrela central tem a magnitude 15.2 e pode ser visível em telescópios de 25 cm e acima, desde que em céus de boa qualidade. Está a 1140 anos-luz.
Pátio 167 - Três pequenas planetárias - outra vez
2004.07.03
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Nova sessão, mas desta vez com o ETX90.
Maior abertura mas com relação focal semelhante, em termos fotográficos, resulta numa imagem com exposição igual mas com maior escala e possível maior resolução. A resolução efectiva depende não só da resolução do instrumento, mas principalmente da turbulência atmosférica. No caso desta configuração, a imagem tem uma sobre-amostragem (0,9") em relação à resolução teórica máxima do ETX90 que é 1,4", mas no entanto a turbulência que era nitidamente superior a 2" não permitiu que se obtivesse o melhor que o ETX poderia proporcionar.
O grande comprimento focal (1300mm) torna a tolerância de seguimento bastante apertada. Por muito baixo que seja o erro periódico da Takahashi P2-Z , é notório mesmo em exposições curtas (30 segundos), porque valendo um pixel quase um segundo de arco, a mínima variação é facilmente notada. O balanceamento da carga também é bastante crítico.
Devido à pouca tolerância, cerca de 1/4 das imagens obtidas tiveram que ser descartadas, tanto por ligeiro alongamento, como pouca nitidez causada pela turbulência.
Atualização 2023: Processadas com Nebulosity 4. Usado "upsampling machine learning" nas imagens aumentadas.
NGC 6543 "Olho de gato"
Meade ETX90 f/14.3 (1283mm) + ATIK-1HS 0.9"
exp: 8.5 min (34x15s) mag. 4
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NGC 6826 "Nebulosa Pisca Pisca "
Meade ETX90 f/14.3 (1283mm) + ATIK-1HS 0.9"
exp: 13.5 min (54x15s) mag. 4
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Messier 57 "Nebulosa do Anel"
Meade ETX90 f/14.3 (1283mm) + ATIK-1HS 0.9"
exp: 24.67 min (74x20s) mag. 4
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Configuração
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Pátio 168 - Pequena sessão pré-luar
2004.07.05
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Nesta sessão utilizei o Dobson de 20cm. Não pegava nele desde a maratona de Messier em Serpa. A magnitude limite visual não ultrapassava muito a marca dos 4, havendo pouca transparência devido a demasiado humidade na atmosfera e talvez a algumas nuvens de grande altitude.
Hércules (Hercules)
Depois de ter alinhado o quickfinder em Vega, fui visitar os incondicionais enxames globulares que a constelação de Hércules alberga.
O Messier 13 é o rei dos globulares do hemisfério norte, que em certas alturas do ano, e em latitudes ligeiramente mais baixas é impiedosamente destronado pelo Omega Centauri que mesmo em binóculo rivaliza a algumas vistas telescópicas do Messier 13. Nesta sessão não esteve nada de especial, embora se pudesse resolver com facilidade grande parte das estrelas exteriores. Aumentando a magnificação não ajudou a ver as "correntes" de estrelas que parecem irradiar do seu centro quando observada em céus mais escuros. É curioso, que visualmente (com uma abertura de 20cm) e no que respeita a globulares de maior dimensão, não o considero um dos mais interessantes, classificando-o atrás de por exemplo, do Messier 5, Messier 11 ou Messier 15.
A pequena galáxia vizinha NGC 6207 não esteve visível. O Messier 92 por outro lado, acho-o mais típico, embora seja de dimensão inferior, não deixa de ter uma "personalidade" mais globular, isso devido em grande parte a possuir um núcleo aparentemente mais denso e praticamente irresolúvel. É um dos meus favoritos no 60mm.
Finalmente, no que respeita a céu profundo, passei à nebulosa planetária mais notória desta constelação, a NGC 6210. Esta planetária está situada entre as Beta e Delta de Hércules, que embora pequena, é facilmente perceptível como uma estrela ligeiramente "nebulada" usando apenas 50x de magnificação. Recordo-me de ter tido dificuldades a encontrá-la há alguns anos atrás por a achar algo desacompanhada de estrelas brilhantes. Desta vez foi "tiro e queda". Para não variar, grande parte da cores percebidas pessoalmente no que respeita a planetárias, variam entre o cinzento e cinzento-azuladas, umas mais azuladas que outras, mas regra geral não fogem muito a esta tonalidades. Esta me pareceu cinzento intenso com ligeiro toque de azul.
Comparativamente com a Messier 57 há a sensação de aparentemente ser mais brilhante, embora ambas tenham a mesma magnitude integrada (8.8), o brilho é mais concentrado na NGC 6210. A estrela central (12.9) não foi claramente observada, mesmo a 200x.
Geralmente as estrelas não são consideradas objectos de céu profundo, mas a verdade é que muitas destas estrelas são tanto ou mais "profundas" que muitos dos objectos galácticos. Apesar de não apreciar muito a imagem das estrelas através de telescópios reflectores devido aos "picos" causados pela a aranha do espelho secundário, fui visitar as duplas seleccionadas por Skiff nesta constelação no Brighst Star Atlas 2000.0 , que foi o guia de observação utilizado nesta sessão.
A estrela supergigante vermelha alfa de Hércules, também conhecida pelo nome árabe de Rasalgethi é onde supostamente está a cabeça deste semi-deus. É das estrelas alfa, a "menos" alfa, a sua importância é mais por aquilo que indica (a cabeça) que propriamente o seu brilho. Sendo vermelha é quase inevitável que varie de brilho e no seu mínimo (magnitude 4) fica relegada para a quinta estrela mais brilhante da constelação. Não está sozinha pois a apenas 4.6" está uma companheira branca com magnitude 5.4, também esta uma dupla espectroscópica, com a qual faz uma dança que dura mais de 3500 anos. O contraste em conjunto com a pequena separação torna o par uma coisa bonita de se ver.
De seguida foi a vez da rho herculis, que também tendo uma pequena separação (4.1") é constituída por duas estrelas praticamente da mesma cor (brancas) e com diferença de apenas uma magnitude. E por fim observar a excelente dupla dourada binocular kappa herculis com uns confortáveis 26" de separação.
Lira (Lyra)
A constelação da Lira já se encontra bem alta no princípio da noite, anunciando o imenso oceano de estrelas que são os braços da nossa Galáxia. A sua pequenez ajuda a que observadores habituais conheçam bem todos os cantos desta constelação, sendo até possível não se perder a orientação com apenas 1 grau e picos de campo.
De Vega salta-se para as epsilons (dupla-dupla), um bocado mais para o lado encontramos as zetas, andando um pouco mais para baixo chegamos ao enxame da Delta e finalmente às duplas beta e gamma entre as quais se encontra umas das nebulosas mais emblemáticas do nosso céu.
A Messier 57, a nebulosa do Anel. Já são incontáveis as vezes que observei esta nebulosa. O filtro Astronomik UHC realçou-a enormemente, dando-lhe algum volume num céu absolutamente negro tendo tudo isso sido obtido à custa de uma ou duas magnitudes estelares. O globular Messier 56 pode-se considerar pouco impressionante tendo em conta a concorrência próxima, mas a sua fácil localização exactamente a meio da recta traçada entre a Gamma Lyrae e a Beta Cygni (Albireo), torna-o num ponto de passagem para a constelação do Cisne.
Cisne (Cygnus)
O Cisne em céus não muitos escuros, perde para além das suas nebulosas e restos de supernova, grande parte da sua espectacularidade, ficando com apenas meia dúzia de enxames dignos de observação.
O enxame aberto Messier 29 é um deles, que devido à baixa magnitude limite visual destaca-se imediatamente das estrelas dos braços da Galáxia. É um objectos curioso porque em céus escuros pode ser mais complicado discerni-lo no meio de tanta estrela.
Mas o objecto que tinha o meu interesse era nebulosa planetária NGC 6826, pois queria ver quais as minhas impressões visuais, após ter sido objecto das pequenas imagens nas sessões anteriores. Visualmente, tem uma forma praticamente circular e um brilho homogéneo, isto por muita magnificação que lhe desse. O filtro UHC destacava mais mas no entanto não adicionava mais nenhum detalhe. É curioso a tendência que tenho de observar automaticamente com visão indirecta, pois via sempre a nebulosa! Vi-me com dificuldades para ver apenas a estrela! pois é, neste momento tenho que fazer um esforço para observar com visão directa :). No meu caso. descobri que olhando ligeiramente para cima conseguia fazer o tão curioso efeito pisca-pisca.
Uma outra planetária brilhante é a NGC 7027 que se situa abaixo da Deneb fazendo triângulo com Xi e a Nu. A 130x nota-se uma forma com alongamento acentuado quase rectangular sendo um das extremidades bastante mais brilhante - dava a sensação de ser uma planetária dupla - se é que tal coisa possa existir. Tentei magnificações entre 200x e 400x com e sem filtro UHC, fazendo evidenciar ainda mais esse "nódulo" na extremidade. Esta planetária é muito jovem, ainda não dispersou completamente as poeiras, havendo apenas uma parte menos densa que deixa passar um pouco das emissões OIII, que corresponde provavelmente ao nódulo brilhante observado. Uma "lagarta" que brevemente se metamorfose-á em mais uma das magníficas borboletas celestiais.
Dragão (Draco)
Nesta constelação fui observar a também anteriormente registada NGC 6543, "Olho de Gato". É muito brilhante, e notoriamente alongada, notando alguma diferenciação no brilho da nebulosa, mas nada que se pareça com as imagens. O filtro UHC também não ajudou muito, assim como maior magnificação.
Ofiúco (Ophiuchus)
Ofiúco à semelhança das constelações que nesta altura do ano são observáveis, alberga uma generosa colecção de enxames globulares e nebulosas planetárias. Devido ao facto de passar "por cima" do globo de poluição luminosa da cidade de Leiria, as observações de objectos foram muito pouco gratificantes.
De qualquer modo, fiz uma breve passagem pelos globulares de Messier 107, 14, 10, 9 e 12. Todos eles muito aquém do que realmente se pode observar, tendo as impressões variado entre a completa indefinição a alguma resolução na periferia Como as planetárias foram alvos preferenciais dadas as condições, aceitei a sugestão do BSA e fui tentar encontrar a NGC 6572, que no entanto deu uma boa luta. A procura com a magnificação 50x revelou-se infrutífera. Passei então para 130x e lá a consegui distinguir de um mero ponto estelar. A melhor vista foi a 200x, revelando ser uma pequena e brilhante oval cinzenta sem qualquer detalhe visível.
Raposa (Vulpecula)
Esta modesta constelação contém um dos maiores tesouros do céu . A nebulosa planetária Messier 27 esteve especialmente impressionante com o filtro UHC (estes filtros valem bem o que custam em alguns objectos). Embora não comparável às imagens, as características mais notórias foram facilmente observadas mesmo a 50x , tais como a forma de hélice ou maçã roída. Um objecto incondicional.
Pátio 169 - O Cabide
2004.07.06
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
A primeira tentativa de observar. um dos objectos interessantes com o binóculo na constelação da Raposa. Também conhecido por enxame de Brocchi (que desenhava cartas para o AAVSO) ou Al Sufis (astrónomo persa que primeiro o descreveu), não é um verdadeiro enxame, mas sim um curioso acaso de estrelas não relacionadas, sendo portanto um asterismo. O cabide na imagem está de pernas para o ar, e é possível observar o pequeno enxame aberto NGC 6802 na ponta esquerda do "cabide".
Collinder 399 "Cabide"
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + Nikon D70 3,2"
exp: 4x60 s ISO 800 (mode3) mag. 5 mag* ~15
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Beta Cygni - Albireo
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + Nikon D70 3,2"
exp: 30 s 200 ISO (mode3) mag. 5 mag* ~15
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Atalaia XI - Sol, planetas e mais paisagens
2004.07.10
Lisboa (Parque Eduardo VII) e Colares de Perdizes - Montijo
Quando parti de Leiria em direcção a Lisboa, estava a chover pingo grosso, não dando muita esperança de conseguir ver como os novíssimos e relativamente mais em conta PSTs de 40mm da Coronado se portavam no Sol. Tal no entanto não impediu que ainda aparecessem uma dúzia de conhecidos curiosos, que se guerreavam para conseguir observar o Sol em H-alpha nos buracos que de vez enquanto iam aparecendo nas nuvens.
Embora o PST por si só, já proporcionasse vistas bastante satisfatórias, quando usado com outro filtro h-alpha em "double-stacking" ofereceu vistas com um detalhe bastante mais refinado, embora o filtro de 60mm fosse um bom bocado mais brilhante. A construção do PST é muito boa e os 600 e tal euros já permite pelo menos sonhar em possuir um deles...
Mais tarde, eu o Zé, o Alberto, o Filipe e o Alfonso, fomos ainda de "madrugada" para Colares de Perdizes para observarmos e registarmos uma invulgar conjunção de planetas. Fomos cedo para montar e preparar o equipamento com calma, sobrando ainda algum tempo para apreciar o magnífico pôr do Sol e fazer umas brincadeiras.
Os planetas em questão eram o Mercúrio e Marte que neste dia chegariam a estar a apenas 12 minutos de arco distanciados. Mercúrio com -0.2 de 6" de diâmetro de magnitude e Marte com 1.8 e 3,65" estariam apenas distanciados de 10 minutos de arco às 23:38, obviamente já bem abaixo de horizonte a esta hora.
Não é todos os dias que se consegue observar dois planetas no mesmo campo da ocular a 125x. Era perfeitamente perceptível a fase de 70% de Mercúrio e o laranja vivo de Marte, embora nenhum deles estivesse lá muito favorável para uma observação mais detalhada, quer devido ao seu corrente tamanho, quer devido à turbulência devida à baixa altitude (apenas 15 graus no início da observação). No binóculo a 10x fizeram um curioso par.
Mas no entanto, o primeiro planeta a ser observado foi Júpiter no Obsession 15", ainda com o Sol bem acima do horizonte - com um pouco de persistência, é possível ver perfeitamente observar os planetas brilhantes - o problema é mesmo encontrá-los tendo apenas os dedos da mão para o fazê-lo...
Mercúrio e Marte 2004-07-10 20:32 UTC
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Depois da observação desta conjunção, seguiu-se a tradicional petiscada crepuscular, onde se come, bebe e se fala de Astronomia até ao crepúsculo astronómico. Entretanto, ia chegando cada vez mais pessoas, juntando-se a nós para mais uma noitada sob as estrelas.
A noite não começou mal, sendo possível ver os braços da Via Láctea de ponta a ponta, mesmo sem ter ainda grande adaptação da visão nocturna. Como se fazia sentir algum vento, dediquei-me a fazer imagens "em cima do porquinho" com a Nikon D70 e uma objectiva de 50mm a f/2.8, configuração que mesmo com algumas rabanadas fortes, não me pareceu ter afectado muito as imagens, com excepção da correção não muito boa nos cantos.
A imagem da área de Sagitário abaixo tem presentes nada mais nada menos que 15 Messiers, a enfeitar as imensas nuvens de estrelas e poeira interestelar que tornam esta área próxima do centro da Galáxia espectacularmente caótica.
Mau tempo em Sagitário...
Nikon D70 + 50mm f/2.8
exp: 4x130 s ISO 800 (mode3)
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De seguida, apontei para a nebulosa "América do Norte" NGC 7000 e redondezas. Não estava com muita esperança de apanhar grande nebulosidade, devido ao facto da câmara não ser praticamente sensível na região do h-alpha, mas tentei na mesma e saiu a imagem abaixo, que para tentar salientar as (poucas) nebulosidades está um pouco sobre-processada para o meu gosto.
Em volta da Alpha e Gamma Cygni
Nikon D70 + 50mm f/2.8
exp: 4x240 s ISO 1600 (mode3)
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Lá perto, o Alberto mostrava a todos as "Véus" de Cisne no Obsession de 15". As Véus são absolutamente sublimes neste instrumento com filtro OIII.
Infelizmente a noite acabou cedo. Nem era 1 da manhã é já praticamente o céu estava todo encoberto. Arrumámos todos um pouco desconsolados e abalámos para as também tradicionais bombas da Ponte Vasco da Gama.
Vénus está neste momento extremamente brilhante com uma impressionante magnitude de -4.5 e serviu de companhia no regresso a Leiria.
Barragem da Póvoa - Nebulosas com alguma neblina
2004.07.16
Barragem da Póvoa - Castelo de Vide
Pela segunda vez, fui um dia antes do Astrovide, para a barragem da Póvoa para fazer imagens. A noite esteve longe de ser excelente, havendo neblinas que felizmente não subiram demasiado, permitindo fazer algumas imagens que são impossíveis de fazer no pátio.
Cheguei ainda de dia, montando o iglo e montagem, apreciando pausadamente o calmo anoitecer, seguindo também, o exemplo das cegonhas que estavam a jantar.
Logo após a estrela polar ter ficado visível, alinhei a montagem e procedi à tediosa focagem da Nikon D70, de modo a começar imediatamente a fazer imagem logo após o crepúsculo astronómico. Para evitar o fabuloso holofote branco a 50 metros, montei o equipamento estrategicamente atrás das árvores, embora tal impedisse também grande parte do horizonte Sul. Cerca das onze e meia chegaram o Mário Santos, Nuno Coimbra e Rui Santos , que após montarem as tendas, montaram também os seus telescópios, Meade LX90 e LXD55 de 8".
Por volta das 4 da matina o céu fechou completamente, e fomos tentar dormir um pouco.
Messier 8 "Nebulosa da Lagoa"
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + Nikon D70 3,2"
exp: 30 min (6x120 + 6x180s) mag. 6
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Messier 8 "Nebulosa da Lagoa"
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: 20 min (20x60s)
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Este Messier é um objecto para todas as aberturas, mas é principalmente espectacular com filtro OIII numa grande abertura e baixa magnificação. A ponte de poeira que atravessa a nebulosa é facilmente perceptível. Na imagem são facilmente observáveis vários glóbulos de Bok, onde se julga existir formação de estrelas. Situa-se a 5200 anos-luz.
Messier 20 "Trífida"
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: 20 min (20x60s)
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Um esplêndido objecto para fazer uma imagem. A Messier 20 sendo simultaneamente de reflexão (azul) e de emissão (vermelha), apresenta um belo contraste rasgado por "rifts" de poeira interestelar. Com um filtro OIII e alguma abertura, é possível observar as falhas que lhe dão a alcunha. Situa-se a 6700 anos-luz.
NGC 7293 "Helix"
Takahashi FC-60 f/4.2 (250mm)+ATIK-1HS 4.7"
exp: 60 min (30x120s)
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Esta é uma das nebulosas planetárias mais próxima de nós, estando a apenas 522 anos-luz, graças ao qual também aparenta ser a maior. Requere céu escuro, sendo então possível observá-la facilmente até com binóculo, apesar de nas nossas latitudes seja um objecto bastante baixo, ficando geralmente algo afogado nas neblinas do horizonte. A sua magnitude de 7.3 é algo enganadora, pois espalha-se por uma superfície que se pode considerar enorme (4x a área de Messier 27). Com as condições certas, é possível observá-la em qualquer instrumento, embora numa grande abertura com filtro OIII revele grande parte da sua estrutura anular.
Messier 30
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: 9 min (18x30s)
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Pequeno globular e único Messier na constelação de Capricórnio, sendo o sempre desesperante último objecto duma maratona de Messier. Três correntes de estrelas brilhantes parecem emergir do núcleo. Está a 26700 anos-luz.
Astrovide III
2004.07.17
Barragem da Póvoa - Castelo de Vide
A parte diurna do AstroVide passei-a em Castelo de Vide, onde se realizaram palestras e estiveram também exposição de equipamento das lojas Perseu e da Brightstar. A meio da tarde estiveram disponíveis vários telescópios e binóculos para observação do Sol, tanto em luz branca como em H-alpha.
Sol em H-alpha
Sol através de um Coronado PST. Este filtros h-alpha dão vistas bastante interessantes a preços relativamente baixos. H-alpha para o povo... Por ter tantas pessoas a querer observar, não foi possível obter melhor imagem do que a acima, que está ligeiramente desfocada e descentrada, não fazendo portanto muita justiça ao que o PST pode mostrar.
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A caminho da barragem
Embora tenha sido um ocaso espectacular, não era de modo nenhum bom pronúncio para a noite.
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Depois do jantar na tasca local, seguiu-se para o local de observação. O céu esteve quase sempre encoberto em 80 ou 90%, fazendo desanimar principalmente que tinha equipamento moroso de montar. Até às duas da manhã, praticamente todos se tinham retirado, restando apenas uma dúzia de pessoas.
Até que se deu o "milagre". A partir das 2 das manhã, o céu começou a abrir, invertendo-se completamente a situação, ficando então cerca de 80% do céu a descoberto, revelando uma magnitude limite que rondava os 6. A sorte abençoou os pacientes. Fiquei entretido com observação binocular, havendo também dos Dobson de grande abertura em observação - um merak de a 12" do Seabra e outro de 16" do David, e ainda o 6" do João Montenegro que também se dedicou a fazer uns "piggybacks".
Vénus e Híades
O reflexo de Vénus nas águas da barragem era deveras impressionante, mas mais invulgar foi o reflexo alaranjado da Aldebaran (alfa de Touro)
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Eu e o Grom fomos os últimos a abandonar o local por volta das 7 da manhã, já aquecidos e secos por um restaurador calor do Sol.
Serra da Estrela I - Uma noite nas Penhas Douradas
2004.07.18
Penhas Douradas - Serra da Estrela
Nada substitui um céu escuro.
Depois de ter passado o fim-de-semana em Castelo de Vide, rumei para a Serra da Estrela onde me iria encontrar com o Zé Ribeiro, Alberto Fernando e o Filipe, para juntos passarmos uma noite sob o céu de um dos locais mais altos de Portugal Continental.
Depois de um bom almoço, visitámos a Serra durante toda a tarde, passando pela Torre e outros locais de rara beleza, descendo então todo o vale glaciar até Manteigas de onde subimos até às Penhas Douradas ainda a tempo de ver o pôr do Sol, e fazer um reconhecimento para um bom local para observação. Depois de excelente jantar na Pousada de Portugal, subimos novamente e deparámos com um céu que me fez lembrar La Palma.
A Via Láctea era uma imensa nuvem que traçava o céu horizonte a horizonte, rasgada por inúmeras manchas, atestando a invulgar transparência que só a alta altitude, neste caso de 1600 metros, pode proporcionar. A magnitude limite visual estimada rondou os 7, apesar de existirem alguma áreas que sofriam de alguma poluição luminosa, que embora muito baixa em relação ao horizonte , ainda se fazia notar. Não foi detectada qualquer humidade, pois equipamento que esteve ao relento durante 4 horas encontrava-se completamente seco. A turbulência foi também bastante baixa. Apesar de existirem nuvens que por vezes encobriam algumas áreas do céu, tal não foi impedimento para passar uma excelente noite a observar e a fazer imagem dos objectos favoritos.
Os equipamentos utilizados foram o Obsession de 15" do Alberto, o meu binóculo Fujinon 7x50 e o Takahashi 22x60 do Alfonso ("raptados" em Castelo de Vide). Também a montagem Takahashi P2-Z esteve de serviço a documentar este céu fabuloso com uns "piggybacks" feitos pelo Filipe e a sua incansável Canon 300d.
A lista de objectos visitados foi extensa, mas tendo algumas vistas ficado ficado para mim memoráveis. Nos 7x50 foi possível observar sem qualquer dificuldade a "America do Norte" e a "Pelicano", estando perfeitamente recortadas, apresentando uma textura fina fora de vulgar. O segmento Este da "Véu" também foi visível, embora tenha precisado da ajuda do Zé Ribeiro para a reconhecer.
Também a gigantesca e extremamente ténue planetária "Helix" foi facilmente observável. Tudo isto sem qualquer filtro. A cor verde de Urano foi também prontamente notada. Esta medida de binóculo comporta-se extremamente bem em céus escuros, sendo bastante confortável de utilizar sem qualquer montagem e excepcionais se combinados com uma cadeira reclinável. Valeram o que custaram nesta noite - o que quer dizer que as próximas são de borla :)).
Os Takahashi 22x60 mostraram uma galáxia de Andrómeda que transbordava os seus 2 graus de campo com as galáxias satélite perfeitamente reconhecíveis, as Plêiades estavam um espanto, assim com o duplo enxame de Perseu. Era possível observar Messier 17 com a sua forma de cisne, assim como todos os messiers de Sagitário, Escudo e Escorpião como nunca observei em binóculos. Este 22x60 é um espanto.
No Obsession 15" ficaram para memória entre outros, as vistas dos discos dos planetas Urano e Neptuno, com magnificações na ordem das várias centenas de vezes, a incondicional "Véu", uma brilhante e detalhada "Helix", a estrela central de Messier 57, a Messier 27 com filtro OIII era de tal maneira brilhante que fez perder a visão nocturna! e outros tantos que agora não me recordo.
Perto da 4 da manhã começámos a arrumar, pois já se começava a sentir algum frio que a esta altitude é um pouco mais agreste do que "lá em baixo". Valeu a pena, pois é um excelente local de observação, se não um dos melhores do País.
Pátio 170 - Lua Cheia Azul
2004.07.31
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
A "Bluemoon", apesar de ser usada em muitas canções, é um dos mitos lunares que ainda perduram. A Lua azul nada tem a ver com a sua cor, sendo apenas a segunda Lua cheia de um determinado mês. Neste caso, primeira Lua cheia de Julho foi no dia 2.
Âs imagens abaixo foram obtidas no seu nascer, estando alaranjada devido à atmosfera, poluição e provavelmente a fagulhas dos diversos fogos que lavraram. A cor da Lua pode ser alterada por diversos factores, tais como os acima, erupções vulcânicas ou quaisquer outros contaminantes atmosféricos, podendo até ficar azul...
Pátio 171 - Dois enxames e uma binoculada
2004.08.04
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Pode parecer incrível, mas já faz mais de 15 dias que não havia uma noite sem nuvens e/ou sem Lua cheia, não que isso sirva de grande coisa aqui no pátio, mas pelo menos vai-se treinando a aquisição de imagens em objectos que não necessitam de céus muitos escuros como é o caso dos enxames abertos.
Enquanto o computador ia registando, entreti-me a vasculhar o céu com o binóculo Takahashi 22x60, à procura de objectos brilhantes e estrelas duplas
A primeira dupla foi a estrela Polar, não propriamente famosa por ser dupla, mas é um bom teste para binóculos, estando apenas afastada 16,8" da sua companheira de magnitude 8 que tendo uma diferença de brilho perto das 7 magnitudes, pode tornar difícil a sua detecção, mas até foi fácil. Mais acima estava as virtualmente estrelas gémeas Nu draconis, ambas com 4.88 e 4.87 magnitudes, separadas com uns confortáveis 62", que é um dos melhores exemplos de estrelas praticamente iguais, tanto no brilho como na cor. O histórico par Alcor e Mizar da Ursa Maior é bem distanciado, mas a última tem uma companheira a 14.5", que esteve perfeitamente perfeitamente destacada. Outro par próximo, a Cor Carolli (alfa de cães de Caça), também não ofereceu grande resistência, apesar de já se encontrar com pouca altitude. A Albireo de Cisne recebeu sem dúvida o prémio da mais bonita. As cores intensas das suas componentes , azul e dourado, torna-a numa verdadeira jóia, sem qualquer concorrente nos dois graus de campo do binóculo. Achei a vista impressionante.
De seguida passei para os habituais enxames globulares que neste momento estão em exibição. Foram eles os globulares Messier 13, Messier 92, Messier 3, Messier 56, Messier 71. Com apenas 22x é praticamente impossível fazer "saltar" muita resolução, mas no entanto todos eles apresentaram com facilidade alguma granulação, mais especialmente nas suas orlas, destacando-se facilmente como globulares, mesmo com uma passagem de relance. Os enxames abertos que foram alvo da atik, estiveram muito bem, ficando as duas dúzias de estrelas que têm uma distribuição triangular do Messier 39 muito bem enquadradas.No Messier 52 foi possível resolver meia dúzia, rodeadas deu por uma nebulosidade causada pelas as estrelas de grande magnitude que o compõem. O grupo rectangular das estrelas mais brilhantes do Messier 29 destacava-se muito bem perto do coração do Cisne e finalmente o "Cabide" (Cr399) mal cabia no campo do binóculo, perdendo um pouco o seu efeito.
Galáxias foi um caso perdido, mas fiquei algo admirado por conseguir observar facilmente o núcleo da Messier 51, apesar de já estar um pouco baixa, não deixou de assinalar a sua presença.
A Messier 57 (nebulosa do anel) embora não pareça, é um objecto pequeno. A 22x esta nebulosa denuncia-se facilmente, mas não estava à espera de conseguir ver o "buraco" do meio, que embora possa ter sido sugestão, acredito que tenha conseguido discernir.
Messier 39
Takahashi FC-60 f/4.2 (250mm) + ATIK-1HS 4.7"
exp: 6 min (20x30s)
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O Messier 39 está situado a 800 anos-luz e tem apenas 300 milhões de anos de idade. É um enxame que fica mais bem enquadrado usando binóculos, mostrando cerca de duas dúzias de estrelas brilhantes muito esparsas. A olho nu assemelha-se uma pequena nebulosidade.
Messier 52, NGC 7635 "Nebulosa da Bolha"
Takahashi FC-60 f/4.2 (250mm) + ATIK-1HS 4.7"
exp: 30 min (20x90s)
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Messier 52 é um bonito enxame aberto extremamente rico em estrelas e muito comprimido. No binóculo 7x50 tem uma aparência nebulosa, mas com mais alguma magnificação, consegue-se resolver dezenas de estrelas. Situa-se a 5100 anos-luz. Um pouco mais afastado, a 7100 anos-luz, mas a pouco mais de meio grau encontra-se A "Bolha" que é uma nebulosa de emissão é muito difícil de observar visualmente com pequenos e médios telescópios, sendo também muito difícil de se fazer imagem em céus pouco escuros, como a sua pálida imagem acima bem demonstra.
Atalaia XII - Mais cinco "cromos"
2004.08.07
Colares de Perdizes - Montijo
Fiz mais uma visita a Colar de Perdizes para estar sob um céu mais escuro e desobstruído.
Cheguei ainda com o Sol acima do horizonte, e com um céu que não prometia muito, mas que no entanto proporcionou um ocaso surrealista. A imagem acima está o mais fiel possível às cores observadas visualmente. Vi um bólide a desfazer-se ainda de dia, logo após esta imagem - era coisa para -4, -5 de magnitude,
Entretanto foram chegando mais parceiros de observação, que partilhavam de igual optimismo em relação às condições atmosféricas, ficando o local até bem composto.
Felizmente, pelo menos até a Lua nascer cerca das 00:30, o céu pareceu estar aparentemente limpo, embora não duvidar muito que as nuvens que existiam ao anoitecer ainda por lá andavam. A magnitude zenital esteve próxima de 5.5. Às 1:00 ficou quase completamente encoberto. Não havia humidade até à hora de partida (2:30), estando uns confortáveis 21 graus e soprava uma ligeira brisa.
O tempo disponível foi pouco e apenas me ocupei a fazer umas curtas imagens para juntar à colecção, embora chamar-lhes "cromos" seja um contra senso pois são imagens monocromáticas... Durante os tempos de exposição, ia saltando de telescópio em telescópio, observando e conversando - Francisco com seu Dobson de 25cm, o Mota com o TMB que se entreteu a fazer imagens de estrelas múltiplas, o Mário e mulher e o seu Mak 7", e Jesus e Pilar que estiveram a fazer imagem do céu com uma DSLR e finalmente o Gregório. No final comemos um melão e umas batatas fritas com isótopo radioactivo de queijo, seguindo logo após todos para casa. Foi curto mas valeu a pena.
As Perseidas já por aí andam. Durante a noite houve alguma actividade meteórica, observei pelo menos 4 meteoros brilhantes vindos do radiante de Perseu.
Messier 4
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: 9.5 min (19x30s)
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Messier 4 é um dos enxames globulares mais próximos, estando a apenas 6800 anos-luz. A sua proximidade da Antares torna-o bastante fácil de localizar, sendo também facilmente visível com qualquer instrumento. Os seus 36' de diâmetro não estão nesta imagem completamente representados, parecendo bem mais pequeno do por exemplo o Messier 22 abaixo. Esta discrepância é devido à poeira interestelar que nesta zona da galáxia abunda.
Messier 11 "Patos Selvagens"
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: 8.5 min (17x30s)
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O Messier 11 é um dos mais espectaculares enxames abertos visualmente, embora considere que a alcunhas de "Patos Selvagens", devido ao arranjo triangular das estrelas, não me pareça muito evidente. A condensação é tanta que tem quase a nota máxima na classificação de Trumpler (I,2,r), sendo vulgar confundi-lo com um enxame globular, mas alguma magnificação, mesmo com pouca abertura faz resolver praticamente todas as estrelas brilhantes e uma quantidade de estrelas por resolver, dando-lhe um aspecto algo nebuloso. Está a 5500 anos-luz e é um enxame adolescente com apenas 500 milhões de anos.
Messier 22
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: 11 min (22x30s)
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Messier 22 é maior e mais brilhante que Messier 13, estando a menos de metade da distância, a cerca de 10400 anos-luz. A sua baixa declinação retirou-lhe injustamente o cognome de "grande", mas não é por isso que não deixa de ser impressionante tanto imagem como visualmente. Quando fiz a aquisição das imagens, olhei para o takito para ver se não tinha inchado a abertura ;) ... infelizmente não :(...
Messier 17 "Nebulosa do Cisne"
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: 16 min (16x60s)
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Depois de Messier 42 o "cisne" é a nebulosa mais brilhante do nosso hemisfério. O nome foi bem dado, pois mesmo usando binóculos é possível ver a forma de um cisne. Com grandes aberturas e filtro OIII é possível ver muito do detalhe da imagem acima. Está a quase 5000 anos-luz.
Messier 16, IC 4703 "Nebulosa da Águia"
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: 17 min (17x60s)
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Visualmente é um enxame aberto com várias estrelas brilhantes, rodeadas de por uma ténue nebulosidade. Nas imagens é uma das cenas mais espectaculares da nossa Galáxia, não graças ao enxame mas sim à nebulosa que lhes deu origem, e irá ainda dar origem a outras. Os pilares da criação são das imagens a que ninguém pode ficar indiferente, estão acima de qualquer descrição verbal. Situa-se a 7000 anos-luz.
Observatório do Pinhal do Rei XXVII - Uma noite em cheio
2004.08.13
Recinto Obs. Astronómico Pinhal do Rei (39.75N 9.00W alt. 93m)
Noite surpreendentemente limpa no recinto do Observatório do Pinhal do Rei. A magnitude limite foi cerca de 5.5, mas com algumas zonas completamente contaminadas pela poluição luminosa da Marinha Grande (a Este) e pelas praias em redor (Sudoeste). A humidade, como é hábito naquela zona costeira, começou a atacar cedo, mas não impediu que a sessão tenha durado quase 7 horas. Durante toda a noite ainda houve notória actividade meteórica da chuva das Perseidas. A noite terminou no crepúsculo e aquando o nascer da Lua cerca das 5 da manhã, felizmente coincidindo com o aparecimento das nuvens e neblinas matinais. Nesta parte final da noite o crescente lunar e o intenso brilho de Vénus (-4.3) proporcionou um espectáculo invulgar.
Esta sessão foi essencialmente dedicada à astrofotografia com a Atik e o FC-60, tendo sido os principais alvos os globulares das constelações de Escorpião, Ofiúco, Sagitário e Aquário, passando pelo Escudo (Messier 26) e Pégaso (Messier 15, NGC 7331 e quinteto de Stephan), tendo no final de sessão capturado breves imagens do duplo enxame de Perseu e das Plêiades com a Nikon D70 no foco primário do Takahashi. O Paulo Almeida andou entretido a fazer "piggyback" com a sua Nikon D70.
NGC 7331 & Quinteto de Stephan
Takahashi FC-60 f/4.2 (250mm) + ATIK-1HS 4.7"
exp: 60 min (60x60s)
(manter rato sobre a imagem para legendas)
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Messier 15
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 6.5 min (23x30s)
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Messier 14
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 5.0 min (10x30s)
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Messier 2
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 60%
exp: 7 min (14x30s)
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Messier 10
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 5.5 min (11x30s)
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Messier 9
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 5.5 min (11x30s)
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Messier 72
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 60%
exp: 5.5 min (11x30s)
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Messier 12
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 5.5 min (11x30s)
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Messier 107
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 5.5 min (11x30s)
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Messier 80
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 10 min (20x30s)
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Messier 28
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 7.5 min (15x30s)
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Messier 26
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 8.5 min (17x30s)
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NGC 7009, "Nebulosa Saturno"
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 20 min (15x30s)
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Duplo enxame de Perseu (NGC 869, NGC 884)
Takahashi FC-60 60mm f/6.4 (380mm) + Nikon D70 3,2"
exp: 2 min (1x120s) mag. 6
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Messier 45 e Merope (NGC 1435/ IC439)
Takahashi FC-60 60mm f/6.4 (380mm) + Nikon D70 3,2"
exp: 8 min (4x120s) mag. 6
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Atalaia XIII - Outra noite em cheio
2004.08.14
Colares de Perdizes - Montijo
Ainda não satisfeito com a noite anterior, pus-me a caminho de Colares de Perdizes para tentar capturar mais alguns enxames globulares de baixa declinação. Apesar da magnitude limite à volta de 5.5, também este local tem diversas zonas afectadas pela poluição luminosa, especialmente uma das mais importantes - o horizonte Sul, mas por outro lado o Nascente é impecável. Estiveram também presentes : Hugo S. com o TEC 10" numa G11, Paulo BG com o 100mm e a Atik, Grom a fazer exposições guiadas manualmente em filme com o refrator de 102mm, Jesus e Pilar, Joaquim e Ana com novo refrator de 100mm da Tal (impecável), Luís E. com o seu dobson e o Francisco com o seu novo binóculo (muito bom), e ainda um "novato" com um ETX70 que cujo o nome não me recordo.
Não se podendo considerar uma noite excepcional, tanto devido ao facto de ser uma noite de Verão, mas também à medida que se avançava na noite as neblinas também iam aumentando lentamente. A caminho de Leiria pensei ainda apanhar o extremamente fino crescente da Lua (apenas 1%), mas depois de passar a Serra de Aire/Candeeiros ficou completamente encoberto. Paciência.
Messier 33 "Galáxia do Remoinho"
Takahashi FC-60 f/4.2 (250mm) + ATIK-1HS 4.7" 60%
exp: 30 min (12x120 + 4x180 + 1x240s)
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Messier 5
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 60%
exp: 5 min (10x30s)
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Messier 55
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 60%
exp: 5 min (10x30s)
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Messier 54
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 60%
exp: 5 min (10x30s)
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Messier 76
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 62 min (62x60s)
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Messier 19
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 80%
exp: 12 min (24x30s)
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Messier 62
Takahashi FC-60 f/8.3 (500mm) + ATIK-1HS 2.3" 60%
exp: 6 min (12x30s)
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Pátio 172 - Takahashi Sky-90 - Primeiras Impressões
2004.09.14
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Depois de no fim de semana anterior ter tido um "first light" algo assombrado por descolimação, pus mãos à obra e tratei de seguir as instruções no site do importador europeu http://www.optique-unterlinden.com/howto/fcl90col.htm, onde constatei que para além de ser possível colimar por um simples mortal, também parece frequente a sua descolimação após a sua passagem pelas transportadoras. Não é um problema inerente à construção da célula, mas sim por ser um f/5.6 que tem muito pouco tolerância a qualquer toque mais violento.
Peguei em três chaves de allen de 1.5mm, apontei para Deneb a 166x que se encontrava perto do zénite, e pus-me a rodá-los até me parecer os anéis de difração estarem centrados com o disco de airy e se manterem alinhados em ambas as desfocagens. Na primeira vez ficou ligeiramente "pinched" (disco de airy não estava perfeitamente redondo) , ou por outras palavras, um dos parafusos estavam a exercer um bocado mais de força, mas depois soltei um bocado mais e tornei a recentrar, e lá fiquei com o telescópio razoavelmente colimado. Verifiquei ainda a 250x e pareceu quase perfeita, embora desconfie que ainda possa ficar melhor. Agora resta saber se a colimação se mantém com as habituais viagens.
De uma primeira impressão, e mesmo tendo em conta que ainda não esteve sob céu condigno, as ópticas parecem bastante boas: bom contraste e boa definição, apesar da coma que apresenta no quarto exterior do campo de vista. Ainda vai correr um bom intervalo de tempo até chegar a alguma conclusão, pois neste momento estou mais inclinado a ver defeitos que virtudes... No que diz respeito à aberração cromática, parece-me ser a típica para um dobleto com elemento de fluorite apocromático, embora não possa tirar grandes conclusões até ver um planeta, a Lua ou uma estrela brilhante com uma atmosfera razoável. Mas de qualquer modo a estrela Vega apresentava um resíduo púrpura. Em estrelas menos brilhantes é impossível de detectar.
No que diz respeito à astrofotografia, fiz umas imagens de teste sob um céu de magnitude 4, com turbulência e usando um "dark" reciclado e sem "flat", mas mostram claras melhorias tanto na resolução, quer nos tempos de exposição em relação ao TAkahashi de 60mm. Esta é uma das razões para o "upgrade", pois permite uma melhor eficiência no tempo de exposição e relação de sinal/ruído. Na prática permite baixar para metade o tempo de exposição e para metade o "ganho" da Atik, adicionando ainda a possibilidade de maior resolução devido à maior abertura, ou então por outro lado regista mais "data" para o mesmo tempo de exposição no FC-60.
Messier 13
Takahashi Sky-90 f/9 (800mm) + ATIK-1HS 1.6"
exp: 6.5 min (13x30s) mag. 4
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Messier 27
Takahashi Sky-90 f/5.6 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp:9 min (18x30s) mag.§ 4
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Sky90
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Atalaia XIV - Takahashi Sky-90 - A colimação
2004.09.18
Atalaia (Montijo 38°44N 8°48W)
Grande parte da sessão foi passada a colimar definitivamente (espero eu) o telescópio, com a preciosa ajuda do Grom.
Pôr um telescópio colimado torna-se uma tarefa bastante mais agradável se tivermos mais um par de olhos e mãos. Se esses pares forem experientes, então é ouro sobre azul.
O Takahashi Sky-90 apesar de ser um telescópio extremamente curto, não permite rodar os parafusos de colimação e observar o seu efeito simultaneamente, tornando-se à semelhança de todos os outros telescópios um vai-vém constante. Obter a colimação até é fácil, mas colimar de modo a que fique o mais seguro possível já se torna noutra história, porque basta um dos três parafusos não ficar convenientemente apertado e justo para causar descolimação com apenas alguma vibração. Desta vez julgo que os três parafusos ficaram o mais ajustados (apertados) possível. Quem apreciasse de fora o diálogo era capaz de ficar deveras intrigado: "coma às 11 horas", "anéis a centrar" , "anel com excesso de luz às 2 horas"... enfim, há cada hobby mais estranho...
A diagonal prismática Takahashi de 1.25" infelizmente introduz algum de astigmatismo neste telescópio , aberração que é para mim um pouco difícil de avaliar (mesmo com os óculos), tendo que provavelmente um dia destes adquirir uma diagonal de espelho.
Após esta duas horas de colimações e descolimações, já deu para apreciar alguns objectos visualmente, revelando um contraste excepcional, com estrelas extremamente comprimidas e coloridas. A Panoptic de 24mm é uma das oculares de eleição para este telescópio, assim com a Nagler 9mm apesar da coma começar a ser notório a partir do último quarto do campo, mas felizmente é precisamente a partir daqui que se é "obrigado" a olhar de lado no imenso campo de 82 graus, não interferindo portanto muito na imagem global. Oculares com campo igual ou inferior a 50 graus são praticamente corrigidas até ao bordo, incluindo a Nagler Zoom 3-6mm.
A noite não esteve muito transparente, nem a magnitude limite ultrapassou os 5.5, sendo ainda atravessada por diversas nuvens altas, que de uma forma ou outra iam estragando várias partes do céu a todos os presentes e também algumas "frames" aos astrofotógrafos. Mas tal não impediu que se ficasse até depois da 4 e meia da manhã.
No entanto deu para apreciar o duplo de Perseu, a Mérope das Plêiades, Messier 31, e todos os objectos dos quais fiz algumas imagens, Messier 1, Messier 33 e Messier 42.
A noite na Atalaia esteve muito animada, com muita afluência (algumas dezenas de pessoas) e muitos telescópios como o relato e imagens em http://www.atalaia.org/encontro.php?id=83 mostra. Está a tornar-se numa verdadeira astrofesta (praticamente) semanal.
Messier 1
Takahashi Sky-90 f/5.6 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: 23.3 min (35x40s)
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De seguida, sem verificar a condensação nas objectivas e redutores, pus-me a fazer imagens. A Messier 1 ainda se safa, mas as restantes são um belo exemplo de como a falta de atenção aos pequenos detalhes fazem perder tempo e pregam sustos desnecessários, como aqueles halos de aberração cromática na imagem de Messier 42. O redutor estava com condensação entre elementos, que por acaso até já tinha notado na sessão anterior, mas que me esqueci de secar.
Abstraindo-se dos horríveis halos causados pela a condensação do redutor, e apesar de uma ligeira desfocagem, é possível verificar a fineza de detalhe da nebulosa na imagem abaixo, que é um recorte de uma exposição de 2 minutos sem qualquer processamento. Reparar que até os "hot pixel" têm halo - coisa que na minha opinião só pode querer significar que ou o redutor ou o CCD estavam com alguma condensação (o redutor garantidamente). Por outro lado a imagem estava praticamente corrigida em mais de 80% da área.
Messier 42 & Messier 43
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + Nikon D70 4.25"
exp: 1x120 s ISO 400 (mode3) mag. ~5
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Messier 42 & Messier 43
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + Nikon D70 4.25"
exp: 1x120 s ISO 400 (mode3) mag. ~5
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o início da noite seguinte observei e fiz umas imagens com Takahashi Sky-90 à Lua (que já estava algo baixa) para confirmar que aquele cromatismo não era das ópticas e que felizmente se confirmou : tem a correcção de cor que julgo perfeitamente normal para esta classe - não é isento mas é preciso procurar por ela. Ufa! este telescópio só me prega sustos... enfim mais considerações e testes se seguirão...
Lua
Takahashi Sky-90 f/9 (800mm)
Canon G1 afocal Radian 14mm
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Sra. do Monte VIII - 4179 Toutatis
2004.09.24
Sra. do Monte - Cortes (39.68N 8.75W alt. 395m)
Lua 1 - Toutatis 0
Foi pena não ter conseguido captar este NEO na sua rápida passagem pela as nossa paragens. A Lua interferiu demasiado, não permitindo sequer ter alguma estrela com referência num raio de 10 graus, assim como também ter começado demasiado tarde (já passava das 11:30). É nestes momentos que me arrependo de ainda não ter perdido algum tempo a treinar a utilização dos círculos graduados que a Takahashi P2-Z tem. Embora já tenha experimentado, não possuem precisão suficiente para menos de 1 grau em cada eixo.Neste caso nem precisava de tanto, pois o Takahashi Sky-90 com redutor e a Nikon D70 tem um campo com cerca de 4.5 graus, devendo ficar facilmente lá registado, isto apesar com 1 minuto de exposição a 200 ISO as imagens ficarem praticamente brancas devido ao luar.
Ainda estou a ver as imagens que fiz da região, mas duvido que tenha por lá ficado, pois o asteróide a mover-se daquela maneira (RA: -0.1144 dec: -0.1375 (arcsegs/seg)), que resulta num arrastamento de mais de 16 segundos de arco para uma exposição de 120 segundos, portanto sendo notório. Nesta noite ainda se encontrava a mais de 4 milhões e meio de km, a caminho da sua maior aproximação de milhão e meio de kms no dia 29.
No entanto o grupo Atalaia teve bom sucesso no registo desta aproximação, ver em h ttp://www.atalaia.org/encontro.php?id=84
Continuando ainda em testes com o Takahashi Sky-90 ...
Nota: As imagens abaixo não foram calibradas, apenas recortadas e niveladas, e no caso da Messier 45 "subtrai" os halos cromáticos mais evidentes (curiosamente na imagem de Messier 31 estão completamente ausentes).
Desta sessão só ficou esta rápida imagem de Messier 45 "ao Luar". A magnitude estelar conseguida foi superior a 16, embora para se captar a nebulosidade fosse necessário pelo menos mais uma dúzia destas...
Messier 45
TTakahashi Sky-90 f/4 (360mm) + Nikon D70 4.25"
exp: 2x120 s ISO 800 (mode3)
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Assim como esta imagem de 6x2 minutos feita na noite anterior aqui no pátio, que escusado será de dizer que ficou completamente saturada, mas ainda identicável. Mais umas dez imagens iguais a esta, mas em céu bem mais escuro parece prometer uma boa imagem.
Messier 31, Messier 32 e Messier 110
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + Nikon D70 4.25"
exp: 6x120 s ISO 800 (mode3)
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Messier 27
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + Nikon D70 4.25"
exp: 8x120 s ISO 800 (mode3)
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Uma imagem de 3 minutos também feita na noite aqui no pátio: A nebulosa planetária Messier 57 com (muito) contexto.
Messier 57
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + Nikon D70 4.25"
exp: 1x180 s ISO 400 (mode3)
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Pátio 173 - Lua da Colheita
2004.09.28
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
É sempre um espectáculo uma lua cheia a nascer. Estas Luas têm o dom de ajudar nas colheitas, pois nasce pouco depois do Sol se pôr, permitindo prolongar o dia de trabalho pela noite adentro.
Esta particularidade, é devido à Terra se encontrar perto do seu equinoxe de Outono (que foi no passado dia 22 às 17:30), que entre outros significados, os dias têm praticamente a mesma duração que as noites, e estando a Lua na sua fase cheia exactamente no lado oposto ao Sol, daí quando se dá o ocaso do Sol, nasce logo de seguida a Lua.
Lua da Colheita
Nikon D70 + Nikkor 300mm f/4.5 (mf)
exp: 4x1/25 s 200 ISO
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Pátio 174 - Usar círculos graduados
2004.10.01
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Embora os círculos graduados se tenham tornado meramente decorativos, tendo até desaparecido nas montagens modernas, não deixaram de ser convenientes para apontar um telescópio para um objecto usando as suas coordenadas equatoriais, sendo também úteis para apontar um telescópio em pleno dia para planetas brilhantes ou cometas nos crepúsculos.
Os círculos graduados foram a primeira forma de GOTO - tanto em montagens altazimutais como em montagens equatoriais.
O método que uso está descrito abaixo e aplica-se à montagem Takahashi P2-Z , que possui círculos que apesar de pequeno diâmetro, são gravados com precisão, devendo no entanto ser bastante semelhante a sua aplicação em qualquer outra montagem que os possua.
O círculo de declinação (acima na imagem), tem engravado 4 vezes a escala de 0 a 90, com divisões numeradas de 10 em 10 graus e subdivisões de 2 graus. Pode-se considerar que a resolução é baixa, mas se fosse mais sub-dividida seria certamente de difícil leitura em condições de pouca luz. No entanto, permite uma boa taxa de sucesso quando usado com oculares que proporcionem campos reais superiores a 1 grau e meio. Este círculo só precisa de ser ajustado uma vez, e geralmente fica fixo permanentemente com dois ou mais parafusos.
O círculo de ascensão recta tem uma escala de 0 a 24 horas, sendo cada uma das "horas" sub-dividida em traços de 10 minutos, que parece permitir uma melhor precisão, mas devido à natureza desta coordenada (sempre em movimento), não a torna menos sujeita a erro. Este círculo, ao contrário da declinação, pode (e deve) ser rodado livremente, possuindo apenas um parafuso para o apertar levemente.
Para se usar os círculos graduados, é absolutamente indispensável que a montagem esteja alinhada o melhor possível pelo o pólo celeste, de modo a que as sucessivas apontagens não acumulem demasiado erro. A forma de obter um bom alinhamento varia de montagem para montagem, algumas requerendo que estejam niveladas, ou ainda outros procedimentos.
Usando apenas o círculo de declinação
A maneira mais simples de utilizar os círculos graduados, é apenas utilizar o círculo de declinação. A declinação das estrelas e objectos de céu profundo não varia com o tempo (durante um bom punhado de anos diga-se), estando portanto a sua leitura na montagem sempre correcta.
Declinação
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Este é também o primeiro passo do método completo, mas que pode já ajudar bastante a apontar o telescópio.
Devido ao facto da graduação da Takahashi P2-Z ser do tipo 0-90-0-90 (existem outras por exemplo 0-360 ou 0-180-0), poderá ser necessário passar primeiro pela a leitura de declinação 0 (equador celeste), e daí fazer subir ou descer o tubo conforme a declinação seja positiva ou negativa, deslocando o tubo até o ponteiro marcar o valor absoluto da declinação do objecto. Se se souber vagamente onde fica o objecto no céu, basta simplesmente apontar o tubo de grosso modo, refinando-se de seguida usando o círculo.
Com a coordenada de declinação já marcada, bastará "varrer" em ascensão recta na região do objecto a observar até à sua detecção. Este método tem boa eficácia em objectos que se encontram bem dentro dos limites de detecção do instrumento (e do observador), bastando conhecer apenas declinação do objecto e em que área do céu se encontra.
Usando os dois círculos
Este é o método completo que consiste no passo descrito anteriormente, mas ajustando também a montagem no eixo de ascensão recta.
Ascenção Recta
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A maneira mais fiável, mas não necessariamente obrigatória, será de primeiro apontar visualmente para uma estrela brilhante na área vizinha do objecto, podendo esta até estar distanciada várias dezenas de graus, DESDE que se encontre no mesmo lado do meridiano, ou por outras palavras, o tubo do telescópio não pode atravessar o meridiano ao deslocar-se da estrela escolhida até ao objecto que se deseja apontar.
Isto explica-se por ao atravessar o meridiano, ser necessário adicionar (ou subtrair) 12 horas aos valores que são lidos no círculo de A.R, e 180 graus ao eixo de declinação. No caso da Takahashi P2-Z não existiria problema no eixo de declinação, mas no da ascensão recta, seria necessário adicionar em +- 12 horas. Estas contas iriam complicar a leitura e futuras marcações sem óbvia vantagem.
Depois de colocarmos a estrela no centro do campo, engrena-se o motor de A.R. e ajusta-se o círculo de A.R para marcar as coordenadas da estrela escolhida. O círculo de declinação não será necessário ajustar, pois deverá estar certo (salvo se ainda não foi devidamente acertado e apertado).
A partir deste momento, bastará rodar a montagem nos dois eixos de modo para as coordenadas do objecto desejado, trancar os eixos, devendo então o alvo estar no centro do campo de vista ou muito lá perto. Deve-se usar uma ocular que tenha um campo superior a um grau e meio para maior facilidade, pois devido à pouca precisão das graduações pode ser difícil de extrapolar valores não inteiros.
O círculo de A.R. roda simultaneamente com a montagem, à razão de 15 graus por hora, ou um grau por cada 4 minutos, portanto antes de se passar para o objecto seguinte, deve-se ajustar novamente o círculo para as coordenada R.A do objecto que se está a observar correntemente, procedendo-se então à rotação dos eixos de modo a marcar as coordenadas do objecto seguinte, fazendo tal como foi descrito no parágrafo anterior.
e funcionam....
Este tipo de círculos não obrigam a quaisquer cálculos, bastando apenas ter as coordenadas de estrelas brilhantes e dos objectos a observar, informação disponível em qualquer bom manual de observação, e de preferência na mesma página. Com prática, é impressionante a sua eficácia, mas no início convém ficar preparado para bastantes tentativas falhadas, portanto deve-se praticar com estrelas e objectos brilhantes e conhecidos. Este tipo de apontamento obviamente pode (ou deverá) ser combinado com "star-hoping" ou qualquer outro método que se utilize, sendo uma boa alternativa (barata e autónoma) a sistemas computadorizados tais como GoTos e círculos digitais, para encontrar asteróides, cometas, objectos perto do limite de detecção do instrumento, ou então objectos que são invisíveis com vista desarmada, quer por serem realmente ténues ou por efeito da poluição luminosa, sendo também bastante conveniente para a astrofotografia, especialmente se evitar o tirar da câmara para apontar o telescópio.
Pousados I - Uma noite ao luar
2004.10.05
Pousados - Alcanede
Sessão no local onde o Pedro Mota faz uma boa parte das suas imagens, que podem ser vistas por aqui. Embora não se possa considerar um céu excelente, tendo entre 5-5.5 de magnitude limite zenital, é no entanto suficiente para observar e fazer imagem de todo o tipo de objectos, com excepção daqueles realmente ténues, ou os que não emitam em h-alpha.
A Lua ainda se encontrava praticamente dois terços iluminada e nasceu pouco depois de 22:30, mas tal facto não impediu que só de lá saíssemos perto das 6 da manhã, já com as galinhas bem acordadas (o galo da capoeira devia estar acertado no fuso horário francês).
Estivemos eu, Mário Santiago e o nosso anfitrião Pedro Mota, respectivamente, com um Takahashi Sky-90 e Takahashi P2-Z, um STF Mirage7 Deluxe numa Orion SkyView, e o TMB 105mm em cima duma Losmandy GM8 Gemini.
Andamos essencialmente entretidos a fazer imagem, embora mais particularmente apenas tenha feito alguns testes com a webcam a cores e com a Nikon D70, e de ter tentado colocar a "Crescente Nebula " no CCD até ao "intervalo" para o petisco das febras e chouriço assado, preparado pelo o Pai do Pedro.
Uma dupla à volta das estrelas duplas. Um fazia a vez de motor de autofocus e de rodas de filtros, o outro analisador de FWHM em "realtime".
"Sr. Mário" e "Sr. Mota"
Este duo só ficava contente quando via estrelas de um pixel na imagem.
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Depois de retornar do petisco, já a Lua estava se encontrava bem alta, o Pedro emprestou-me a sua Atik 2HS e o filtro h-alpha para fazer as imagens abaixo, enquanto ele e o Mário foram capturar estrelas duplas usando diversos "cocktails" de filtros. O filtro h-alpha corta bastante luz, tanto a de poluição luminosa como a do Luar, mas notou-se a gradual perda de contraste à medida que a Lua ia subindo. Notar que a Lua estava apenas distanciada cerca de 30 graus dos objectos capturados. Apesar das imagens em h-alpha se medirem "às horas" e não aos minutos, as abaixo ficaram simpáticas. Ambas beneficiariam de céu mais escuro, menos turbulento, e maior tempo de sub-exposição individual.
Barnard 33, NGC 2023 & IC 434
Takahashi Sky-90 f/5.6 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: 34 min (14x60 + 10x120s) h-apha
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A região da nebulosa de Orion, Messier 42, é simultaneamente extremamente brilhante e extremamente ténue, sendo um dos objectos mais complicados de registar e processar, devido à gama de intensidade com um enorme intervalo. O filtro h-alpha evitou a saturação das estrelas, e capturou detalhe mais fino, tendo utilizado no caldeirão de "stacking", exposições com que vão de desde 3 segundos a 2 minutos. É possível discernir 3 estrelas do trapézio (fazendo zoom), apesar da baixa resolução de amostragem da imagem.
Messier 42
Takahashi Sky-90 f/5.6 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
exp: ~18 min (1x120s + 10x60 + 11x20 + 11x10 + 12x5 + 4x3s) h-apha mag. 4 (lua 65%)
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O fim da noite foi de descontração visual no planeta Saturno, mas ainda com o Mário a fazer imagens da Lua e também de Saturno. Houve momentos que TMB esteve muito bom. No Takahashi Sky-90 foi necessário o Extender-Q (um extensor 1.6x para os Takas de relação focal curta, tal como o Takahashi Sky-90 e o FSQ106) para eliminar o resto da aberração cromática, a 250x a imagem era para mim isenta de qualquer defeito notório, observando-se a divisão de Cassini, detalhe no globo e pelo menos três satélites quando a turbulência permitia, mesmo usando a desaconselhada diagonal prismática que adicionou algum astigmatismo, pó e humidade ao trem óptico.
Regressei então a casa, não deixando de notar (mais uma vez), o autêntico pântano de nevoeiro e nuvens em que se encontrava tudo o que estava a norte da Serra de Aire e Candeeiros. A autoestrada A1 corta esta serra que parece funcionar com um Grande Recife de Coral, deixando todas a nuvens a norte dele - infelizmente para mim...
Pátio 175 - À volta de Vega
2004.10.09
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Pequena sessão de testes com a minha velhinha Toucam Pro, que recentemente foi modificada para longa exposição. Esta câmara ainda está na "caixa" original, e não é de modo algum refrigerada, não se podendo exagerar muito no ganho nem no tempo de exposição. O melhor equilíbrio ficou em 20 segundos com 40% de ganho.
Philips Toucam Pro
A Toucam "original" recentemente modificada
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A imagem de "dark" de 20 segundos não se pode considerar muito má, tendo em conta que estava a "trabalhar" sem qualquer refrigeração.
"dark"
Toucam SC 40%
20 s
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Vou tentar o modo "RAW" para a próxima, a prever pelo dark abaixo, as estrelas serão muito mais pontuais se a "mistura" da matriz de bayer for feita posteriormente, neste caso a imagem foi obtida utilizando a capacidade CFA do Iris.
"dark"
Toucam SC 40%
20 s RAW
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As imagens abaixo da estrela Vega, serviram essencialmente para verificar a sensibilidade da câmara, que ronda as 14 magnitudes estelares em 20 segundos, sob céu de magnitude 4. com o formato não RAW, julgo ser impossível conseguir estrelas de um pixel, e também apresentam os artefactos, tais como "orelhas", cores diferentes para a mesma estrela entre outros, sendo a responsável a matriz de cores do CCD. As estrelas também têm todas uma forma estranha devido a uma "farpa" que estava na extremidade do adaptador de 1.25" da toucam.
Vega
Takahashi Sky-90 f/2.8 (250mm) + Toucam SC 40% 4,6"
exp: 3.3 min (10x20s)
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Vega
Takahashi Sky-90 f/5.6 (500mm) + Toucam SC 40% 2,3"
exp: 3.3 min (10x20s)
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Pátio 176 - Conjunção Lua Minguante e Marte<
2004.10.13
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Um amanhecer de rara serenidade por estas paragens, que ofereceu a oportunidade de capturar uma conjunção da Lua com apenas 0,9 % de iluminação, em conjunto com o planeta Marte, do qual distava cerca de um grau (à direita mais abaixo). A Lua encontrava-se a menos de um dia de ser Nova (faltavam apenas 20 horas e 40 minutos), sendo possível observá-la facilmente com o binóculo desde a altitude aparente de 3 graus (06:10), até a pouco mais de 4 graus após 5 minutos, isto apesar da sempre presente neblina matinal, e do Sol que brilhava a apenas 11 graus mais abaixo. Tentei também observá-la visualmente, mas não me foi possível detectá-la.
Lua e Marte 2004-10-13 06:12 UTC
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + Nikon D70
exp: 1/15 s
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Pátio 177 - Eclipse Lunar Total
2004.10.28
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
A noite até começou bem, com grandes abertas interrompidas por algumas nuvens de passagem apressada. Escusado será dizer que à medida que a hora do eclipse se ia aproximando, as condições meteorológicas iam por seu lado piorando, até que começou mesmo a chover - por vezes torrencialmente. Mas uma condição meteorológica instável sempre é melhor do uma má condição meteorológica estável, ,podendo sempre haver alguma esperança.
Sempre de olho no Meteosat, ia fazendo uma pouco fiável previsão das possíveis passagens dos poucos buracos que se iam aproximando da costa litoral por cima do pátio . Felizmente nalgumas acertei e noutras felizmente também errei! Nada fazia prever a aberta de mais de uma hora durante o período da totalidade, não sei se foi apenas local, mas no pouco horizonte disponível no pátio, o céu esteve praticamente limpo.
Felizmente nas poucas abertas que surgiram. foi possível registar moderadamente confortável as imagens abaixo. Até chegar a surpresa da GRANDE aberta.
Visualmente, este eclipse lunar foi o mais escuro que tive ocasião de apreciar, pelo menos de maneira mais informada, tendo um valor na escala de brilho de eclipse de Danjon entre 1 e 2. À vista desarmada era possível observar tonalidades que iam desde o vermelho acastanhado, passando pelo laranja cobre até ao amarelado no limbo oposto.
Não deixou de ser uma sensação estranha ver uma lua cheia rodeada de estrelas. A imagem no máximo do eclipse contém estrelas de magnitude 10!, o céu estava tão escuro quanto a poluição luminosa permitia O binóculo foi o meu instrumento favorito na observação deste eclipse, pois devido à baixa magnificação, as cores aparentaram ser mais vívidas, para além do grande campo salientar a natural estranheza e raridade das imagens.
Irão acontecer mais eclipses lunares parciais e penumbrais nos próximos dois anos, mas o próximo eclipse total apenas acontecerá em 3 Março de 2007.
Lua em eclipse
Takahashi Sky-90 f/9 (800mm) + Nikon D70 2"
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Lua em eclipse máximo 03:04 UTC
Takahashi Sky-90 f/9 (800mm) + Nikon D70 2"
exp: 10 s ISO 400
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Lua em eclipse máximo 03:04 UTC
Takahashi Sky-90 f/9 (800mm) + Nikon D70 2"
exp: 10 s ISO 400
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Lua eclipsada em grande campo
Canon G1 100mm
exp: 8 s ISO 50
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Outros eclipses lunares aqui no Pátio
Pátio 178 - Conjunção Júpiter Vénus
2004.11.05
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Eu não sou nada madrugador, mas esta conjunção muito próxima dos planetas Vénus e Júpiter fez-me acordar às 05:30. Estes planetas na ausência da Lua, e claro, do Sol, são usualmente os dois corpos mais brilhantes do nosso sistema solar, prometendo assim um bom espectáculo, pois não é todos os dias que se pode presenciar dois astros tão brilhantes e tão juntos.
A maior aproximação aconteceu às 01:55 UTC, com 33 minutos de arco tendo respectivamente, -1.7 e -4.0 de magnitude, estando ambos ainda bastante abaixo do horizonte, tive que aguardar quase até ao nascer da alvorada para os poder observar do pátio. Por cerca das 5 e meia da manhã, os dois planetas já tinham começado a emergir dos telhados dos vizinhos, tendo montado o telescópio num canto mais desobstruído possível do meu bairro.
Foi melhor espectáculo visual do que fotográfico. Com vista desarmada faziam um impressionante par de pontos de luz deveras bonito e muito pouco usual. Julgo que quem para ele olhasse não deixaria de se fazer notar.
A 54x com a Radian 14mm e o Takahashi Sky-90 f/9, foi possível ver ambos os planetas confortavelmente separados, que nesta altura já se começavam a distanciar, distando pouco mais de 34 minutos de arco. A magnificação já permitia observar a adiantada fase de Vénus (81%), algumas bandas de Júpiter e os seus 4 principais satélites, com Ganymede e Europa também eles bem juntos (7"). Pena foi a turbulência que foi muito acentuada, tanto de um modo geral como devido à pouca altitude a que foram observados.
As imagens são testemunho estático e para memória futura, não da destreza fotográfica garantidamente, mas sim da incrível capacidade de adaptação do olho humano a intensidades de brilho tão díspares - por vezes a linearidade dos CCDs não é uma característica muito conveniente....
E por último, e não menos habitual, foi também observar e fazer imagem da Lua no seu preciso Quarto Minguante (06:53 UTC) após a também Lua cheia eclipsada, estando já o céu bem azul.
A título de curiosidade os picos de difração não são efeitos especiais, mas sim o efeito causado pelo o diafragma da objectiva de 50mm. Neste caso, tem 14 "picos" por formar um heptágono (7 vértices). Se fosse número par de vértices seria apenas apenas um por cada vértice pois os "picos" ficariam sobrepostos.
Vénus & Júpiter 2004-11-05 05:49 UTC
Nikon D70 50mm f/4
exp: 8 s ISO 800
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2004-11-05 06:09 UTC
Takahashi Sky-90 f/9 (800mm)+Nikon D70 2"
exp: 10 s ISO 400
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06:31 UTC
Nikon D70 + 50mm f/9
exp: 6 s ISO 200
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Lua em Quarto Minguante
Canon G1 afocal
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Atalaia XV - Grande noitada
2004.11.06
Atalaia (Montijo 38°44N 8°48W)
Mais um inesperado encontro com alguma dimensão na Atalaia, apesar de ter havido grandes dúvidas no que respeita às condições meteorológicas, já se tinha juntado um considerável número de pessoas na tradicional estação de serviço. O local de observação da Atalaia encontra-se agora organizado por sectores de astrofotografia digital e outro para observação visual e astrofotografia em filme. Ficou curiosa a disposição em linha do sector digital, como que fosse um daqueles "arrays" de telescópios num qualquer deserto. Esta separação é por vezes necessária devido essencialmente à utilização de computadores portáteis que são fontes de luz que fazem perder ou não deixar adquirir a visão nocturna, isto é, até pelo menos a Lua ou o Sol nascer...
Até às duas da manhã, para além de andar na conversa, deixei o equipamento entretido a registar despreocupadamente "frames" da Messier 78 e nebulosas vizinhas, nas quais está incluída a recentemente famosa (e também recente no que diz respeito à sua visibilidade) nebulosa de McNeil (manter rato sobre imagem para fazer surgir a legenda), e a ir também ao outro lado apreciar dois novíssimos refratores apocromáticos de 140mm da TEC, montados lado a lado numa G11. Pena foi a noite que esteve com bastante turbulência, que não permitiu (pelo menos a mim) atestar a grande qualidade destes instrumentos.
Também a certa altura andei a passear com o Takahashi Sky-90 e uma Nagler 31mm, cuja a combinação resulta num campo de pouco mais de 5 graus a 16x com uma pupila de saída de 5,6mm dando vistas extremamente brilhantes num imenso campo. Fiquei com a impressão que esta ocular está melhor corrigida para relações focais curtas quando comparada com a "irmã" mais pequena, Nagler 9mm tipo 6.
O Takahashi Sky-90 tem um novo e confortável "ninho" numa caixa de plástico Pelican (modelo 1520). Com esta caixa, a "sensível" colimação aguentou bem os trambulhões,e em especial as micro vibrações da bagageira do carro. É na minha opinião perfeita, tendo ainda espaço para incluir todos os acessórios ópticos: diagonal 2", extensor, redutores, quickfinder, adaptadores diversos e até uma ocular.
De resto até ao fim da noite estive a registar alguns enxames abertos para juntar à colecção de cromos, objectos estes que não necessitando de céu absolutamente escuro, são ainda especialmente rápidos e pouco exigentes de registar. Terminei a noite observando visualmente Saturno que devido à condensação em praticamente todos os componentes ópticos tive uma vista simplesmente horrível. Mas apesar da turbulência, a noite teve boa transparência e com relativa pouca humidade, que mesmo com a influência do luar não fez com que os últimos a abandonar o local já o tivessem feito bem após as 05:30 da madrugada.
A nebulosa de McNeil é de reflexão variável cuja a visibilidade aparenta estar relacionada com a a erupção de uma estrela nova, ou então o seu "renascimento", sendo esta chamada IRAS 05436-0007. É como se estivesse a escutar os primeiro choros de um bebé...
Messier 78 & McNeil 1
Takahashi Sky-90 f/5.6 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
30 min (10x60"+10x120")
(manter rato sobre a imagem para legendas)
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Esta colecção de enxames abertos do catálogo de Messier foram todos registados com mesmo tempo de exposição e processados de maneira semelhante, servindo de bom comparativo das suas dimensões e brilhos relativos. Como é habitual pode-se encontrar no site da Atalaia o habitual relato e muitas imagens.
Messier 34
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + ATIK-1HS 3.2" 60%
exp: 7.5 min (15x30s)
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Messier 36
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + ATIK-1HS 3.2" 60%
exp: 12.5 min (25x30s)
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Messier 37
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + ATIK-1HS 3.2" 60%
exp: 12.5 min (25x30s)
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Messier 38
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + ATIK-1HS 3.2" 60%
exp: 12.5 min (25x30s)
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Messier 46
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + ATIK-1HS 3.2" 60%
exp: 12.5 min (25x30s)
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Messier 47
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + ATIK-1HS 3.2" 60%
exp: 12.5 min (25x30s)
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Messier 93
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm) + ATIK-1HS 3.2" 60%
exp: 12.5 min (25x30s)
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Pátio 179 - Pequena noitada
2004.11.10
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Noites escuras por aqui no pátio, que só não excelentes se a turbulência também não fosse grande.
Desta vez decidi experimentar o novo filtro h-alfa da Astronomik (13nm), para ver como se portava sob este céu suburbano que nunca ultrapassa a magnitude 5.
O filtro h-alfa consegue subtrair praticamente toda a luz que não pertença à linha de 656 nm, permitindo conseguir fazer imagens como a abaixo da nebulosa PacMan, NGC 281, sob um céu que sem a utilização deste filtro produz imagens praticamente saturadas (brancas). Este tipo de objectos exige tempos de sub-exposição muito grandes, com pelo menos 2 minutos, facto que resulta numa grande exigência no equipamento, e bem, na paciência do fotografo.
Neste caso em particular, o registo não correu lá muito bem, com diversos problemas do tipo motor desengrenou ou desequilíbrio da montagem etc, tendo que dividir por muitos AVis as sub-exposições, das quais apenas aproveitei apenas 18 delas com 2 minutos cada - muito pouco tempo - mas bastante aceitável para uma imagem não autoguiada. O ligeiro desfasamento entre os diversos AVIs fez com que imagem ficasse com dimensões menores que o usual, mas deu para verificar que pelo menos é possível. A cor vermelha púrpura é obviamente falsa, mas adiciona algum dramatismo à cena, mas julgo evidenciar melhor as estruturas presentes.
NGC 281 & IC 1590
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + ATIK-1HS 2.91" h-alpha
36 min (18x120s)
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A nebulosa "Pacman" é uma região HII, que se encontra obscurecida por poeira interestelar (desenhando a boca do pacman). No seu centro encontra-se o IC1590 que é um jovem enxame aberto bastante esparso . A imagem apenas mostra a parte de cima da cabeça do dito personagem lúdico. É possível observar vários glóbulos de Bok - local de formação de estrelas.
Messier 103
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + ATIK-1HS 2.91"
9 min (18x30s)
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Pátio 180 - E as noitadas continuam...
2004.11.12
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Continuam as noites escuras aqui por o pátio - e já bem fresquinhas (4.5 graus C). Esta foi uma sessão descontraída a baixa resolução e pouco tempo de exposição - perde-se mais tempo a encontrar e a focar o objecto do que propriamente a registá-lo. Determinei que tipicamente que neste céu de magnitude 4 , o tempo máximo de subexposição que se pode fazer sob este céu é de 30 segundos a f/5, 20 segundos a f/4, e em h-alfa permite usar até 120 segundos , mas o ruído térmico da atik 1hs já se começa a fazer notar um bocado, assim como está a chegar aos limites práticos da montagem. Estas condicionantes limitam o tipo e o número de objectos "fotografáveis", mas não deixa de ser educativo.
NGC 457
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm)+ATIK-1HS 3.2"
6.6 min (20x20s) mag. 4
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NGC 457 situa-se a 2.5 kpc e entre 10 e 30 milhões de anos de idade. É um do mais engraçados enxames abertos, com bastantes alcunhas - "Enxame do ET ("phone home!")", "Enxame da coruja", "Enxame da libélula" etc. É um dos meus favoritos.
Messier 35 & NGC 2158
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm)+ATIK-1HS 3.2"
2x6.6 min (20x20s) mag. 4
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A 2800 anos-luz e 13000 anos-luz respectivamente. Os dois enxames têm a mesma dimensão mas estão separados entre eles 10000 anos-luz. É facilmente detectável com vista desarmada e uma vista impressionante em binóculos ou telescópios a baixa magnificação.
NGC 2261
Takahashi Sky-90 f/5.6 (500mm) + ATIK-1HS 2.3"
30 min (60x30s)
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Situa-se a 2500 anos-luz. Nebulosa brilhante que varia de intensidade e forma conforme a variável R Monocerotis, que por sua vez não é propriamente uma estrela mas sim uma nebulosa "cocoon" em volta de uma nova estrela que a ilumina. É um dos objectos de céu profundo mais dinâmicos. É conhecida por Nebulosa Variável de Hubble, não por a ter sido o descobridor (esse foi o Herschel), mas sim por ter notado que a nebulosa variava. É um dos objectos mais estudados e um bom sítio para descobrir planetas em formação.
Pousados II
2004.11.13
Pousados - Alcanede
Mais uma vez desloquei-me a Pousados, perto de Alcanena, onde também esteve o Mário Santiago e o dono da casa, Pedro Mota.
Pousados
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O pomar do seu Mota até nem é nada mau local, oferecendo uma magnitude zenital limite superior a 5, sendo já possível observar facilmente a Via Láctea de ponta a ponta. Mas de 15 graus para baixo do horizonte, é para esquecer, e em alguns azimutes ainda tem que subir um bocado mais para evitar os globos de luz das populações vizinhas. Também não ajudou a turbulência, que foi bastante acentuada nesta sessão, assim como o vento que soprava com frequentes rajadas, tornando a focagem um enorme desafio, (tipicamente demorava um quarto de hora para uma focagem minimamente aceitável e para cada objecto). Houve um registo que foi para o lixo - o enxame globular Messier 9 em Lebre (Lepus).
Iniciei a noite com dois objectos algo inadequados para registar nestas condições - as galáxias Messier 77 em Baleia (Cetus) e a extremamente ténue Messier 74 em Peixes. Nenhuma delas ficou com o tempo de exposição mínimo necessário, que aliás até o tiveram, mas a turbulência, o vento, e uma cabeçada de um rafeiro :), fez perder mais 50% das subexposições, o que foi pena.
A Messier 74 fez jus à sua fama de galáxia "terrible", fazendo perder mais de meia hora apenas para a colocar no campo do CCD. Visualmente, foi absolutamente indetectável, pois este objecto requere céus mais escuros e talvez um pouco mais de abertura, tendo sido obrigado a fazer "star-hopping" usando estrelas de magnitude 10 - não foi uma tarefa nada agradável para o pescoço, porque usando o redutor/corrector do Takahashi Sky-90 não é possível focar usando uma diagonal.
Depois de uma pausa gastronómica (chouriça, febras e o famoso abafadinho do Mário), durante a qual passou uma pequena frente de nuvens, coloquei a Nikon D70 no foco primário, e registei o mal jeitoso de tão grande e esparso, enxame aberto Messier 44 em Câncer e ainda o populado campo do enxame aberto Messier 35.
A minha noite astrofotográfica terminou no campo da galáxia lenticular NGC 3115 em Sextante, também conhecida por galáxia do Fuso ("Spindle"), que por seu lado correu bastante melhor, somando um grande total de 52 sub-exposições aproveitáveis. Apesar da sua relativa baixa altitude, beneficiou também da maior calmia que no fim da noite se fez sentir. Foi a única imagem que ficou vagamente decente. O seu núcleo brilhante e alongado é perfeitamente visível com apenas 90mm e 35x.
Finalmente, coloquei o Extender-Q no Takahashi Sky-90, e apontei para Júpiter que já se encontrava relativamente alto, descobrindo a sensação de observação não de dentro de um aquário, mas sim de dentro de uma furna. Foi uma noite de uma turbulência memorável - deve ser raro haver pior em céu aberto, mas por outro lado, não me lembro de ter passado uma noite com humidade tão incrivelmente baixa - às 6 da manhã não consegui encontrar condensação em nada. Saturno por outro lado já estava a transitar e deu vistas bem menos aquosas, suportando com alguma paciência 200x-250x.
Por volta das 06:30 estava tudo arrumado e prontos para nos fazer à estrada. Foi uma longa e agradável noite.
NGC 3115
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + ATIK-1HS 2.91"
exp: 52 min (52x60s)
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Messier 74
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + ATIK-1HS 2.91"
exp: 24 min (24x60s)
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Messier 79
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + ATIK-1HS 2.91"
exp: 24 min (24x60s)
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Provavelmente o objecto do catálogo de Messier mais complicado de observar através de pequenos telescópios, requerendo céus escuros para não passar de um objecto pontual.
É uma Galáxia do tipo "Seyfert", galáxias de núcleo muito activo. Com alguma atenção, consegue-se ainda ver uma ténue halo em volta da galáxia.
Messier 77
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + ATIK-1HS 2.91"
exp: 14.5 min (29x30s)
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Abaixo ficam mais algumas imagens de 2 minutos de exposição com a Nikon D70 no foco primário, e o "trail" por me ter esquecido de trancar o motor...
Messier 35 & NGC 2158
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + Nikon D70 3,95"
exp: 2 min (1x120s) ISO 400
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Messier 44
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + Nikon D70 3,95"
exp: 2 min (1x120s) ISO 400
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Messier 44 arrastado
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + Nikon D70 3,95"
exp: 1 min (1x60s) ISO 400
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Atalaia XVI - Atalaia, Saturnos e AVIs...
2004.11.20
Atalaia (Montijo 38°44N 8°48W)
Foi uma noite com pouca variedade de objectos para observar, mas que mais uma vez não impediu que muitos se juntassem mais uma vez sob um céu com luar, nuvens e bastante frio (chegou à temperatura de apenas 1 grau celsius).
Durante toda a noite assistiu-se à passagem do remoinho de nuvens sobre o local, mas que por vezes libertava por longos momentos algumas partes do céu, nomeadamente a Lua e o planeta Saturno. A turbulência não foi tão grande como nas últimas semanas, tendo até melhorado notoriamente ao longo da noite. Não estiveram muitos telescópios, mas estiveram dos bons. Os Maks estavam bem representados, havendo exemplares desde 5.5" até 7", dois refratores apo de 90mm e 130mm, dois newtonianos Dobson de 8" e 15" e provavelmente outros mais que não tive oportunidade de reparar.
Os alvos preferenciais foram Saturno, Lua (sombras dos picos na Plato e a rima nos vales alpinos), o trapézio em Orion em que todos os telescópios mostraram 6 estrelas, entre outros. A meio da noite o Gregório e o Rola tiveram a excelente ideia de ter trazido café e chá quente, acompanhados com bolachas, que souberam bastante bem, assim com algumas horas antes o famoso "abafadinho" ribatejano.
Fazendo um trocadilho com o conhecido genérico cinematográfico, Saturno parecia mesmo mentira... Não me lembro de observar uma imagem directa tão recortada e perfeita de _qualquer_ planeta. Mas o que mais me impressionou, não foi propriamente o poder observar seja lá o que for a 1000x num Obsession de 15" sem qualquer perda (come é habitual), ou até conseguir observar sem dificuldade a divisão de Encke, mas sim a perfeição com que a divisão de Cassini se desenhava à volta dos anéis, com uma fineza quase capilar, que de resto apenas era mais um detalhes visíveis numa visão quase a raiar a de uma sonda inter-planetária. O nevoeiro que lentamente se ia formando propícia estas condições de acalmia fora de série.
Apesar de ainda se encontrar a pouco menos de dois meses da sua oposição (14/01/2005), não irá "crescer" de tamanho aparente muito mais, e deverá ser dificíl ultrapassar em qualidade esta observação. Foi um momento raro.
Ver também em Atalaia.org com mais imagens e relatos.
Saturno 2004-11-21 2004-11-21 02:45 UTC
Takahashi Sky-90 f/41 (3720mm) + Toucam 0.31"
exp: 2 min (1/x60s)
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Atalaia XVII - Borboletas e Lácteas ao Luar
2004.12.05
Atalaia (Montijo 38°44N 8°48W)
O início da noite não foi muito encorajador, tendo estado o céu praticamente todo coberto, mas como é habitual ninguém arredou pé. A fé de que iria haver pelo menos algumas abertas fez com que felizmente tal viesse a acontecer, tendo sido afortunados com períodos de grandes abertas e até com períodos de céu praticamente limpo de horizonte a horizonte. A humidade (98%), a temperatura (~3 graus) e por vezes algum vento não tornou o final da noite muito agradável, mas ainda a níveis facilmente suportáveis pelos mais prevenidos. Apesar de tudo a noite até correu bem.
Estamos mesmo no Natal com muitos a estrear "brinquedos" novos, nomeadamente montagens Losmandy G11 e G8 - não era fácil mandar um pontapé numa pedra sem acertar numa G11 :).
A Lua nasceu pelas 0 horas e com libração favorável à observação do Mare Orientale, uma das maiores e dramáticas crateras de impacto lunares. Tem pouco mais de 300 kms de diâmetro e rodeada de múltipos anéis de cordilheiras de montanhas. A sua observação a partir da Terra resume-se a uma vista de "esguelha" do Mare propriamente dito com particular pormenor no serrilhado das cordilheiras de montanhas (Montes Cordillera and Montes Rook) que dão um aspecto invulgar e recortado do limbo lunar que geralmente aparenta ser bastante mais regular.
Depois da Lua nascer, o contraste começou lentamente a degradar-se, limitando grandemente a quantidade de objectos que se poderiam observar. Passei então um bom bocado com o Alberto e o seu Obsession de 15" numa caça à planetária que ultrapassou a dúzia, assim como de uma ou outra galáxia e um sulista enxame globular apenas para "desenjoar". Ver lista abaixo. Estes objectos constam na lista do pequeno mas prático Bright Star Atlas (Tirion, Skiff).
A noite só realmente ficou completa quando ao sair da área de restauração às 6 da manhã depois do reforço habitual, depararmo-nos com uma interessante fila formada pela a Lua, Júpiter e uma conjunção de pouco mais de 1 grau de Vénus com Marte.
Com o Obsession 15" (a maior parte das observações a +500x)
- IC 3568 em Girafa (Camelopardalis)
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NGC 2392 em Gémeos - Talvez a melhor vista desta extremamente interessante planetária que faz lembrar um esquimó nas imagens.
- NGC 1350 em Fornax - nao vista apesar dos esforços
- NGC 1535 em Eridanus - talvez uma planetária revisitar visto ser também conhecida como Olho da Cleópatra.
- NGC 1360 em Fornax - Extremamente grande com um estrela central brilhante. Apesar de situar muito baixa foi possível observar.
- NGC 1514 em Touro - grande e extremamente ténue com estrela central brilhante.
- IC 418 em Lebre - pequena e brilhante.
- IC 2165 em Cão Maior - Outra planetária pequena e brilhante
- NGC 2438 em Puppis - Achei especialmente extraordinária esta planetária em Messier 46. Assemelha-se à Messier 57, visto ser também um pequeno donut mas bastante menos brilhante (6x).
- NGC 2440 em Puppis
- NGC 2022 em Orion - pequena e ténue.
- NGC 3242 - Fantasma de Jupiter em Hidra, devido ao seu tamanho aparente ser semelhante com o planeta. É bastante brilhante e uniforme.
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Messier 97 em Ursa Maior - pouco detalhe visível - um olhito no máximo.
e ainda
- Galáxias NGC 147 e NGC 185 em Cassiopeia - extremamente ténues visto possuirem baixo brilho de superfície (14.5 e 14.3 respectivamente) tal como é habitual em grande parte das galáxias membro do Grupo local. A 185 foi relativamente fácil e a 147 apenas suspeita.
- Globular NGC 1851 em Columba (Pomba) - Pequeno enxame, pudera! pois foi observado com filtro OIII!
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Galáxia NGC 3115 em Sextante - bastante brilhante apesar do luar, muito alongada e uniforme. É chamada a galáxia "Fuso" (Spindle).
Com o Takahashi Sky-90
Pátio 181 - Mare Orientale
2004.12.06
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
O Mare Orientale pode ser observado quando a Lua está em libração em longitude favorável, ou seja a mostrar o mais possível do seu lado Oeste ou Este.
Neste caso a libração em longitude (Este/Oeste) era de 6°12' para Este, de um máximo de 7°30' para o dia seguinte, fazendo com que o Mare Orientale que tem as coordenadas de longitude 95.0°W e latitude 20.0° S ficasse visível.
Na imagem a "corpo inteiro" da Lua é facilmente perceptível a depressão correspondente ao mare na linha do limbo. A Lua ainda se encontrava apenas a 15 graus de altitude daí a enorme turbulência visível nas imagens abaixo. Também foi de aproveitar e observar o Mare Humorum (que dá ideia do diâmetro do Mare Orientale) e a cratera Grimaldi também eles bem mais virados do que o habitual na nossa direcção.
Lua em Quarto Minguante - Mare Orientale e Mare Humorum
Takahashi FC-60 60mm f/8.33 (500mm),Radian 14mm (36x 101'), barlow 2.4x (86x) e Canon G1
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Pátio 182 - Cometa C/2004 Q2 (Maccholz) e Nebulosa da Chama
2004.12.09
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Facilmente visível com binóculo, mas ainda baixo no horizonte aqui para o pátio, visto passar precisamente por cima da cúpula de luz do centro da cidade de Leiria. Foi maior desafio saber onde colocar a montagem, do que propriamente fazer a imagem, mas lá arranjei um "buraco" de meia hora entre os prédios. Vamos ver se este cometa pelo menos chega ao nível do cometa C/2001 Q4 NEAT de Maio passado.
Depois do cometa desaparecer da linha de vista, coloquei o aparato na Nebulosa da Chama ("Flame Nebula") em Orion, e por lá ficou durante quase duas horas a tirar imagens de 90 segundos com filtro h-alpha. Pena o nevoeiro e fumo de algumas chaminés que introduziu bastante ruído em ambas as imagens. Estavam uns revigorantes 3 graus celsius quando arrumei.
Cometa C/2004 Q2 (Maccholz) 20041209 22:34-37
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm)+ATIK-1HS 3.2"
exp: 3.3 min (20x10s) mag. 3 neb
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NGC 2024
Takahashi Sky-90 f/4 (360mm)+ATIK-1HS 3.2"
exp: 42 min (28x90s) h-alpha mag. ~4 neb
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Pátio 183 - Calendário de Astronomia 2005 (CdA 2005)
2004.12.18
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Considero a melhor edição de sempre do Calendário Astronómico (pelo menos das três que possuo). A qualidade dos materiais, de impressão e de paginação atingiu desta vez um grande nível, assim como a variedade e quantidade de informação.
Tal como os anteriores calendários, este é organizado por meses, sendo cada um dos meses introduzido por um tema mais desenvolvido que lhe seja pertinente, seguido por diversas secções sobre a visibilidade dos planetas e seus satélites, asteróides, cometas, meteoros e Sol e todas as suas efemérides tabuladas, passando pelas estrelas duplas, ocultações por fim com a descrição geral do céu e seus objectos de céu profundo mais interessantes. Existe no final uma secção com tabelas detalhadas de efeméride dos corpos do sistema solar. A informação é conveniente tanto para o iniciante como para o mais experiente, dando uma atempada antecipação de muitos dos eventos astronómicos que serão visíveis em Portugal em 2005.
Em relação ao CdA 2004 (clicar para ver o comentário) reparei com agrado a inclusão dos objectos de céu profundo, que a meu ver dão uma maior abrangência à obra, sendo simultaneamente boas sugestões para quem deseje iniciar, ou para aqueles mais esquecidos. Mas embora continue a achar o formato de página A4 utilizado demasiado grande para um livro que considere "portátil", tendo ainda o papel e encadernação demasiada qualidade para as condições por vezes agrestes da Astronomia de campo. Mas sempre se pode plastificar se se pretender uma utilização mais despreocupada.
Apesar de ser colega e amigo do autor e de ter até modestamente colaborado com algumas imagens, não me vai impedir de ser completamente sincero em afirmar que este CdA e seguintes serão obras de referência a Astronomia amadora e de divulgação Portuguesa.
Por falar em qualidade, também é raro encontrar nas livrarias uma edição tão luxuosa com o preço de capa pedido - 20€.
Ver aqui a página do CdA 2005 para saber mais e como adquirir .
Pátio 184 - Cometa C/2004 Q2 (Maccholz)
2004.12.20
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Embora este cometa já se encontre um bom bocado mais alto, é sempre ingrato tentar fazer imagem de seja o que for com magnitude 3 e com um luar já bem forte. Apesar do ruído, ainda deu o ar da sua graça, com uma pequena cauda e anti-cauda... No Sábado na Atalaia, nas poucas oportunidades que apareceram, esteve magnífico no binóculo, e era visível, embora não evidente a olho nu.
A estimativa de hoje foi 23:20 UTC: m1=4.8, Dia.=14', DC=5 sem sinal de qualquer cauda usando o Fujinon 7x50.
Cometa C/2004 Q2 (Maccholz) - 2004-12-20 22:51-23:02 1°20'x1°20'
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + Nikon D70 3,95"
exp: 9 min (9x60s) ISO 1600 IDAS mag. 3 neb
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Pátio 185 - Solstício de Inverno
2004.12.21
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Foi às 13:42 de hoje. O Solstício de Inverno é o ponto de viragem na queda aparente do nosso Sol. Hoje esteve apenas 26,8 graus acima do horizonte, situação um pouco incómoda para quem o acompanha regularmente. O solstício pode ter diversos significados, sendo um deles o ser "dia mais pequeno" ou mais no sentido de observador "a noite mais longa", mas não curiosamente que o Sol se põe mais cedo ou nasce mais tarde - as razões desta anomalia está relacionada com a Equação do Tempo que expressa a diferença entre o sol "médio" e o Sol aparente (observado). Esta equação atinge os valores máximos no início de Novembro, quando o Sol atravessa o meridiano antes do meio dia local.
Tudo isto faz com que o Ocaso do Sol mais cedo, aconteça duas semanas antes e o Nascer mais tardio duas semanas depois.
Na falta de melhor, fica a imagem do Sol hoje, meia hora antes do Solstício bem rasteirinho ao pasto.
2004-12-21 13:10 UTC
M:3 S:3
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Ver aqui o Sol durante este mês
Pátio 186 - Cometa ao luar
2004.12.21
Pátio (Leiria 39.75N 8.82W alt. 60m)
Passaram as nuvens, apareceu a Lua... O filtro de banda larga LPS ("Light Pollution Suppression") da IDAS, pelo menos torna possível conseguir fazer imagem do céu com a Lua já com tão adiantada fase, sem ficar com a imagem completamente saturada. O desvio de cor é no máximo muito ligeiro, se sequer perceptível e faz aumentar o contraste em condições de poluição luminosa urbana.Apesar dos esforços da Lua, ainda é visível a fina cauda de iões e a anti-cauda (um efeito de perspectiva).
Cometa C/2004 Q2 (Maccholz) - 2004-12-21 21:40-21:52 UTC
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + Nikon D70 3,95"
exp: 9 min (15x60s) 1000 ISO IDAS mag. 3 Lua (82%)
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A imagem abaixo contém outro cometa. Qual é ?
Bem nenhum :), pelo menos com conhecimento da Humanidade.
Esta área do céu é onde se encontra o enxame Árvore de Natal - NGC 2264, Collinder 112 ou ainda Mellote 49 - que contém a jovem estrela supergigante azul S Monocerotis (a mais brilhante da imagem) que serve de "tronco" a um enxame de forma triangular que faz lembrar uma árvore de natal - embora tivesse sido preferível que a S monocerotis se situa-se no topo ao invés da base que teria sido bastante mais conveniente para a analogia - daria uma estrela de Natal muito mais convincente. De notar que imagem está invertida nos dois eixos, com as inversões de um telescópio reflector. Este enxame está situada num enorme complexo de formação de estrelas, do qual por razões alheias à minha vontade, apenas é evidente uma pequena parte da nebulosa de reflexão. Esse complexo é o que contém a conhecida Nebulosa Cone que por partilha o mesmo NGC visto que "Cone" está precisamente a apontar para o topo da árvore.
Mas a razão da pergunta não foi propriamente para saber que cometa era aquele, mas o que não deve ser confundido com um cometa.
A nebulosa variável de Hubble (NGC 2261) quando observada com pequenas e médias aberturas e baixas magnificações é particularmente semelhante a um cometa (canto superior esquerda da imagem), sendo o talvez o falso cometa que por mais vezes foi "descoberto". Daí a charada :)
NGC 2264 & NGC 2261
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + Nikon D70 3,95"
exp: 15 min (15x60s) ISO 400 IDAS mag. 3 Lua (82%)
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A Espada de Orion
A espada de Orion é onde está situada a famosa Messier 42 e Messier 43, sendo facilmente visível mesmo em céus moderadamente poluídos. Para além das atrás escritas,- existem outras nebulosas de emissão e reflexão e enxames associados que se espalham pelos quase dois graus da imagem abaixo.
Começando pelo topo, está o enxame aberto 1981 com cerca de 20 membros e quase meio grau de tamanho, seguindo pelas nebulosas de emissão e reflexão NGC 1973-5, sendo a primeira associada com a variável KX Orionis. Descendo um pouco mais temos a nebulosa e enxame associado NGC 1977. Estas três nebulosas juntas dão forma a uma nebulosa conhecida por "homem corredor" ("running man"), que se assemelha a uma silhueta de um homem a correr (com os braços abertos) causada por poeiras na fronteira entre as nebulosas. Passando pelas Messier 42/ Messier 43 temos a parte destacada da Messier 42 correspondente ao enxame/nebulosa de emissão NGC 1980 que contém a estrela mais brilhante da imagem, a Iota Orionis - uma gigante azul a debitar 12000 vezes a luz do Sol.
A espada de Orion
Takahashi Sky-90 f/4.5 (407mm) + Nikon D70 3,95"
exp: 31 min (10x120 + 7x60 + 5x30 + 5x15s) ISO 400 IDAS mag. 3 Lua (82%)
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